segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Diário de um ladrão

“Roubei. Troquei as notas, e ninguém notou. Mexi-te na mala e nem reparaste. Ah, se pudesses ver como te enganei. Como te roubei. Como te… menti. Sim, menti-te. É pena, é não poder dizer a ninguém, que roubei. O que é um pouco chato. Gostava de me poder orgulhar de te ter roubado. Mas roubei-te a ti, o meu melhor amigo. E contudo não posso contar a ninguém.
Mas merecias! Irritas-te me e tiveste o que merecias! Sabes disso não sabes? É bom que saibas. Porque tu, meu amigo, já devias saber que ninguém se mete comigo e se safa sem consequências! Feris-te me o orgulho publicamente, e roubei-te. Tiveste o que merecias. Realmente é pena não poder dizer a ninguém que te roubei. E se disser a ti terei que te desenvolver o que tirei.
Ouvi dizer que na antiga Grécia, os ladroes, se conseguissem roubar alguém, seriam dados como hábeis e ágeis. Se fossem apanhados, cortavam-lhes as mãos. Não sei se será verdade, ou mais uma história do Hermano Saraiva. Mas enfim. Considero-me único por te ter enganado, mentido, roubado. Feris-te o meu orgulho com o que disseste antes!
E eu nunca te magoei a ti? Se me roubasses sempre que me engano… Se me mentisses sempre que te apetece… Se enganasses sempre que pudesses… Não, não fui justo. Roubei-te, e estou arrependido. Sim muito. Muito e muito e… E depois? Roubei-te e esta feito. Que se lixe, esta feito.
Ah, se pudesses ver como te roubei…"

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