terça-feira, 4 de setembro de 2007

Férias desta mente, deste lugar

Acabou-se o blog, pelo menos este. Tirei férias deste problema diário e rotineiro, para logo entrar noutro semelhante. Precisamos de uma rotina. Este blog fazia parte dela, agora, que venha outra, mais simpática, mas aceitável, mais fácil. Gostei deste blog meio privado. Era calmo, não muito suicida, meu. Mas faltava algo, faltava a originalidade que sempre quis num blog meu. Este blog era muito artificial, muito certinho, pouco aceitável. Portanto, que venha daí algo mais produtivo, algo novo.
Acabei então este blog. Acabei então, a fase da nova alma. Julgo nunca conseguir uma alma nova, pelo menos, enquanto esta ainda funciona. Mando cumprimentos a toda a gente, aproveitem o que vos dão, e façam como eu, algo produtivo do vosso tempo. Aprendam a passar uma moeda pelos dedos. Aprendam a escrever com os pés. Aprendam a ler tarot. Quem sabe, daqui a muitos anos, não será triste o facto de não saberem fazer nada para além de amar, comer e dormir.
Cumprimentos, até á próxima.
MJCC

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Férias de Verão

Fui de férias. A inspiração vai morrer um pouco nas próximas semanas, mas talvez assim consiga mais tempo para mim. Mais tempo sem preocupações. Mais tempo. Não que a escrita me consuma tempo. Não. Escrever nunca me consumiu tempo. Apenas alma. Mas quem precisa dela?
Fui de férias. Vou nadar em água salgada. Torrar ao sol abrasador. Enfiar pés na areia. Por creme nas costas. Correr pela praia. Sim, a praia. Chego a pensar que estar de férias na praia é um pouco masoquista. Mas quem sou eu para mal dizer do meu estilo de vida? Já me custa saber que muitos dariam para ter tanto tempo de férias e de tão boa qualidade como eu tenho. Mas enfim, são férias.
Como já disse uma vez, as férias servem mais para dizer que as tivemos do que para as realmente usar. Vou então de férias. Sem me querer preocupar com nada de nada. Apenas ali, sozinho, a torrar ao sol. Ver as bifas á noite. Receber um sms ocasional e não me preocupar com o saldo do telemóvel. Quatro canais na televisão e um galo que canta todas as manhãs na casa do lado. Sim as minhas férias são em sítios esquisitos. E com gente esquisita. E a fazer coisas… completamente normais.
As férias são quando queremos que sejam. E se hoje parto par terras d’El mar, é porque tenho de partir, não porque quero. Férias já eu tive o ano todo. Mas o presente diz me que férias é aquilo e eu vou. Sem preocupações. Soubesse o D. Afonso Henriques que o seu povo vai passar as férias a terras de mouros, talvez se passasse da cabeça. Mas pronto, como ele não está cá, desejo umas boas férias, e um abraço para essa malta toda que por ai anda.

Canto Sem Encanto: Rapaz Abandonado

Estava ali. Tão sozinho e abandonado. A vida não lhe corria bem. O tempo não passava. Nada se resolvia. Tinha uma cara estranha. Como se quisesse sorrir mas o corpo forçava um ar sério de dor. Estava triste. Pensativo. Cansado. Abandonado. Tinha cabelo preto. Era alto. Tremia. Tinha frio. Andava confiante por entre as pessoas. Erguia no seu subconsciente os ombros para cima. Imponha respeito. Olhava para cada pessoa que via. Olhava de uma maneira desconfortável. Tentava afastar o olhar dele, mas era me impossível. Não era pobre. Não era abusado. Era normal. E contudo o rosto dizia todo. Um olhar sozinho e perdido. Parou. Parou de andar. Encostou se a uma parede. Colocou o pé como apoio e descontraiu o outro. Cruzou os braços e com a mão esquerda coçou o queixo. Passou levemente a mão pelo pescoço e manteve o olhar em frente. Sem problemas. Sem querer saber de quem passava e o olhava. Estava ali. E dali não sairia.
Subitamente algo o atingiu. Como um raio numa noite escura. Não sei bem donde. Mas algo o alterou. Saiu da parede. Começou a andar rapidamente. Embateu contra pessoas. Não parou para pedir desculpa. Continuou a andar. Cada vez mais depressa. Passou por tanta gente. Não olhou para ninguém. Não queria saber. Correu e correu. Era misterioso. Não sei qual de nós mais. Ele que corria. Ou eu que corria com ele tentando acompanhar o seu passo. Não olhou para trás uma só vez. Estava comprometido. A pensar bem no que ia fazer. E contudo não saiu do mesmo lugar. Corria de um lado para o outro. Mexia-se agilmente. Mas temia em andar a volta. Sem sair do mesmo sitio. Sem criar nada. Sem concluir nada. Apenas vagueava. Estava estranho. Era estranho. E no fim parou. Uma voz disse:
“Atrasei-me muito?”
Ele sorriu e não quis saber mais do que fugia.

