Diário do regresso

“Estou de volta. Vejo tudo mais uma vez. Como se tivesse longe á décadas, e contudo não passaram de meses. Estou de volta. Agora mais uma vez, a ver o país que deixei para trás. O meu regresso puxa-me para a rotina, desilusão e motivos da minha antiga partida. Se alguma vez parti do mundo que conheço, é porque tinha intenção de regressar. Intenção de ver este meu mundo mais uma vez. Intenção de não deixar para trás o mundo que me adoptou.
Cada esquina uma história. Cada face uma recordação. Cada gente uma nova conclusão. Este país que deixei para trás, estava cheio de problemas. Não foi a minha partida ou regresso que os resolveu. Muitos deles continuam por arranjar. Outros foram esquecidos mais uma vez. E no fundo, pouco mudou. As histórias, escritas em cada esquina, são graffitis nas paredes sujas. As faces, recordações de outrora, são agora cicatrizes e fé em outra vida. As gentes, trazem-me a conclusão final: A partida é mais dura que o regresso.
Mas por muito tempo que esteja fora, muitas coisas não mudam. E talvez, seja isso que faça este meu país aquele que tanto ansiei por voltar a ver. O mesmo de sempre. Com cada pedaço de terra meu, teu e de todos nós.”