sábado, 21 de abril de 2007

Viciados na ideia de sermos inúteis

Vivemos cada dia, com esperança de algo diferente, algo útil, algo simples. Mas esperamos e esperamos por esse ponto diferente, essa essência que mude a nossa existência, nem que por apenas um dia. Ouvimos música para relaxar, para voarmos para esses lados da diferença e apreciarmos o descanso da mente.
Contudo, dormimos, adormecemos e a vida continua igual. Acordamos mais uma vez, agora á procura de alguma utilidade. Todos procuramos algum vicio para fugir á dura realidade com que temos de viver. Alguns vêm pornografia sadista, outros jogam computador, outros agarram-se a alguém para sentirem carinho, outros criam fetiches por pés, e por fim, chego eu, que passo grande parte do dia a escrever.
Acho que a nossa tendência para fugirmos á realidade, é tanta, que até dói. Porquê tanto vicio? Porquê tanta necessidade desse sentimento de útil? Precisamos de sentir que somos úteis, ou que pelo menos construímos algo. Gostamos de sentir que temos personalidade. E com pequenos detalhes, julgamo-nos gente. Com pequenas coisas, ficamos com essa felicidade, como se naquele segundo fossemos úteis para o mundo. E no fim, adormecemos, e acordamos num novo dia.
Portanto, acabo por concluir, que não sou tão diferente. Apesar de isso não importar para nada. Nem eu consigo fechar as lacunas da minha falta de utilidade. Com tantas ideias, tanta escrita, e tanta busca de carácter e diferença; também eu sou mais um. Viciado em tudo, apenas para ter uma ideia, ideia de que não sou inútil.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Filme Memorável - The Fugitive



(Nota pessoal: Um dos melhores filmes que já vi. Daqueles que sentimos realmente todas as cenas. Esta especialmente da fuga de Harisson Ford. O filme que aqui ponho é de má qualidade. Para aqueles que não se convenceram, continuo a recomendar o filme para todos.)

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Textos soltos: “O homem age, O animal reage”

De facto o homem age, e ao contrário do animal ele não age por instinto mas por livre vontade. Cada acção do homem tem uma intenção, motivo sendo o agente que a pratica. O homem pratica a acção deliberadamente e voluntariamente. Sabe o que faz, e porque o faz. Mas, por vezes, acidentes acontecem ou mesmo acções das quais não nos damos conta. Se numa altura infortunada partimos involuntariamente um objecto, ou o partimos de propósito ou sem querermos. Se o fizéssemos sem querer, não se trata de um acontecimento mas de uma acção. Tal como a respiração ou deitar sangue duma ferida, não somos nós que a controlamos mas acontece. O acontecimento, ao contrário da acção não necessita de ser voluntário ou consciente. Assim o homem de facto só pratica uma acção voluntariamente e conscientemente. Não claro afirmando que o homem é perfeito. Apesar de praticar uma acção consciente e por livre vontade, não significa que esta esteja correcta, alias esta estará correcta, mas para quem a pratica. Este sabe que a prática, fá-lo de livre vontade, e sabendo o que faz e as suas consequências. Assim aquilo que para nós é incompreensível, para ele parecerá totalmente normal. É o censo de quem pratica a acção que conta para ser voluntária ou não.

Agora a questão é, o animal age? Antes de tentar responder a questão pertinente, é necessário definir animal. Animal, sobre um primeiro olhar, uma primeira impressão, é seres vivos. As plantas são seres vivos, mas não são animais. Os seres humanos são animais, mas são considerados por racionais. Animais racionais…mas qual é a razão dos animais não o serem também? Os animais também amam, também sentem pena e saudade? Mas são denominados, por nós, como seres irracionais. De certo modo os seres irracionais somos nós e não os animais. Não são os animais que matam os seus semelhantes, não são os animais que simulam a realidade do passado e futuro para divertimento do presente?. Se formos a analisar bem, os animais são muito mais normais do que nós. Mas pelo que parece as suas acções não são racionais, estes não têm capacidade para pensar. De facto sentem pena, saudade quando anseiam pelo retorno do seu dono. Estes reagem pela pouca lógica que tem. Os gatos fazem festas para receber comida, os cães obedecem ao dono pela lealdade a este. Sabem que se agirem de um modo receberam o que querem. Tal como uma criança quando faz uma fita, sabe que receberá o que quer, eventualmente.

O homem age, o animal reage. Assim o homem, como ser racional age. O animal como ser irracional simplesmente reage para com as acções. Apesar de tudo, a reacção é impulsionada por uma acção. Assim os animais, necessitam de uma acção para reagirem. A reacção a uma acção é tratada por instinto. Assim o animal age por instinto e o homem age por sua vontade, voluntária e consciente.