Frases perdidas na mente V

O álcool não julga, apenas ouve. 7-5-2007

E não procuramos nós por alguém que nos ouça? 7-6-2007

Terei de ser normal para os normais, e diferente para os tolerantes. 7-7-2007

Se a dor for ilusão e o amor ficção, então a vida é uma desilusão. 7-8-2007

Quando não estás, a ausência faz-me chorar; quando estás, a presença faz me sonhar; quando não existes, então é porque sou feliz. 7-9-2007

O imprevisível mata. O previsível aborrece. 7-10-2007

A minha consciência reflecte-se num fanático, um amigo e um desiludido. 7-10-2007

Se a saudade fosse gente, ela estaria entre nós os dois. 7-11-2007

Se o holocausto fosse hoje, quem tivesse um modem lento ia para centros de concentração. 7-11-2007

O corpo pede férias, a mente pede criação e o universo, esse, dá-me pura ilusão. 7-12-2007

Fui me embora, parti. Que não sintas saudades de quem nunca tiveste, que não tenhas pena do que nunca disseste. Adeus, já fui, já vou ao longe, sem olhar para trás. Sem remorsos ou dor. Fui. 7-12-2007

quarta-feira, 11 de julho de 2007

A frustração da tecnologia

A tecnologia dá nos tudo num segundo. A tecnologia tira-nos tudo num segundo.
Traz-nos memórias num CD, vidas numa pendrive, gostos num iPod. E a tecnologia faz de nós seus lacaios. Seus dependentes eternos. Faz futuros escritores dependentes do Word. Faz futuros arquitectos dependentes de programas complexos e ordenados por sabe se lá quem. Faz nos tirar um curso cada mês para não sermos ultrapassados por uma criança de sete anos. Faz nos depender dos mais novos, pois eles são os mais velhos de hoje.
O mundo está trocado pela tecnologia. Basta tempo e dedicação, e somos donos do mundo. Pelo menos do nosso. Daquele que nos dão a conhecer, o digital. O mundo digital faz-nos habitantes do sonho chamado “aldeia global”. O sonho tão próximo da realidade, e contudo com tanta falta de carácter e ordem que talvez nunca passe disso, um sonho. Um sonho, mas não de todos nós.
Maltratam-se as pessoas, pois o seu trabalho de horas é convertido em nada. Em um pequeno ecrã negro, de plasma. Abismados com a tecnologia, os seus preços e capacidades, nem sabemos bem quem somos. Porque somos lacaios da informática. Feitos para comprar. Para pedir algo mais rápido, eficiente, nosso. Hoje não vemos fotos em álbuns. Hoje não ouvimos música em CD’s. Hoje não escrevemos em papel. Hoje não andamos, navegamos.
O mundo é plano. A tecnologia é frustada. Exigimos rapidez máxima! E hoje, em vez de corrermos para dizer a alguém:
“Amo-te.”
Preferimos mandar um SMS ou um E-mail. E se hoje queremos falar com alguém para ouvir a sua voz e sentirmo-nos especiais e amados; para a ouvir dizer:
“Gosto de ti.”
Preferimos telefonar, pois a voz ao telefone parece tão igual á de ao vivo.
O mundo está diferente. Não precisamos de um velho do Restelo para o perceber. Todos o sabemos. Não sou um velho. Não noto as diferenças tanto como outros. Mas sou novo. E no mundo de hoje todos somos novos. Todos tentamos nos adaptar a este mundo sempre igual e contudo sempre em mudança. Hoje, ninguém é adulto, pois todos

terça-feira, 10 de julho de 2007

Poetry that does not rhyme: Old memories

Like a lightning it strokes me.
An old memory that changed all my thoughts of the day.
It hit me and made me realise how some things are lost.
Old photos bringing back short and unimportant moments.
But yet, moments no one likes to forget.
How in a second you can remember.
You can bring back days and hours of laughter.
You can remember what you never wanted to keep.
Moments, seconds of happiness.
But unimportant for your future life.
So you erase them.
You erase the past that doesn’t matter.
You erase the moments that don’t count.
You kill the stuff that aren’t in your mind.
You make them go away.
Because your mind has limits.
You can’t hold every moment.
You can’t keep every laugh.
You can’t keep every day.
You can’t keep every cry.
So your mind erases what it find useless.
And leaves spaces blank in your memory, for new times.
New people.
New thoughts.
New memories.
The mind expands.
And you only keep what matters.
But who decides what matters and doesn’t matter?

