sábado, 17 de março de 2007

Labirinto de mundo sem fim

Para conseguir sair falaste de um labirinto prisioneiro. Para conseguir surpreender o mundo falaste-me de um labirinto inventado. Crias-te uma filosofia barata para quem te quisesse ouvir.
E no fundo, não criamos todos filosofias? Teorias, ideias, tudo para justificar que temos razão. Argumentamos e refutamos quem nos contradiz. Levamos a criatividade ao extremo e numa discussão urbana comentamos tudo e todos só para termos razão.
Começo-me a perguntar, porque queremos nos ter sempre razão? Porque queremos nos ser sempre os últimos a falar? Os últimos a causarem uma boa impressão? Os últimos a sobreviverem?
Acho que no fundo, a vida resume se a isso, a quem está em cima no último segundo. Se o amanhã não existisse, e todo o mundo o soubesse, aposto que todas as pseudo celebridades apareceriam na Tv. Que todos os artistas urbanos pintavam as paredes deste meu labirinto pouco convencional. Que todos os pobres iriam a lugares de ricos. E que todos os ricos passariam um dia de pobres.
Porque no fundo, se o mundo acabasse, e tivéssemos de explicar a alguém como enfrentar essa realidade, cada um de nos criava a sua filosofia barata. A sua justificação de vida realizada. Os seus pensamentos rápidos e incorrectos. E justificava que a sua vida teve sentido, com a primeira coisa que lhe fosse parar á cabeça. Mesmo que esta fosse idiota e estúpida. E contudo, não é preciso o fim do mundo para isso acontecer.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Filme memorável - Lost in Translation



(Nota pessoal: Este filme é verdadeiramente um dos melhores filmes que já vi. Aconselho vivamente.)

