sábado, 31 de março de 2007

Férias e a produtividade

Verdade seja dita, que as férias resumem-se, a apenas uma palavra:
Nada.
E por todas os dias de férias, procuramos fazer o mínimo possível. Podemos ter ideias, desejos de combinar encontros com amigos, mas no fim, as férias resumem-se a uma produção do nada. Porque, podemos desejar colocar as leituras em dia, reencontrar velhos amigos, divertirmo-nos, mas concluímos uma existência sem qualquer produtividade.
Estamos de férias, e é para isso que elas servem. Acho, contudo, que nas férias, faz-se alguma coisa. Que no geral, nós até fazemos muito. Apenas a nossa definição de útil nunca está associada ao dia de férias, mas sempre a um dia de trabalho. Porque, para nós, o trabalho nunca provém das férias, mas sempre de um dia trabalho.
Por exemplo, eu, com a mania de escrever textos, estou de férias, e estou a escrever este texto horrível e de péssima qualidade. E contudo, não me preocupo muito, porque, a seguir posso ir dormir, ou ir dar uma volta, sem me preocupar com as horas de chegada, ou se chego ao fim do dia, e posso dizer as coisas que produzi durante o dia.
Portanto, acho que as férias, servem para muito, mas dispenso algumas coisas, que as tornam inúteis. Acho que as férias deviam ser mesmo férias. Longe não só do trabalho, mas de tudo o resto que intoxica a nossa mente e nos faz desperdiçar tempo de repouso.
Porque sei, que as férias para muitos, servem para ver as repetições de séries da Fox, para outros servem para ir para a praia, outros decidem ler, outros viciam-se em jogos de computador, outros vão ao cinema ver a primeira porcarias com um bom trailer, e outros, acordam á uma da tarde e não fazem nada o resto do dia. Acho, que cada um á sua maneira, não sabe bem o que fazer nas férias. Ao menos orgulham-se, quando ao regressar das férias, dizem aos seus amigos:
“Epa, estas férias não fiz nada!”
E as férias resumem-se a esta expressão.
Por cá, fui de férias, volto para a próxima semana.

sexta-feira, 30 de março de 2007

Filme Memorável - Men in Tights



(Nota pessoal: Uma das melhores comédias que já vi. E vi a quando era pequeno. Ainda hoje acho piada. Se tiverem opurtonidade, vejam nas múltiplas repetições que dá, tanto nos canais nacionais como internacionais.)

