sábado, 10 de fevereiro de 2007

Encontrei uma recordação perdida por ali

Estava, a recordação, por muito tempo perdida. E penso mesmo que se não a tivesse avistado, ainda estaria perdida para sempre. Por mero acaso, estatelei com ela de nariz. Devo confessar que estou surpreendido. Não esperava voltar tão depressa ao Verão passado. E que Verão. Calmo. Descontraído. Sem pressões, preocupações ou pressas.
Posso dizer, sem problemas, que foi o Verão melhor de sempre. Tanto em Lisboa como em praias do Algarve. Antes, e depois desse tão digno Verão, foi só porcaria. A qual, infelizmente, ainda hoje estou a apanhar com os bocados dessa traidora sensação. E contudo, que tempos. Por isso, é que apoio algo, talvez um tanto, estranho. Acho que todos os momentos da nossa vida deveriam ter uma música, um objecto, uma foto.
E hoje, ainda, associo músicas a dias passados. Objectos a pessoas e sensações. Fotos a momentos curtos.
As músicas, pois a única altura que as ouço, é quando, relaxado de um dia de emoções, me sento e ouço novos sons. Ás vezes, músicas novas surgem, e eu associo a altura que as descubro. Relembro tudo e ligo ambas por um laço, estranhamente inquebrável.
Os objectos, pois maior parte das pessoas que conheço, e que de facto me marcam, tenho sempre algo deles. Uma pulseira, um brinco que encontrei por acaso, um origami feito em guardanapos de papel. Ou mesmo, um boneco de madeira, estranhamente esculpido, e contudo perdido num chão de chuva e esquecimento.
E fotos, que estranhamente, pouco significam para mim. Primeiro, pela ideia que eu dou a elas, de nunca sorrir quando me fotografam. Se a foto capta o momento, é para que se saiba que não estou feliz. Talvez, no momento o esteja, é verdade. Mas as poucas vezes que fui verdadeiramente feliz, não havia foto para captar o momento, e a mística do sorrir na foto manteve-se. E considero a foto, de curta vida. Como numa longa viagem para ver uma paisagem, vemos, tiramos uma foto e partimos para outro. As fotos são de pouca importância.
Encontrei uma recordação, e consegui sorrir durante todo o tempo que a tive nas minhas mãos. Até guarda-la no mesmo sitio e até qualquer dia.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Discurso memorável: Al Pacino (Any Given Sunday)



I don't know what to say really.
Three minutes
to the biggest battle of our professional lives
all comes down to today.
Either
we heal
as a team
or we are going to crumble.
Inch by inch
play by play
till we're finished.
We are in hell right now, gentlemen
believe me
and
we can stay here
and get the shit kicked out of us
or
we can fight our way
back into the light.
We can climb out of hell.
One inch, at a time.

Now I can't do it for you.
I'm too old.
I look around and I see these young faces
and I think
I mean
I made every wrong choice a middle age man could make.
I uh....
I pissed away all my money
believe it or not.
I chased off
anyone who has ever loved me.
And lately,
I can't even stand the face I see in the mirror.

You know when you get old in life
things get taken from you.
That's, that's part of life.
But,
you only learn that when you start losing stuff.
You find out that life is just a game of inches.
So is football.
Because in either game
life or football
the margin for error is so small.
I mean
one half step too late or to early
you don't quite make it.
One half second too slow or too fast
and you don't quite catch it.
The inches we need are everywhere around us.
They are in ever break of the game
every minute, every second.

On this team, we fight for that inch
On this team, we tear ourselves, and everyone around us
to pieces for that inch.
We CLAW with our finger nails for that inch.
Cause we know
when we add up all those inches
that's going to make the fucking difference
between WINNING and LOSING
between LIVING and DYING.

I'll tell you this
in any fight
it is the guy who is willing to die
who is going to win that inch.
And I know
if I am going to have any life anymore
it is because, I am still willing to fight, and die for that inch
because that is what LIVING is.
The six inches in front of your face.

