terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Organizem uma fuga deste Universo

O céu esta bastante negro hoje. Mais uma noite de chuva. Toca “O Homem do Leme” dos Xutos e Pontapés.
“Uma vontade de ir, correr o mundo e partir…”
E que vontade. Dá vontade de fazer as malas e sair daqui. Não conheço o mundo. Pelo menos por experiência pessoal. Nunca saí do meu País. O máximo que estive foi numa cidade fronteiriça, que acabei por notar, parecia ter mais portugueses que espanhóis. Contudo, acabo por desejar partir. Sei que o mundo esta cheio de coisas para conhecer. Porque não partir? Porque não fugir simplesmente, e partir para longe? Ponho a ideia na cabeça, e começo a fazer as malas.
O que levar? Ainda não andei um metro e já bloqueie! O que levar quando partimos? Olho para a mala vazia. Parece tão pequena, e contudo, a minha vida tem de caber numa só mala. Histórias do passado, textos, fotos, recordações, tudo num pequeno espaço. Não sei. Não sei o que levar. Algo é certo. Gostava de partir com uma bússola. Uma que me indique o meu norte. Um norte que me indique uma nova vida, cheia novas histórias, de novas pessoas, novas recordações. Haverá uma bússola assim?
Sei contudo que a mala continua vazia. E consigo perceber, porque não fugimos deste nosso mundo. Estamos tão apegados ao mundo que conhecemos. Tão apegados a recordações. Tão ligados ao sitio onde vivemos. As pessoas que conhecemos. A vida que abraçamos. Pelo menos eu, não consegui fugir. Não ultrapassei o facto de colocar a minha vida toda, numa mala. E que vida…
Agora, fora de ideias de fugir, ainda ouço a música a ecoar na minha mente.
“Foge o futuro, é tarde demais...”
Fica para outro dia então. Essa fuga que hoje tentei fazer, que fique para outra altura, outro dia, outra vida, outra pessoa.

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