quinta-feira, 29 de março de 2007

História por acabar: Um fim em Hoth

Num espaço negro e vazio, uma inesperada tensão começa a erguer-se. Apesar de não ser possível ver algo anormal, o desconhecido aproximava-se. Dois exércitos aéreos voavam um contra o outro, o embate estava próximo, mas a sua distância limitava um massacre. De um lado a frota clone, comandada por três Jedis, defensores da galáxia, seguidos por sete comandos de naves clones, sendo cada um constituído por quinze caças ligeiros. Bem mais longe uma frota droide, de número não calculável, avançava sem medo sobre o planeta Hoth, recentemente conquistado pelas forças clones. Não iria demorar muito até o embate ter lugar, mas as intenções do inimigo já eram óbvias.
Perto de cinco cargueiros grandes vindos do inimigo desciam para a órbita do planeta Hoth, que apesar de não passar de um deserto gelado a sua posição revelava-se muito importante para ambos os lados. O Jedi do comando central não pode deixar passar a fraca resistência que o planeta teria contra tal número de cargueiros, e numa decisão rápida dirigiu palavra para o Jedi no comando a seu lado esquerdo:
- Aki o planeta não irá resistir por muito tempo. As tropas que lá temos não são especializadas em antiaéreos. Plano D, sabes o que fazer. – Olhou para o lado esquerdo, fixou o olhar no cockpit verde de Aki-Adi Mundi, um aceno com a mão direita e uma voz um pouco rouca do rádio: - Que a força esteja contigo. – Depois fez a sua nave rodar no sentido esquerdo, e seguido da frota, desceu sobre a orbita do planeta.
- E contigo. – O Jedi tomou agora um ar mais sério. O seu ar adulto tomou feições sérias, como se estas fossem a sua cara original, os seus olhos castanhos faiscaram quase que ansiosos pelo combate que se iria seguir. Apesar de ser um Jedi este não conseguiu esquecer o instinto que a sua tribo desenvolvera antes de um combate, fazia parte da sua natureza e mesmo tendo iniciado o seu treino perto de acabar os seus três anos, as suas veias ainda continham o sangue de uma das raças humanas mais instintivas e antigas.
Inspirou fundo, e uma breve concentração retirou o do mundo instintivo que a sua tribo desenvolverá com séculos de evolução. Abriu os olhos e teve uma visão metálica, apesar de Hoth ser o penúltimo planeta a contar do sol daquela galáxia o sol reflectia o metálico das centenas de caças ligeiros que se aproximavam. Agora já com uma ideia do que iria enfrentar o guardador da paz liga o intercomunicador, coloca os auscultadores aos ouvidos e o comunicador ao lado da sua boca e começa com um posicionamento improvisado para o seu número de naves reduzidas.
- Zatara parece que temos de nos concentrar num ataque as alas. O inimigo é demasiado poderoso… – o seu discurso foi interrompido por um leve apitar vindo da sua nave, e um pequeno texto surgiu de um ecrã do lado direito, “Distância corta, quinze para um, embate dentro…quatro minutos e quarenta e sete segundos.” – Data 3 segues comigo pelo lado esquerdo, Data 1 para o direito com Zatara, restantes no meio. Confirmação?
- Sim, senhor.
- Esperemos que seja suficiente… – disse Zatara, um breve olhar pelos cálculos do seu robô modelo RD, perto de três minutos.
Á metros de distância, o inimigo vislumbra os movimentos súbitos da frota clone e não se deixa ficar indiferente. A mensagem é passada, tomar cuidado com os Jedis pelas alas. O embate aproxima-se, a tensão sobe, apesar de não terem sentimentos os robôs já previam que algo maior iria ocorrer, o mesmo se passava com os clones que sem terem capacidade para não contrariarem as ordens dadas, apenas guardavam para si a ideia de um combate iminente, um de um massacre final. Segundos de distância, e o Jedi que comanda o flanco esquerdo finaliza: - Atraiam o fogo pelo meio.
Tal era o número de tiros e explosões que só um robô teria capacidade para calcular as baixas de ambos os lados. Naves clones voavam entre naves droides, ambos os lados disparando entre si com o intui to de não deixar passar a frota adversária. Os Jedis de ambos os lados seguidos de naves que se dividiam para os dois cargueiros enormes que faziam a frente droide, concentravam-se agora em aproximar-se de uma terceira nave de enormes porpoções. – Deve ser ali que se encontra o líder deles Zatara.
- Com certeza que sim, quem quer que seja está bem protegido Arcanos. Deve ser controlado por um dos guardas pessoais de Grievous não?
- Quem quer que seja, não me parece que seja o Grievous. A nossa espionagem indica que ele está no outro lado do universo. – Retirou o olhar curioso do enorme casco do cruzador que lentamente se aproximava do campo de batalha. – Vamos ataca-lo por baixo e sobrevoamos até acima, parece me que aí que a nave é controlada. Que a força esteja contigo Zatara.
-E contigo Arcanos.
Não muito atrás deles uma frota droide faz uma curva de acentuada e voa em direcção a frota desprevenida clone. Uma série de tiros são seguidos e naves clones explodem num fogo vermelho vivo. Os Jedis não perdem tempo, e olham instintivamente para trás tentando avaliar a situação. Arcanos é o primeiro a tomar os sentidos:
- Ocupem-se deles, temos uma missão a cumprir. – Segue em frente para a nave inimiga seguido de Zatara. Os clones começam a controlar a situação no campo de batalha devido a sua qualidade de luta. Um dos cargueiros grandes inimigos explode e os seus destroços começam a aproximar-se da orbita do gelado sistema Hoth. O cruzador principal é agora alvo de várias naves de clones, que ao assumirem controlo da batalha se aproximam para ajudar os dois Jedis. Estes voam a metros de distância do cruzador e perto do topo deste largam dois mísseis. Mísseis esses que recentemente haviam sido colocados para a determinada missão. A uma velocidade tremenda os dois Jedis afastam-se, seguidos dos clones. Poucos segundos e uma explosão tremenda dá-se espalhando os fragmentos do cruzador por todos os lados, mas sem acertarem em nenhuma das naves fugitivas. Missão cumprida o Jedi liga o comunicador aos soldados em Hoth.
- Daqui Arcanos, respondam. Que se passa? – Confirma outra vez a razão para não conseguir falar para os seus aliados em Hoth. – Sabes alguma coisa…?
Uma nave voa rapidamente pela sua direita, e não muito longe de si a de Zatara explodia sobre os tiros dos seus aliados clones. Sem entender nada, voou para cima, conseguindo evitar os tiros que o seguiam para a sua destruição. Traição. Mas é impossível os clones obedecem ao senado, não tem lógica. Sem tempo para pensar mas para reagir, Arcanos segue para longe, quer perceber se só um enlouquecera, ou se estava tudo atrás de si. Cerca de vinte naves voavam contra si disparando para matar. Mísseis perseguidores seguiam agora contra si. Eram pelo menos seis, iriam servir de recurso se os dos Jedis não fossem lançados contra o cruzador. Nada podia fazer contra tantos mísseis, e perto de vinte especialistas a voarem para o matarem. Voa então para a orbita do planeta, mas sem antes receber tiros vindos de furiosos clones que não se contentam apenas com mísseis perseguidores. Não imaginando a guerra que lá se dá, e a que ao longo de universos também se propaga, fazendo hoje centenas de Jedis o inimigo. Arcanos olha para as bases que danificadas pelo ataque ainda aguentam. Tenta se concentrar, em sentir Aki-adi Mundi, mas a sua aurora desapareceu. Não é fácil descrever Hoth, o mais próximo é dizer que é um completo bloco de gelo. A temperatura ajudou a nave do Jedi a congelar o fogo que se propagara com os tiros inimigos. Este perdeu o controlo da nave. Arcanos tem tempo para retirar o droide da nave, e com o seu sabre de luz corta o máximo que pode da sua nave para este poder saltar. O salto é longo e o embate no chão gelado faz o Jedi perder os pensamentos por um breve tempo. Ele tal como milhares de Jedis está perdido, perdido numa traição contra os guardadores da paz, os Jedis que sempre ajudaram os mais fracos.
É nesta altura de desespero e morte que os Jedis estam mais sós, e sem futuro. Não se trata de um sobrevivente, mas de uma presa…que ainda não foi caçada…

