quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Orgulho em ser Português, ou apenas em quem sou

Tenho orgulho em ser português. Apesar daquilo que gostaríamos de não ter de admitir, Portugal tem a sua honra, a sua dignidade. Acho mal termos de ver certas coisas para nos lembrarmos desse facto. No meu caso, tive de ver estátuas de antigos Reis, e presenciar a opulência e dinamismo deste meu País. Acho que apesar de tudo, nunca perderei o meu orgulho em Portugal. O meu orgulho nas histórias que ouvia desde miúdo. Imaginar um D. João I com Portugal do seu lado a frente a um exército seis vezes maior, e mais bem treinado e armado. Não preciso apenas de Aljubarrota, posso recordar como navegamos pelo mar, feitos heróis do desconhecido, a desmentirmos histórias e teorias de monstros e abismos sem fim. Posso nem recorrer a esses mundos que foram nossos, falo de todos esses homens que foram inspiração para a minha infância. Todos esses lutadores, conquistadores e poetas que Portugal deu o mundo a conhecerem. A conhecerem como nós conseguimos impor, como nem que por uns tempos, fomos o mundo, e soubemos aproveita-lo. Hoje vi a tristeza e a solidão por Lisboa, o passado e o nosso presente. Triste por tanta destruição, corrupção e esquecimento. No fundo acabo por me perguntar:
“Precisamos de uma medalha? De um prémio para mostrarmos quem somos?”
Concluo que não. Até porque no fundo, nunca recebi uma medalha por nada, nem nunca me foi dado um prémio, e ainda bem. Basta um olhar cúmplice para perceber que mais que todos os prémios no mundo, é poder contar com certas pessoas. Mesmo nesta minha hora de crise e desilusão total. E acho que Portugal passa pelo mesmo. Não precisamos de medalhas ou prémios, mas talvez de um D. Sebastião que volte num dia de nevoeiro, um de um novo terramoto para fazermos acordar um louvado Marquês de Pombal.

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