Now I can't make you do it.
You gotta look at the guy next to you.
Look into his eyes.
Now I think you are going to see a guy who will go that inch with you.
You are going to see a guy
who will sacrifice himself for this team
because he knows when it comes down to it,
you are gonna do the same thing for him.

That's a team, gentlemen
and either we heal now, as a team,
or we will die as individuals.
That's football guys.
That's all it is.
Now, whattaya gonna do?

(Nota pessoal: Este discurso marcou-me muito, e a primeira vez que o ouvi, nem estava a ver o filme. Estava num pequeno ficheiro perdido. Ouvi vezes e vezes. Sempre me abstrai da ideia de ser para uma equipa de futebol americano. E cada vez se torna mais belo.)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

História por acabar: O Amnésico e a sua Consciência

Vingança…Matar, odiar…Vingança…Rasgar, matar…Vingança.
Mas de quem? A quem queres tu matar e odiar?
Ele.
Ele quem? De quem falas tu?
Dele, tu sabes quem.
Que te leva a pensar que sei? Eu sou a tua consciência e não faço ideia de quem estas tu a falar!
Cala-te consciência, estou a tentar perceber quem sou!
Certo…
Quem sou?

Serei eu apenas um pedaço de carne num espaço infinito?

Ou serei eu uma personalidade crescente, um herói para o mundo?
...
Ou talvez, eu seja…eu mesmo, um sonho ardente de um amor a muito perdido. Quem sou eu consciência?
Sei tanto quanto tu. Eu não passo da tua consciência.
Bah, de que me vales tu, se só sabes o que eu já sei.
Mas o que sabes tu?
Eu…sei falar. Sei onde estou. Conheço como sou.
Estas a dormir. E num sonho é difícil distinguir a realidade da imaginação. Não passas de um corpo dormente que aguarda pela sua hora de se libertar do feitiço de Salomão. Acorda que o teu tempo chegou.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Estou em idade de construir e abusar da minha personalidade

Já reparei, que a uma velocidade demasiado rápida, começo a mudar. Não posso dizer que todos e tudo muda comigo, mas reparo em passagens da minha personalidade. Ontem era poeta, hoje sou suicida. Ontem era feliz, hoje estou morto. Começo-me a assustar verdadeiramente. Ao ponto de me perguntar com certa frequência:
“Será que me conheço?”
Será que alguém se conhece-se a si mesmo, ou serei eu o único a ter esse objectivo? De um dia saber exactamente quem sou. Porque hoje, sei que nunca posso esperar nada de mim. Nunca posso esperar uma acção que venha de mim. Lembro-me de algo que se passou, a cerca de um ano, algo assim.
Estava eu a andar pela rua com um amigo, quando vemos dois rapazes novos, a correrem contra nós. Percebi que fugiam de alguém ou algo. Estiquei e tentei perceber do que fugiam. Pelos menos dez rapazes, todos de mau aspecto, corriam atrás deles, e lembro-me bem, que qualquer pessoa fugiria, já que os iam assaltar. Com eles, também me pus a fugir.
Entramos num lugar, espécie de consultório, de porta aberta. A nossa frente, escadas. Umas para cima, e outras para baixo. Os rapazes que fugiam tomaram a debaixo, e o meu amigo ia para a debaixo com eles. A tempo disse-lhe para irmos para a de cima. Em cima, estava o consultório com guarda, entramos e não corremos perigo algum. Fizeram-nos uma espera e acabaram por se ir embora. Mas sei que uns desceram para apanharem os rapazes que fugiam.
Hoje, passo todos os dias por essas escadas, e tenho receio de as descer. Talvez porque tenho ideia que em baixo é apenas um beco, e os dois rapazes foram assaltados. E sei como me sinto. Podia ter tentado ajuda-los. Podia ter sido o herói que tanto quis ser, e contudo fui cobarde. Fiquei no consultório, sem nada fazer.
Tanto quis ser alguém, que nada fui. É em momentos como este que me odeio, e digo:
“No que me tornei…”