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Diário de uma dança

“Ela era linda. Olhava para mim sem problemas ou vergonhas. Eu não. Eu estava nervoso e cheio de medo. A dança não é o meu forte. Mas ali, forçado a dançar com a beleza, deixei me ir. A melodia tocou alta. Tão alta estava que parecia me querer magoar. Tocava como se gritasse contra mim bem alto para dançar. Mas ali, eu e ela a olharmo-nos, nada tocava. Não havia música. Nada se ouvia. Nada existia. Apenas cada passo de dança, tal como havia aprendido.
Desajeitado, tropeçava e tentava fazer boa figura. Dizia alto os passos de dança. Olhava para os meus pés atentamente de modo a não a pisar. Mas tudo o que tentasse fazer, apenas piorava a minha figura. Ela contudo, não se preocupou. Pediu para deixar de olhar para os seus pés, que colocasse a mão fixa nas minhas costas e que relaxasse. Os meus ossos não me obedeciam, e dentro de mim apenas uma voz ecoava, a sua.
Levantei o olhar e contemplei o seu corpo. Puxei contra mim e coloquei a minha mão nas suas costas. Abrandei a minha respiração e deixei de repetir cada passo. Ela olhava para alto, para os meus olhos. Comandava a dança. Cada passo, perfeito. Rodava e pulava para o lado angelicamente. Por vezes um erro ou dois da minha parte, mas ela nem ouvia as minhas desculpas e deixava assim a dança fluir. Sorria e sincronizava a bela dança. E eu, levado por ela, até parecia saber dançar.
Não sabia para onde olhar. Ela tinha os olhos fixos em mim. Percorria o meu corpo simultaneamente querendo que a dança fosse perfeita. Perdi-me do tempo, e a musica não teria fim. Olhei á minha volta. Todos dançavam. Também desajeitados os parceiros tentavam obedecer ao controlo delas. Elas que pareciam nascer para a dança. Nascer para se moverem de um modo tão terno e divinal. E assim a dança progredia. Tentei esquecer o facto de me sentir suar. De me sentir perto de uma falésia, como se fosse cair. E a minha única salvação, era uma mão pequena que me agarrava, e me levava a dançar com ela.
A música acabou. E ela sorria feliz. Chegou-se a mim, e disse que tinha dançado bem. Perguntou-me se queria dançar com ela no baile do final de ano. Tentei disfarçar a minha desilusão, e apenas disse:
-Não. Não danço tão bem como tu. Mas conheço quem te possa levar. Um amigo. Dança muito bem, e com o qual farás a melhor das figuras, ali, no salão a dançares.
Ela disse obrigado. Afastei-me. Não sei se ainda sorria, ou se estava triste com a minha resposta. Não nasci para dançar. Seria uma afronta dançar com alguém tão perfeito. Pois a dança é artística, mágica, flúi como a água numa corrente. Será que ela também pensa assim?”

domingo, 8 de julho de 2007

Música para ouvir: Editors - Smoke outside the hospital doors



Pull the blindfold down
So your eyes can't see
Now run as fast as you can
Through this field of trees

Say goodbye to everyone
You have ever known
You are not gonna see them ever again

I can't shake this feeling I've got
My dirty hands, have I been in the wars?
The saddest thing that I'd ever seen
Were smokers outside the hospital doors

Someone turn me around
Can I start this again?

How can we wear our smiles
With our mouths wide shut
'Cause you stopped us from singin'

I can't shake this feeling I've got
My dirty hands, have I been in the wars?
The saddest thing that I'd ever seen
Were smokers outside the hospital doors

Someone turn me around
Can I start this again?
Now someone turn us around
Can we start this again?

We've all been changed
From what we were
Our broken parts
Left smashed off the floor

I can't believe you
If I can't hear you
I can't believe you
If I can't hear you

We've all been changed
From what we were
Our broken parts
Smashed off the floor

We've all been changed
From what we were
Our broken parts
Smashed off the floor

Someone turn me around
(We've all been changed from what we were)
Can I start this again?
(Our broken parts smashed off the floor)
Now someone turn us around
(We've all been changed from what we were)
Can we start this again?
(Our broken parts smashed off the floor)

(Nota pessoal: A voz dele faz lembrar David Fonseca, e tem um toque que torna a música fantástica.)