quarta-feira, 28 de março de 2007

Honra para os vencidos

Acho que somos todos uns vencidos de uma guerra que ainda está para vir. Não sabemos bem quando, nem porquê, mas no nosso íntimo, sabemos que já a perdemos. É a única justificação possível. Fazemos de nós mesmos, gigantes de batalha, impenetráveis a tentar fugir de quem nos embaraça. Mas no fim, já fomos vencidos.
Com um certo ditado urbano na cabeça, espero fazer-me entender:
“Em tudo na vida, há sempre alguém melhor que tu.”
O que se contradiz um pouco ao outro ditado que se diz ás crianças:
“Se te esforçares, consegues fazer tudo.”
Acho que á medida que envelhecemos, começamos lentamente a desacreditar, a esquecer, a ignorar a condição de que somos capazes de tudo. Esquecemos que se quisermos, somos um tanque de guerra em missão de paz. Capaz de contrair todas as fileiras e todas as trincheiras espalhadas pelo mundo. Esquecemos tudo isso, porque no fundo, já admitimos, á alguém melhor que nós. E como os grandes caem!
Mesmo os mais revoltados, os mais emotivos, os mais sentidos, todos, sentimos ter lugar no mundo, mas somos traídos pelos defeitos que julgávamos já ter superado. É a realidade.
E no fim, dou por mim a pensar assim, depois de ir ao cinema, e a estar a mijar da Coca-Cola que bebi, ao lado de um tipo que nunca vi na vida, e uma música a acompanhar a melodia do mijo, toca Bob Marley, cantando:
“Don't worry about a thing, 'Cause every little thing gonna be all right.”
Como o mundo se torna irónico, e o sinal que já fomos vencidos, mesmo antes de lutarmos, toca baixo, numa melodia amigável, numa casa de banho suja, em mais um super mercado gigante, espalhado por todo o país, aberto todo o dia, até nos fim de semanas e feriados, dias em que está mais cheio e enlatado.
No geral, concluo que já foi vencido, mas será isso um incentivo suficiente para parar?