quinta-feira, 15 de março de 2007

História por acabar: “Os Maias” Visão da obra

Vou, desde já explicar a minha conclusão final da obra de Eça de Queirós: Apreciei o livro, e recomendo vivamente a todos os que sabem apreciar um bom livro. E contudo, tive graves dificuldades em começar a ler esse livro. Primeiro pelas 500 e tal páginas, e pela escrita não muito actual. Ou pelo menos era assim que eu pensava. Ao aprofundar-me no livro descobri que as páginas não eram um problema e que a escrita era mais que actual. O livro trata uma sociedade em decadência, que sem dúvida se trata da nossa actualmente. Em que muitos de nós julgamos ter boas ideias na mente e vontade de mudar o mundo, e contudo, não fazemos nada para por em prática tais sonhos e ideias em comum. E este é o tema que mais me tocou.
Acho que todos nós passamos por essa fase. Em que julgamos que uma pessoa pode fazer a diferença. Em que comentamos tudo e todos. Dizemos mal da nossa sociedade e começamos a acreditar piamente nas nossas convicções. Acreditamos que existe uma solução para este nosso mundo. Conhecemos pessoas que partilham da mesma opinião e decidimos mudar o mundo. Tomamos uma posição ao afirmarmos o pouco que podemos fazer. Acreditamos que um dia vamos fazer algo. Que um dia vamos a uma missão. Que um dia vamos ajudar um mendigo e ele vai nos agradecer toda a nossa vida. Que um dia vamos ser alguém no mundo.
Mas, lentamente, percebemos que realmente se trata de um sonho. E que sonho! Acreditarmos verdadeiramente que um dia o mundo vai nos estar grato. Acreditarmos piamente que vamos encontrar a cura para uma doença mortal. Que um dia vamos para uma guerra, salvar alguém inocente, lutar do lado justo, iniciar uma revolução por um mundo melhor que vamos… Vamos o quê? A verdade vem ao de cima e percebemos que não, que realmente não o vamos fazer. E porquê? Falta de convicção? Falta de gosto? Falta de tempo? De tudo um pouco. Encontramos justificações para parar tudo o que poderíamos e gostaríamos de fazer. E no fim, nada fazemos. Crescemos? Talvez. Talvez o crescer que eu, e tantos outros ansiamos, seja apenas uma maneira mais leve de dizer: Acredites no que acreditares, também tu vais virar mais um.
E ser mais um, que desgraça de realidade. Quem me dera a mim nunca admitir que era mais um. Tão frágil, tão único, tão fraco. Como todos os outros. Exposto a doenças, guerras e corrupção constante. Por muita personalidade, carácter, que eu tenha, este não me vai valer para nada. Nada! No meu mundo, mundo de estudante, o carácter de nada serve. São as notas apenas. A capacidade que temos para marrar e marrar faz de nós ser alguém. E que alguém meu Deus? Ninguém. Apenas um tipo que estuda até se fartar e depois tem boas notas. Definem as notas a pessoa? Não. Conheço pessoas que estudam muito, e nunca passaram de uns tímidos com pouca integração. Podem enunciar todas as fórmulas químicas inimagináveis e contudo, bloqueiam perante uma plateia. Na mente preenchida, falta a integridade, falta o carácter, falta a coragem. Por muito que estudem, ninguém lhes ensina a não ter conversas fúteis, ou a conseguir não corar quando se sentem ameaçadas. E quando falo de quem tem boas notas, falo da generalidade, mas não do total de pessoas que têm boas notas, já conheci pessoas muito estudiosas, e inteligentes e integras no mundo jovial e fora do estudantil, apesar de raras, existem.
Tudo isto para martelar mais uma vez, numa realidade que me preocupa: a minha. Sempre fui um rapaz de princípios. Sempre acreditei no que queria. Sempre defendi aquilo que acreditava. Mas neste meu mundo, já me desiludiu varias vezes. Sempre quis defender os fracos, mas já dei por mim a ver um rapaz em apuros e não o ajudei. Porquê? Porque tinha medo de me fazerem mal a mim, até senti uma certa felicidade de estarem a fazer mal a ele, e não a mim. Sempre quis dizer aquilo que acreditava e lutar pelas minhas convicções, mas já dei por mim varias vezes a manter silêncio quando podia falar. Porquê? Porque era possível sentir me embaraçado, silenciado ou mesmo gozado pelos meus amigos. Sempre quis dispensar o mínimo possível para dar aos mais necessitados, mas já dei por mim a cobiçar toda e qualquer moeda que tenha mão, para a poder gastar em algo fútil e desnecessário. Porquê? Porque sou humano.
E que raio, não somos todos humanos? E quem são esses seres humanos? Como disse uns dois parágrafos acima, somos uma raça frágil e cuidadosa. Tentamos e tentamos lutar por sobreviver mais um segundo, mais um dia, mais um mês, mais um ano, mais uma década, mais um século. E porquê? Porque fazemos todos por sobreviver? Porque abdicamos daquilo que está certo? Porque queremos nos manter vivos? Porque queremos nos integrar numa sociedade cheia de defeitos? E de um segundo para outro, deixamos de ver os defeitos na nossa sociedade e esforçamo-nos para nos integrar. Esquecemos todos os nossos ideais e todas as nossas convicções. Tudo morre num segundo em que queremos ser cidadãos. Tudo morre num segundo em que admitimos ser humanos. Como alguém outrora disse: “Todos morrem, mas poucos sobrevivem.” Agora, depois de ler “Os Maias” percebo, que não basta acreditar em algo, é preciso viver segundo aquilo que acreditamos, e tudo fazer por esse sonho.
Voltando então a essa obra que me fez escrever este pequeno comentário ou observação a esta obra, temos a personagem Carlos da Maia. Como ela, também eu acreditei na mudança do mundo, num lugar melhor. Numa sociedade mais justa. Mas tal como ele, deixei me levar por sentimentos terrenos. Também eu fui apanhado nessa mistura de imagens e sensações que me fizeram sentir que a vida calma é uma boa vida. Que lutar por um mundo melhor não é algo tão fácil. Ou mesmo que seja, tal como ele, também eu prefiro estar parado no meu sono e descontracção. Como Carlos de Maia, que fumava no seu consultório para descontrair, também eu “fumo” o que quer seja para poder esquecer o fim de mais um dia, pouco ou nada proveitoso. E esse “fumar” toma milhares de formas, desde ver televisão, jogar computador, jogar futebol, sair a noite, divertir-me, beber mais uma Coca-Cola, ou ir passear as docas. Todos nós temos esse fumo traiçoeiro que nos tira a vontade de fazermos algo de útil, de lutarmos pelo que é justo e que vale á pena, de nos mexermos e sermos alguém.
E como Carlos da Maia e Ega disseram, também eu falhei na vida. A minha única esperança, é que ainda sou novo, e que a vida dá muitas voltas.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Magia da Internet