O mundo é normal

Se o mundo é normal para quê ser anormal? Todas as coisas rolam como se o mundo se tratasse de uma montanha. Somos apenas pedras, á espera da derrocada. O mundo é normal, porquê ser anormal? Se todos são algo, alguns orgulham-se de não o ser. Se todos são alguém, alguns orgulham-se de nunca o terem sido. Se o mundo é redondo, e descendemos de macacos, alguns orgulham-se de o contradizer. E tudo progride, tudo segue, e nós continuamos uma pedra á espera dessa longa derrocada.
Tudo tem uma lógica. Qualquer pessoa procura justificar-se das suas atitudes. Procura dizer, de uma maneira lógica ou ilógica, a razão das suas atitudes. E a verdade é que nem tudo tem razão de ser. O mundo é de facto normal, nós é que teimamos em torná-lo anormal. Porque gostamos da diferença, da dificuldade, da lição de moral depois de cometermos o erro. Criamos e evoluímos. E o mundo torna-se menos normal.
Ninguém gosta de ser normal. Talvez gostem os velhos do Restelo, teimando que o bom seria manter o passado. Pois aí, talvez fossemos todos normais. Talvez se todos conservássemos o passado. Se a evolução estagnasse talvez deixássemos de tentar ser diferentes. A diferença provém do comum. E hoje, hoje o mundo é uma aldeia global. Ou pelo menos luta para o ser. E se o mundo se irá tornar num globo todo igual, então aí explodiremos as nossas diferenças, ai seremos todos menos como somos hoje. Aí, iremos seguir aqueles que consideramos diferentes.
Hoje, está em voga ser diferente. Esquecer a normalidade e tomar uma posição: ser diferente. Mas diferente do quê? Daquilo que querem que sejamos, ou igual àqueles que consideras diferentes? E são eles diferentes do quê? De ti? Procuramos sobressair. Procuramos fazer-nos notar. Fazer-nos ouvir. E damos connosco a ser quem nunca gostaríamos de ter sido. E apenas o somos, para sermos diferentes. O mundo é normal, lutamos pela sua diferença. E enquanto uns lutam para se imortalizar, outros lutam por quem nada tem. Enquanto uns criam para tornar a nossa vida diferente outros trabalham para manter tudo em pé. Enquanto uns vendem o corpo outros curam quem está doente. O mundo está cheio de diferenças. E contudo é normal. Porquê lutarmos pelas nossas diferenças? Somos todos dignos da vida. Mas apenas alguns têm direito a vive-la.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Canto sem encanto: Criança na praia

Era nova. Era uma menina. Os seus cabelos eram castanhos de madeixas loiras. Estava na praia. A sua pele era bronzeada. Era nova. Era magra. Brincava na praia. A praia estava cheia de gente. Cheia de barulho. Construções. Comboio. Conversas. E ela não se importava. Apenas brincava. Corria e pulava sozinha. Pegava uma mão cheia de areia e com força lançava para o mar. Uma e outra vez o fazia. Sem sentido. Sem razão. Apenas lançava areia para o mar. Talvez o castigasse. De vez em quando parava de o fazer. Olhava para a imensidão do mar. Não o olhava com dúvida ou medo. Apenas o olhava. Seria impossível saber o que pensava. E mais uma vez brincava na areia. As pessoas olhavam-na. Tinham prazer em vê-la correr. Como uma dança em pleno mar. Como se ela parasse o tempo. Sem problemas. Sem dores. Sem horas de entrada. Sem horários de televisão. Sem engarrafamentos em estradas. Vê-la andar e pular fazia tudo parar. Como se o riso e brincadeira de uma criança resumissem a humanidade. O mundo era ela. Ela era o mundo.
Brincava e sorria. A mãe olhava-a preocupada. Tinha mais duas crianças a seu lado. Mas não brincavam como a sua mana. Estavam sentadas na toalha. Olhavam a areia com medo. Afastavam-se do sol. Olhavam apenas para a areia. Como se ela fosse saltar para cima deles. Não queriam saber de toda a gente da praia. Não tinham prazer em olhar para as outras pessoa. Toda a gente na praia olhava a sua volta. Á procura de uma visão atraente. Á procura de esquecer o calor do sol. A criança contudo continuava a brincar na areia. Pegava em areia e lançava para a praia. Corria rapidamente pelas pessoas lançando água e areia para cima delas. Não queria saber. Apenas queria correr e pular na areia. Como se o mundo fosse ela. E nenhuma preocupação a aborrecesse. A mãe por fim quebrou a dança e disse:
“Vamos para casa, arruma os teus brinquedos sim?”
Sem dizer uma palavra fez o que a mãe disse sem preocupações pois amanhã é mais um dia e o mundo é dela.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Frases perdidas na mente IV

A beleza é nossa. Ninguém te deve dizer o que é belo e o que não é. 6-30-2007

A lua cheia desaparece por entre nuvens brancas numa noite escura. Será normal? 6-30-2007