4/12/05

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Estou-me a lixar para a moralidade

Fiquei saturado. Completamente farto de não dizer aquilo que me vai na cabeça. De ter de ser hipócrita quando estou á volta de certas pessoas. Para mim basta! Se não aprecio, se não gosto, porque sorrir para piadas secas ou fingir interesse? Deverei eu ser igual a todos os outros? Mais um hipócrita que se faz de feliz. Mais um pequeno palhaço suicida que a todos faz sorrir, mesmo quando é a tristeza que o domina. Não. Não quero ser hipócrita. E se não o ser, implica magoar certas pessoas, então que se lixem.
Fiquei farto de ter de fingir felicidade. Fiquei farto dos jogos idiotas. Fiquei farto de tudo o que tantos gostam de preservar: a falsidade. Portanto, se da próxima vez me disserem algo que eu não goste, que venha dai o reverso da moeda. Que venha dai a dor que tantos pedem. Que venha dai a verdade.
Considerem-me vosso amigo então. Sou dos poucos que não vos vai mentir. Sou dos poucos que não será hipócrita. Sou dos poucos que vai dizer aquilo que realmente pensa, mesmo que isso vos magoe. No fundo, acho que me vão odiar. Acho que não me vão apreciar. Talvez porque a verdade realmente dói. E talvez me troquem por alguém que vos minta, que vos engane, mas que não o faça a vossa frente. Portanto, como o mundo está agora, basta-me entristecer com a verdade: a hipocrisia faz vos sorrir, mesmo que não passe disso mesmo.
Mas mesmo assim, não serei mais um hipócrita. Poderei ser o vosso único amigo que vos é realmente verdadeiro. O único que não irá sorrir sem razão. E talvez o único que todos odeiem. Porquê? Porque ao contrário dos outros, eu, não vos vou mentir para vos ver sorrir.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Poetry that does not rhyme: Bigger world

My world has not changed its size.
It remains the same.
But the people.
The violence.
The pain.
Well, that’s different.
Our world is bigger now.
It’s common to see different people.
Different acts.
Our world as become impossible to understand.
Students kill each other.
Nations fight for the spoils of war.
Weapons are sold to the weaker countries.
Oil and water are making a third world war.
And we, well, we keep on falling.
Music’s getting darker.
People are getting fatter.
And pain and violence are constant.
My world has become bigger, but not in size.
No.
In death.
The world keeps on happening.
But death, that will never change.
God gave us freedom?
Let us kill each other to honour him.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Diário de um escritor

“Apenas consigo escrever quando estou triste. Apenas consigo escrever quando o sentimento que perdura no meu ser é de dor. A minha inspiração provém da dor. Pedem-me para escrever coisas felizes, mas sou incapaz. É a minha infelicidade que provoca a inspiração, logo é me impossível escrever quando estou feliz. Porque quando estou triste, as palavras saem como o vento de uma corrente de ar. Porque quando odeio o mundo sinto-me imortal. Capaz de voar, capaz de dizer tudo, capaz de odiar todo o mundo. Fico sem suporte e consigo escrever. Escrevo sobre a dor. Escrevo sobre a solidão. Escrevo sobre a morte.
Por vezes não me sinto triste. Por vezes não consigo escrever, porque me sinto feliz. Logo, forço a dor. Saco de todos os meus sentimentos tristes. Ouço música negra. Irónica e assassina. Começo a ganhar vontade de partir tudo a minha volta. E o desejo de me cortar e me maltratar começa a surgir como uma opção viável. Sinto-me cada vez pior, cada vez mais com vontade de me matar, de me isolar, de me maltratar. Respondo mal, magoou as pessoas que me rodeiam.
E depois de tanta dor e tanta destruição, ganho inspiração. E no meu mundo destruído, saco de uma lapiseira e começo a escrever. Por quanto tempo, não sei. Mas o suficiente para sair algo. Algo escrito, algo inspirado, algo doente e mórbido. Só assim sei escrever.”

domingo, 15 de abril de 2007

Música para ouvir: Counting Crows - Round Here



Step out the front door like a ghost into the fog
Where no one notices the contrast of white on white
And in between the moon and you the angels get a better view
Of the crumbling difference between wrong and right
I walk in the air between the rain through myself and back again
Where? I dont know
Maria says shes dying through the door I hear her crying
Why? I dont know

Round here we always stand up straight
Round here something radiates

Maria came from nashville with a suitcase in her hand
She said shed like to meet a boy who looks like elvis
She walks along the edge of where the ocean meets the land
Just like shes walking on a wire in the circus
She parks her car outside of my house
Takes her clothes off
Says shes close to understanding jesus
She knows shes more than just a little misunderstood
She has trouble acting normal when shes nervous

Round here were carving out our names
Round here we all look the same
Round here we talk just like lions
But we sacrifice like lambs
Round here shes slipping through my hands

Sleeping children better run like the wind
Out of the lightning dream
Mamas little baby better get herself in
Out of the lightning

She says its only in my head
She says shhh I know its only in my head
But the girl on car in the parking lot says
man you should try to take a shot
Cant you see my walls are crumbling?
Then she looks up at the building and says shes thinking of jumping
She says shes tired of life she must be tired of something

Round here shes always on my mind
Round here hey man got lots of time
Round here were never sent to bed early
And nobody makes us wait
Round here we stay up very, very, very, very late
I cant see nothing, nothing round here
Catch me if Im falling

(Nota pessoal: Descobri a música recentemente, e fica bem ao lado do que sinto de momento. Cumprimentos para o mundo musical que nunca me para de surpreender.)