Na Internet todos têm uma opinião. Podem nem saber argumentar. Podem nem ter razão. Podem até ser tão tímidos que mal falam.
Mas na Internet todos são reis. Todos dizem o que lhes vai na mente. Dizem mal. Passam a ser Deus e começam a julgar tudo e todos acabando muito frequentemente por dizer:
“Arranja uma vida!”
E que vida é essa que me falas? Terás tu moral suficiente para me poder julgar? És tu tão burro ao ponto de não perceberes que se calhar não passas dum falhado?
E são todos uns grandes falhados na vida. Vão a net para dizerem mal de todos, para descarregarem os stresses do dia e se divertirem a dizer mal do primeiro tipo que lhes contradiga, mesmo que não tenham razão.
Na Internet todos têm uma opinião. Quem me dera que fosse assim fora da Internet.

terça-feira, 13 de março de 2007

Poetry that does not rhyme: Choices of instinct

Saw her moving her blonde hair one side to another.
Got myself excited by the idea she could be mine.
Started moving slowly to her.
Watching ever move she makes.
Noticing every breathe she takes.
As I climb my ladder of regret she looks at me.
My strength grows weaker and weaker.
Her eyes imprisoned me.
Got me thinking on my freedom.
And I slowly backed down.
Should I trade my soul for such a beautiful princess?
Think not.
Rather be loved by a slave than being one.
Looking at her once again made me say to myself:
“Fuck Freedom.
We all die alone.
Why waste my life grateful by the one thing I don’t even enjoy?”
Ok, let’s go.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Diário de um desiludido

“Falhei. Falhei para com o mundo. Falhei para com as expectativas. Seriam elas demasiado altas? Terias tu demasiada fé em mim? A verdade é que te falhei. E agora. Longe no meu covil. Escondido na minha sombra, sinto-me desamparado. Sinto como se tivesse perdido quem mais me importava. Sabias tu disso? Sabias tu do quanto me importavas? Não, não devias saber.
Nunca fui bom com as palavras. Nunca. E se pensei assim de ti, e nunca tu disse, é porque sou um falhado. Sempre me impressionou que não o achasses. Que olhasses para mim com carinho e me apreciasses. Que dissesses que era eu que mais te conhecia, mais te adorava, e contudo, olha para mim agora. Falhei-te. Só me apetece desaparecer. Isto não pode ser normal. Eu não pode falhar assim para ti. Não posso ter falhado.
Que raiva! Porque continuo a ser um fraco. Porque continuo a ser o reflexo do ócio e da falta de jeito. Porque continuo a desiludir o mundo e acima de tudo, a mim mesmo. Vezes e vezes sem conta. Será por ser um idiota? Talvez humano? Não, a raça humana não tem culpa de quem sou. Não me planeou. Não me idealizou. Não me ensinou. Não. Falhei. E continuo a falhar.
Gostava de um dia conseguir remediar todo o mal que fiz. Gostava de um dia poder fazer tudo bem de novo. Gostava de um dia ter todos aqueles que magoei e desiludi de volta aos meus braços. Gostava de poder caminhar na rua sem ter medo de errar. Gostava. Gostava muito. Será possível? Falhei, e não me parece que será a ultima vez. Será por ser humano?”

domingo, 11 de março de 2007

Música para ouvir: Lenny Kravitz - Fly Away



I wish that I could fly
Into the sky
So very high
Just like a dragonfly

Id fly above the trees
Over the seas in all degrees
To anywhere I please

Oh I want to get away
I want to fly away
Yeah yeah yeah

Oh I want to get away
I want to fly away
Yeah yeah yeah

Lets go and see the stars
The milky way or even mars
Where it could just be ours

Lets fade into the sun
Let your spirit fly
Where we are one
Just for a little fun
Oh oh oh yeah !

I want to get away
I want to fly away
Yeah yeah yeah

I want to get away
I want to fly away
Yeah yeah yeah

I got to get away
Feel I got to get away
Oh oh oh yeah

I want to get away
I want to fly away
Yeah with you yeah yeah
Oh yeah !

I want to get away
I want to fly away
Yeah with you yeah yeah
I got to get away

I want to get away x4
Yeah
I want to get away
I want to fly away
Yeah with you yeah yeah
I got to get away

I want to get away x4
Yeah

I want to get away
I want to fly away
Yeah with you
Yeah yeah yeah yeah yeah

(Nota pessoal: Quem nunca se sentiu assim?)