Estamos aqui numa de curtir a vida e o que ela dá. 7-1-2007

Vamos sempre ser impotentes para várias situações na vida. 7-2-2007

Se fosse possível partir do zero, ninguém teria passado. 7-5-2007

Somos altruístas quando nos convém. Somos heróis quando só temos a ganhar. Somos poetas quando a vida não tem propósito. 7-5-2007

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Inspiração para intelectuais

A inspiração provém de tudo. Sempre que escrevo, oriento-me pelo nada. Não tenho ideias. Mas elas surgem. Como se a minha mente estivesse a dizer um ditado, e eu, sou o seu aluno aplicado, que escrevo com cuidado para não cometer erros e acompanhar o orador. E a inspiração voa. Claro que não surge do nada. Não somos deus que cria um universo e uma humanidade sem bases, sem músicas que inspiram, sem livros que contam historias. A todo o momento a inspiração aborda-nos. Quer seja por uma pessoa estranha. Por versos de um poeta. Ou pelo som de uma música. Quando nos inspiramos, criamos.
Será que somos intelectuais, quando criamos? Somos mais que o normal? Nem todos criam. Constantemente a mente faz nos tomar uma série de atitudes, reacções. Mas isso, não é criar, é reagir. Criar, é algo tão diferente. Tão mais pessoal, mais criativo, mais único. Quando criamos somos donos de tudo. Somos intelectuais. Somos acima de qualquer um. Porque somos artistas. Somos poetas inspirados. Heróis da noite e do dia. Somos alguém. Mas criar, não faz de nós alguém melhor.
A fama não é o prémio pela nossa criação. Mas a mudança nas pessoas. Podermos ajudar alguém a crescer, a não cometer os mesmos erros que nós. Isso sim é o verdadeiro intuito da inspiração. Da criação. Pelo menos é assim que o vejo. Crio, a escrever. Escrevo talvez mais para retratar sentimentos. Coisas que vejo. Coisas que sinto. Passo para o papel. E no fim, dá um resultado.
A minha inspiração provém das pessoas. Da vida. Da experiência. Das sensações. Dos sentimentos. Tal como a de todos nós. Não são apenas os inspirados aqueles que escrevem ou pintam. São inspirados aqueles que se impõem. São inspirados aqueles que colocam o bem comum a frente do seu. São inspirados aqueles que tomam uma posição. Que defendem um ideal. Que conversam a olhar nos olhos. Que sabem falar. Que sabem se fazer ouvir. Que são verdadeiros. Influentes. Persuasivos. Únicos. Todos somos únicos, mas apenas alguns de nós admitimos o ser. Porque os outros, acham-se pobres de espírito. Inúteis. Massacrados e maltratados. No fundo, são apenas tolos, pois não admitem que tudo está as suas mãos, basta-lhes agarrar.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Poetry that does not rhyme: Famous people

They bring big thorns.
They throw everything around.
They get no reward.
No prize for their violent games.
And still they go on.
They never give up.
They play all day to be the best.
People admire them all the time.
They seem them like heroes.
Like they saved them all.
And still they’re no more then us.
They’re just humans.
Used to their life’s of craziness.
Buying strange things all the time.
They are strange.
They have their odd habits.
If they are hill its news.
If they are sad its news.
If they walk its news.
Everything is a reason for more money.
And we just keep on trying.
Get rich or die.
We suck all the contact they give us.
Us, the pure mortals.
Not famous.
Not healthy.
We work hard for an appreciation of our family.
They work a bit for the love of thousands.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Diário de uma corrida

“Estou a correr. Cada passo segue-se por outro. Quase nem os controlo. Apenas me desloco. A dor não existe. A respiração é perfeita. O meu andar é tão sincronizado. O vento alegra-me um pouco a face. Cada passo me faz mais próximo do meu objectivo. Seria me impossível parar de correr. O fim é a meta. É o objectivo final. É o meu único desejo de momento. O pensamento não existe agora. A dor não pode existir. A distracção não existe agora. O fim não pode existir.
O caminho é longo, mais vale segui-lo sem parar. Sem pensar em abrandar. Sem pensar em deixar de correr. A vida é um caminho. E neste momento eu corro numa corrida que chama mos de vida. O caminho nunca é curto. Todos os passos são certeiros. Todo o pensamento funciona perfeitamente. Tudo corre bem, quando corremos. O mundo cá fora não existe. Quando corremos tudo é diferente.
Os pés andam perfeitamente. Cada um segue o outro. Ambos se movem com uma perfeição única. As mãos movem o corpo em pequenas curvas que me fazem correr mais facilmente e perfeitamente. Nada me pode impedir de correr. Sei que corro sobre um piso não tão certo, não tão perfeito. Que poderei tropeçar e destruir toda a corrida. Sei que se algo correr mal, se algo me distrair, não serei capaz de continuar. Mas não posso pensar assim. Não posso.
A mente é tão única. Faz tudo andar. Somos completos altruístas. Porque quando corremos, só nós existimos. Parece que corremos num mundo distante, noutro universo. Sem nada á nossa volta. E o nosso único propósito correr. A dor não pode existir. Os passos são tão perfeitos que nem parece que os damos. Como se quiséssemos parar de correr, mas a mente não o quisesse. Pois o fim da corrida não está próxima e só o fim pode parar esta frenética corrida. Temos de seguir. Continuar a correr. De uma maneira tão perfeita e honesta. Somos humanos, e corremos.
Estou a correr. Cada passo segue o anterior. Não vou cair, não vou parar.”