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Poetry that does not rhyme: Tired of you false flag

I’m getting tired of all the same crap.
All the same shit.
All the same irony, same stupidity, same death.
Yet, I can’t get enough of it.
I beg to wake up again and again to see my self trying to survive.
You crumble at my side.
Crying and lying alone at my sight.
Calling my name to save you.
I won’t do it again.
I got tired of saving you again and again.
I close my eyes and let you call my name.
Again and again.
Begging me.
Promising that you will respect me.
Swearing me that you would give your life for me at any time.
Not anymore.
Don’t make me kill you.
I swear I will.
You’re dieing tonight pour child.
You won’t see the sun again.
You won’t know what is to be loved.
You won’t be happy anymore.
Die, pathetic friend.
Die, false flag.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Diário de um Drogado

“Estou sem dinheiro. Hoje vi os meus antigos amigos, ao longe a sorrirem. Todos felizes com os seus ares contentes e alegres. A falarem das suas aulas, dos professores e das notas. Todos feitos pequenos palhaços todos pintados e arranjadinhos como se fossem a um desfile. Com os seus ipods, mp3s e telemóveis de ultima geração. Apenas uma coisa nos dividia, a estrada. Do meu lado eu ficava normal. Estava pedrado, a voar pelas nuvens. Não preciso de ser como eles para ser feliz. Que idiotice! Apetece-me agarrar um e partir-lhe a cara. Apetece-me poder viola-lo e manda-lo a casa pelo correio. São lixo. Olham para mim com desprezo. Acham que são mais que eu? Todos saudáveis com os vossos dentinhos brancos e um beijo para se cumprimentarem. Com as vossas telenovelas e lixo electrónico. Não preciso disso para ser feliz.
Olham-me ao longe. Desviam o olhar.
Tenho inveja deles. Não pelas suas vidas patéticas cheias de notas boas e pais controladores. Pelos vossos sorrisos. E porque não tem necessidade de se drogarem para ser felizes. Já perdi a esperança nesta vida. Apenas sobrevivo. A droga cada vez tem menos efeito e gostava de ser feliz como vocês. Ah, que merda. Fui, se voltar, é porque a droga ainda não me matou.”

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Música para ouvir: Gun - Word Up



You pretty ladies around the world
Got a weird thing to show you
so tell all the boys and girls
Tell your brother, your sister, and your mama too
cuz we're about to go down
and you know just what to do
wave your hands in the air like you don't care
gilde by the people as they start to look and stare
Do your dance, do your dance, do your dance quick mama
come on baby tell me what's the word

Word up everybody says
when you hear the call you've got to get it underway
Word up it's the code word
No matter where you say it, you know that you'll be heard

Now all you sucker DJ's who think you're fly
there's got to be a reason and we know the reason why
why you put on those airs and you act real cool
but you got to realise that you're acting like fools
If there's music we can use it
we're free to dance
we don't have the for physichological romance
No romance, no romance, no romance for me mama
come on baby tell me what's the word

Word up everybody says
when you hear the call you've got to get it underway

Dial "L" for Love (x4)

W-O-R-D up (x4)

all you sucker DJ's who think you're fly
there's got to be a reason and we know the reason why
why you put on those airs and you act real cool
but you got to realise that you're acting like fools

No romance, no romance, no romance for me mama
come on baby tell me what's the word

Word up everybody says
when you hear the call you've got to get it underway
Word up it's the code word
No matter where you say it, you know that you'll be heard

Word up everybody says
when you hear the call you've got to get it underway
Word up it's the code word
No matter where you say it, you know that you'll be heard

(Nota pessoal: Apelo ao meu lado jovem, que apesar de muito esforço, ainda não desapareceu. Ainda bem.)