sexta-feira, 6 de julho de 2007

Canto sem encanto: Criança na praia

Era nova. Era uma menina. Os seus cabelos eram castanhos de madeixas loiras. Estava na praia. A sua pele era bronzeada. Era nova. Era magra. Brincava na praia. A praia estava cheia de gente. Cheia de barulho. Construções. Comboio. Conversas. E ela não se importava. Apenas brincava. Corria e pulava sozinha. Pegava uma mão cheia de areia e com força lançava para o mar. Uma e outra vez o fazia. Sem sentido. Sem razão. Apenas lançava areia para o mar. Talvez o castigasse. De vez em quando parava de o fazer. Olhava para a imensidão do mar. Não o olhava com dúvida ou medo. Apenas o olhava. Seria impossível saber o que pensava. E mais uma vez brincava na areia. As pessoas olhavam-na. Tinham prazer em vê-la correr. Como uma dança em pleno mar. Como se ela parasse o tempo. Sem problemas. Sem dores. Sem horas de entrada. Sem horários de televisão. Sem engarrafamentos em estradas. Vê-la andar e pular fazia tudo parar. Como se o riso e brincadeira de uma criança resumissem a humanidade. O mundo era ela. Ela era o mundo.
Brincava e sorria. A mãe olhava-a preocupada. Tinha mais duas crianças a seu lado. Mas não brincavam como a sua mana. Estavam sentadas na toalha. Olhavam a areia com medo. Afastavam-se do sol. Olhavam apenas para a areia. Como se ela fosse saltar para cima deles. Não queriam saber de toda a gente da praia. Não tinham prazer em olhar para as outras pessoa. Toda a gente na praia olhava a sua volta. Á procura de uma visão atraente. Á procura de esquecer o calor do sol. A criança contudo continuava a brincar na areia. Pegava em areia e lançava para a praia. Corria rapidamente pelas pessoas lançando água e areia para cima delas. Não queria saber. Apenas queria correr e pular na areia. Como se o mundo fosse ela. E nenhuma preocupação a aborrecesse. A mãe por fim quebrou a dança e disse:
“Vamos para casa, arruma os teus brinquedos sim?”
Sem dizer uma palavra fez o que a mãe disse sem preocupações pois amanhã é mais um dia e o mundo é dela.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Frases perdidas na mente IV

A beleza é nossa. Ninguém te deve dizer o que é belo e o que não é. 6-30-2007

A lua cheia desaparece por entre nuvens brancas numa noite escura. Será normal? 6-30-2007

Estamos aqui numa de curtir a vida e o que ela dá. 7-1-2007

Vamos sempre ser impotentes para várias situações na vida. 7-2-2007

Se fosse possível partir do zero, ninguém teria passado. 7-5-2007

Somos altruístas quando nos convém. Somos heróis quando só temos a ganhar. Somos poetas quando a vida não tem propósito. 7-5-2007

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Inspiração para intelectuais