domingo, 1 de julho de 2007

Música para ouvir: Fredo Viola - The Sad Song



(Nota pessoal: Música para deixar tocar e colocar no replay, vezes e vezes sem conta.)

sábado, 30 de junho de 2007

Perdido no meio de algures

Decisões são para se tomar de ânimo leve. Contudo a vida está cheia de más decisões e péssimas conclusões. E é perdido no meio de nenhures que acabo por perceber essa grande falha. Ás vezes é preciso perdermos o rumo para percebermos que estávamos a seguir o errado. E é assim que conclui que tomei o lado errado, mais uma vez. Mas pronto, sem crises, a vida é mesmo assim. Pelo menos é o que dizem os actores nos filmes e os escritores nos livros. Usam aquelas frases feitas e embelezam isto tudo que chamamos de vida. Faz parte.
È assim. Estou perdido. No meio de uma aldeia no norte. Menos de cinquenta pessoas num raio de um quilometro. Todos se conhecessem. E eu, não conheço ninguém. Árvores tapam tudo quanto é vista. O vento é puro e as casas têm tinta a cair. As raparigas não são bonitas. Os velhos não estão conservados. E eu não tenho paciência. A solidão do nada sempre me confundiu. Não me preenche. Aprecio a solidão, sempre apreciei. Mas gosto de ter algo para me agarrar. Gosto de estar sozinho, mas ter algo para fazer, algo para me preencher. E assim, não estou de facto sozinho. É a cura para a solidão que tanto procuro. È tudo muito confuso. Mas quem não o é?
No fundo, é aqui, perdido no meio de nenhures, cheio de compromissos, sem hormonas para usar, sem mente para trabalhar, sem inspiração para criar, que me sinto vazio. O vazio deu-me respostas, disse-me o mal que fiz. Disse-me a estupidez que disse. As decisões que tomei. As falhas no meu processo de me tornar um humano. Sou portanto, um falhado. Acho que todas as minhas falhas poderiam ser tratadas, se eu nascesse com um grilo falante. Se eu tivesse uma consciência que se manifestasse. E contudo, não a tenho.
Todos os que me conhecem tentam ser a minha consciência. Tentam me dizer o que está certo e errado. A questão é que nisso sou igual a toda a gente. Deixemo-nos de mentiras. Todos sabemos o que está certo e o que está errado. Não somos crianças. Sabemos a melhor coisa a fazer, sempre. Sabemos a pior coisa a fazer, sempre. E contudo, fazemos o que queremos. Nem sempre o mais correcto, nem sempre o mais humano. Mas a nossa decisão. E se nos respeitamos, então não guardamos rancor, então não temos remorsos. Cometemos erros, sim. Temos sangue frio para os superar. Temos inteligência para os remediar, mas não deveremos ter remorsos. Fizemos o que fizemos, porque quisemos, e apenas porque o quisemos. Não somos pobres idiotas sem vontade própria. Não somos movidos por um destino já escrito num velho papiro perdido pela Ásia. Somos humanos. Temos vontade própria. Tomemos então, as nossas decisões, quer sejam más ou boas.