Poetry that does not rhyme: Late for my regrets

I’m a human being.
Therefore, I’m not perfect.
I admit my faults, my mistakes, my lack of sense.
So I say I’m late.
Late but never too late.
I still have time to undo my mistakes.
What’s missing is time to undo the ones I haven’t done yet.
So, is it my life, already destroyed by something I could not predict?
Could all my mistakes, forever take out my chances on the world?
Are we, forever marked by something we might have missed on the past?
I’m a human being, but does that give me any second chance?
No, it doesn’t.
But we like to think it does.
We like to think we deserve not to be jugged by some acts.
Something that happened and we could prevent it.
Some mistakes we’ve done in the past.
And so I say I regret it.
I regret not taking your advices.
I regret missing some people in my life.
And I regret must of all, ever meeting you.
But as a human, I believe in second chances.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Diário de um pervertido

“Gosto de ir vê-las. Não sei quem são, nem me interessa. Mas gosto de as ver da minha janela. Com os seus tops e decotes a passarem por mim todas alegres. Gravo o corpo delas na minha mente. Imagino-as comigo. A tocarem-me. A beijarem-me. A submeterem-se a todo o que possa querer. Vejo-as ao longe, e sinto que me querem.
Sim, elas querem-me. Querem que eu seja delas. Querem me venerar. Só de vê-las, sinto vontade de me masturbar. De tocar-me e imaginar que não estou sozinho.
Sim, imagino, porque quando imagino bem, consigo até pensar em todo, em qualquer pessoa que eu já tenha visto, e que esteja me esteja a satisfazer.
É isso. Sinto-me bem. Sim. Começo a entrar e a sair desta minha imaginação. Elas mal sabem o que me estão a fazer neste momento. Todas juntas sim, a satisfazerem-me uma e outra vez.
Sinto-me importante, tanta atenção, tanta importância, tantas para me amarem. Por fim, fui, e não volto tão cedo. Todo volta ao normal, as pessoas voltam aos seus lugares e eu, espero por voltar a tê-las tão perto.
Já não falta muito.”

domingo, 25 de março de 2007

Música para ouvir: Bloc Party - The Prayer



Lord, give me grace and dancing feet
And the power to impress
Lord, give me grace and dancing feet
Let me outshine them all
Is it so wrong to crave recognition?
2nd best runner up
Is it so wrong to want rewarding?
To want more, than is given to you

Tonight make me unstoppable
And I will charm I will slice I will dazzle them with my wit
Tonight make me unstoppable
And I will charm I will slice I will dazzle
I will outshine them all

Standing on the packed dance floor
Our bodies throb in time
Silent on the weekdays
Tonight I claim what s mine
Is it so wrong to crave recognition?
2nd best runner up
Is it so wrong to want rewarding?
To want more, than is given to you

Tonight make me unstoppable
And I will charm I will slice I will dazzle them with my wit
Tonight make me unstoppable
And I will charm I will slice I will dazzle
I will outshine them all (x2)

(Nota pessoal: A letra desta música cativou-me assim que a li. E no fundo somos humanos. Gostamos de ser reconhecidos. Gostaríamos que nos apreciassem mais pelo que fazemos. E que por uma noite, possamos ser diferentes, talvez mais atractivos, mais cativantes, mais interessantes.)