A inspiração provém de tudo. Sempre que escrevo, oriento-me pelo nada. Não tenho ideias. Mas elas surgem. Como se a minha mente estivesse a dizer um ditado, e eu, sou o seu aluno aplicado, que escrevo com cuidado para não cometer erros e acompanhar o orador. E a inspiração voa. Claro que não surge do nada. Não somos deus que cria um universo e uma humanidade sem bases, sem músicas que inspiram, sem livros que contam historias. A todo o momento a inspiração aborda-nos. Quer seja por uma pessoa estranha. Por versos de um poeta. Ou pelo som de uma música. Quando nos inspiramos, criamos.
Será que somos intelectuais, quando criamos? Somos mais que o normal? Nem todos criam. Constantemente a mente faz nos tomar uma série de atitudes, reacções. Mas isso, não é criar, é reagir. Criar, é algo tão diferente. Tão mais pessoal, mais criativo, mais único. Quando criamos somos donos de tudo. Somos intelectuais. Somos acima de qualquer um. Porque somos artistas. Somos poetas inspirados. Heróis da noite e do dia. Somos alguém. Mas criar, não faz de nós alguém melhor.
A fama não é o prémio pela nossa criação. Mas a mudança nas pessoas. Podermos ajudar alguém a crescer, a não cometer os mesmos erros que nós. Isso sim é o verdadeiro intuito da inspiração. Da criação. Pelo menos é assim que o vejo. Crio, a escrever. Escrevo talvez mais para retratar sentimentos. Coisas que vejo. Coisas que sinto. Passo para o papel. E no fim, dá um resultado.
A minha inspiração provém das pessoas. Da vida. Da experiência. Das sensações. Dos sentimentos. Tal como a de todos nós. Não são apenas os inspirados aqueles que escrevem ou pintam. São inspirados aqueles que se impõem. São inspirados aqueles que colocam o bem comum a frente do seu. São inspirados aqueles que tomam uma posição. Que defendem um ideal. Que conversam a olhar nos olhos. Que sabem falar. Que sabem se fazer ouvir. Que são verdadeiros. Influentes. Persuasivos. Únicos. Todos somos únicos, mas apenas alguns de nós admitimos o ser. Porque os outros, acham-se pobres de espírito. Inúteis. Massacrados e maltratados. No fundo, são apenas tolos, pois não admitem que tudo está as suas mãos, basta-lhes agarrar.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Poetry that does not rhyme: Famous people

They bring big thorns.
They throw everything around.
They get no reward.
No prize for their violent games.
And still they go on.
They never give up.
They play all day to be the best.
People admire them all the time.
They seem them like heroes.
Like they saved them all.
And still they’re no more then us.
They’re just humans.
Used to their life’s of craziness.
Buying strange things all the time.
They are strange.
They have their odd habits.
If they are hill its news.
If they are sad its news.
If they walk its news.
Everything is a reason for more money.
And we just keep on trying.
Get rich or die.
We suck all the contact they give us.
Us, the pure mortals.
Not famous.
Not healthy.
We work hard for an appreciation of our family.
They work a bit for the love of thousands.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Diário de uma corrida

“Estou a correr. Cada passo segue-se por outro. Quase nem os controlo. Apenas me desloco. A dor não existe. A respiração é perfeita. O meu andar é tão sincronizado. O vento alegra-me um pouco a face. Cada passo me faz mais próximo do meu objectivo. Seria me impossível parar de correr. O fim é a meta. É o objectivo final. É o meu único desejo de momento. O pensamento não existe agora. A dor não pode existir. A distracção não existe agora. O fim não pode existir.
O caminho é longo, mais vale segui-lo sem parar. Sem pensar em abrandar. Sem pensar em deixar de correr. A vida é um caminho. E neste momento eu corro numa corrida que chama mos de vida. O caminho nunca é curto. Todos os passos são certeiros. Todo o pensamento funciona perfeitamente. Tudo corre bem, quando corremos. O mundo cá fora não existe. Quando corremos tudo é diferente.
Os pés andam perfeitamente. Cada um segue o outro. Ambos se movem com uma perfeição única. As mãos movem o corpo em pequenas curvas que me fazem correr mais facilmente e perfeitamente. Nada me pode impedir de correr. Sei que corro sobre um piso não tão certo, não tão perfeito. Que poderei tropeçar e destruir toda a corrida. Sei que se algo correr mal, se algo me distrair, não serei capaz de continuar. Mas não posso pensar assim. Não posso.
A mente é tão única. Faz tudo andar. Somos completos altruístas. Porque quando corremos, só nós existimos. Parece que corremos num mundo distante, noutro universo. Sem nada á nossa volta. E o nosso único propósito correr. A dor não pode existir. Os passos são tão perfeitos que nem parece que os damos. Como se quiséssemos parar de correr, mas a mente não o quisesse. Pois o fim da corrida não está próxima e só o fim pode parar esta frenética corrida. Temos de seguir. Continuar a correr. De uma maneira tão perfeita e honesta. Somos humanos, e corremos.
Estou a correr. Cada passo segue o anterior. Não vou cair, não vou parar.”

domingo, 1 de julho de 2007

Música para ouvir: Fredo Viola - The Sad Song



(Nota pessoal: Música para deixar tocar e colocar no replay, vezes e vezes sem conta.)