Canto sem Encanto: Menina Loira

Era loira. Bonita. Sentada numa cadeira de rodas. Saia do carro com a ajuda da mãe. A mãe ajudou-a. Era bonita ela. Bonita e nova. A mãe era velha. Saíam do carro em direcção ao Mc Donalds. O carro era velho e sujo. Ela era nova e bonita. Estava numa cadeira de rodas. OS clientes no Mc Donalds olharam pelas paredes vidradas com desdém. Acabam por ignorar e continuar a comer entristecidos com ela. Ela sorria. Estava numa cadeira de rodas e sorria. Estava feliz. Respirava por um tubo de plástico ligado a uma caixa cinzenta. O seu cabelo era loiro. Chegava até á cintura. Era liso e brilhante. Ela estava numa cadeira de rodas. Sorria feliz. O vento deslizava pela sua cara. E ela gostava de o sentir assim. A mãe estava preocupada. Falava e empurrava a cadeira de rodas. Ela não. Ela estava feliz. Trazia uma mala. Tal como outra senhora qualquer. Estava bem vestida. A apanhar o seu cabelo estava uma borboleta cinzenta de metal. Ela respirava por um tubo fino de plástico. Estava sentada numa cadeira de rodas.
Entrou no Mc Donalds. Ninguém ajudou a abrir a porta para ela. Um cliente entediado com a espera para entrar abriu a porta. Recebeu um obrigado e partiu para o balcão. As pessoas olhavam-na com pena. Ela sorria alegre. A mãe empurrava a cadeira de rodas. Ela olhava para a ementa. Chegaram ao balcão. A mãe pediu. Ela sorria. Todos lhe olhavam. Ela não olhava de volta. Tinham pena dela. Olhavam-na como se o olhar doesse. Ela não olhava para eles. È má educação fixar o olhar em desconhecidos. Mas só ela parecia pensar assim. Respirava por um tubo de plástico ligada a uma caixa cinzenta. Ela estava feliz. Era tão bonita. Só queria almoçar. Não tinha preocupações naquele momento. Segurava a sua mala e olhava para cima. Estava na cadeira de rodas. A senhora do balcão perguntou o que queriam beber. A mãe pediu água para ela. Olhou para a filha e perguntou se ela queria Coca-Cola. Ela disse levemente:
“Antes quero Sumo de laranja.”
Todos temos de olhar pela nossa saúde.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Frases perdidas na mente III

Riscamos a alma com os nossos erros. Uma alma limpa é uma alma morta. 6-22-2007

O choro é a criação do além. É o reflexo da dor. É a garantia da nossa humanidade. É o nosso passe de entrada. 6-25-2007

Algumas pessoas deviam ser deportadas para o seu país de origem. Mas terá essa gente algum país seu? 6-25-2007

Vamos enganar a mente e ser todos felizes. 6-25-2007

Levantem o dedo para falar. Levantem o braço para revoltar. 6-27-2007

A nossa imperfeição não traz sintomas, apenas maus resultados. 6-28-2007

Tudo corre mal, quando tudo parece correr tão bem. 6-28-2007

Tão rápido somos felizes

E tão rápido somos infelizes. Que vida é esta que a felicidade é passageira. Que percurso é este que as incertezas são o motor do nosso movimento. Não devíamos ser tão inseguros. Não devíamos ser tão tolos. Não devíamos ser tão terrivelmente tristes. Tão terrivelmente patéticos.
Mas somos assim. Tudo é passageiro connosco. A nossa distracção de hoje será amanhã mais uma recordação. Somos mais que imperfeitos, viemos para este mundo cheios de defeitos. Impossíveis de curar, impossíveis de detectar. A nossa imperfeição não traz sintomas, apenas maus resultados. E nós somos a raça mais imperfeita á fase da terra. Somos complexos demais. Tratamos tudo com uma naturalidade inumana. Um sentimento incompleto. Uma ligação mal estabelecida.
Se a nossa vida fosse um livro, ele não teria livro. Apenas uma capa. A capa atrai as pessoas. Por que é quem somos, não passamos de apenas uma imagem, um titulo gigante e umas criticas de gente influente nas costas. Lutamos pelo respeito. Fazemos pela popularidade. Entretanto, cometemos erros nunca antes vistos. Tomamos decisões, nunca antes tomadas, e pelo processo, crescemos. Amadurecemos. Somos cada vez mais, aquele tipo previsível. Aquele idiota humano. Somos cada vez mais… alguém. E temos de ser alguém.
Passamos uma vida a lutar para nos colocarem uma etiqueta. Para nos marcarem como mais um. Para por uma vez na vida, sermos considerados alguém, sem mesmo termos de lutar por isso. O que queremos mais, é não falar. A vida torna-se tão repetitiva, que o nosso desejo é cada vez falarmos menos. Apenas respirarmos e suspirarmos, para que todos nos entendam. Sim, é isso que queremos. Ser compreendidos, apesar de sermos uns incompreendidos. E á velocidade que os nossos desejos desaparecem, as nossas fantasias morrem, e os nossos sonhos se tornam num vago branco e abandonado, por dentro, nos morremos um pouco mais. Somos assim.
E se ao menos não fossemos assim. Se aos menos soubéssemos ser directos. Se ao menos percebêssemos que a vida não se gere por horas certas. Que a vida não funciona apenas á partir de uma certa hora. Que tudo o que temos de fazer, não precisa de ser feito o mais tarde possível. Que devemos tomar uma atitude, quanto mais cedo. Que devemos decidir ser alguém. Que devemos dizer, quem realmente somos. Mostrar o que queremos fazer.
Ser directos. Parar quem achamos imperfeito, e contar-lhe. Falar-lhe do que nos irrita profundamente. Do respeito mútuo, mas esclarecer aquele pequeno pormenor que nos mete loucos. Contar-lhe que odiamos aquilo e aquilo, e gostaríamos de não dar em loucos. Porque no fundo, conversar é uma opção para não virarmos doidos. Devemos mostrar ás pessoas que somos vivos, e queremos ser ouvidos. Queremos falar e ser ouvidos. Se toda a gente fosse directa, não haveria desavenças, indirectas ou rodeios. Seríamos todos mais certeiros e correctos. Mas não o somos, porquê? Porque alguém nos assustou. E hoje? Não passamos de uns medrosos, com medo do nada que nos ameaça constantemente. Com medo da eternidade que é nossa.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Poetry that does not rhyme: Thank you

Few things make me laugh.
Few times I feel good.
Few times I feel safe.
But yesterday, I felt it all.
You made me smile again and again.
Brought me hopes and desires for you.
You made me feel alive and well.
And so I say thank you.
I say thank you.
Cause I wasn’t expecting it.
Nothing made me realize how good it will be.
Life isn’t a destiny.
It can’t be.
And if it is, who decides who?
Who pushes ourselves to be something that we aren’t?
Who makes us be what we don’t want to be?
Some might think you’re great.
Some may say you’re perfect.
But I don’t agree with you, when you say destiny exists.
Life’s not controlled by written lines.
We make our life.
We write the story of ourselves.
We decide what’s right and wrong.
And yesterday, I did what I did.
I’m not disappointed.
I’m happy, because I was myself.
I did what I wanted to do.
And talking to you like that, was great.
I said what I wanted to say.
And you made it great.
But I don’t what to do the same mistakes again.
So, forgive if I’m slow.
Forgive if I’m afraid.
I will tell you how much I want you.
Just give me time.
And you will know.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Diário do arrependimento

“Nunca te bati. Nunca te menti. Nunca pensei duas vezes quando falava contigo. Sempre fui justo, honesto e certo. Não me obrigas-te a fazer o que fiz. És tão igual como diferente de todas as pessoas que conheci. Nunca te fiz nada que não quisesse fazer. Nunca te enganei. Nunca te quis ver chorar. Nunca te quis atingir com o que dizia. Nunca te quis magoar. Nunca pensei que seria assim. Não quis.
Mas foi como aconteceu. Hoje, és o meu único arrependimento. O tempo cura tudo. As cicatrizes desaparecem lentamente, deixando uma mísera marca que apenas eu sei encontrar. A chuva molhou-me e constipou-me, mas hoje, já nem recordo como estava. A comida, soube-me bem e mal, mas não consigo descrever nenhum dos sabores que tive o prazer de gostar. As pessoas que conheci, algumas deixei de falar, outras perderam-se no caminho, mas hoje, nenhuma delas deveria estar ao meu lado.
Apenas tu. Tu és a única coisa que mantenho na mente. Por muito tempo que passe, por muita chuva que apanhe, por muitas marcas que o meu corpo tenha, por muitos sabores e odores que aprecie, por muitas pessoas que conheci, apenas tu resistes. Como se um dia, amnésico e perdido, o teu nome ecoasse na minha mente. Como se um dia, muito depois de ter perdido a minha humanidade, tu ainda vagueasses pela minha mente, naturalmente e vivamente. És o meu único arrependimento. Nunca te quis ofender.
A culpa foi minha. Minha apenas. Não vou dizer que não. Não vou dizer que não estava sobre o controlo das minhas capacidades e atitudes quando fiz o que fiz. Não vou culpar drogas ou substâncias que me alterem. Não vou culpar a temperatura, os meus pais, á minha liberdade. Não vou culpar a minha falta de carácter, a minha falta de personalidade, o meu abuso de estupidez.
Tudo parece tão fácil quando temos alguém para por as culpas. Tudo parece tão simples. Tão acessível. Mas neste momento, não tenho nada para por as culpas em cima. Não posso dizer que te fiz mal. Que te dei fortes e continuas razoes para me abandonares. A verdade, é a culpa disto tudo, é minha. Não é possível culpar-me. Não sou o culpado. Se alguém analisa se tudo o que passamos, tudo o que dissemos, não seria capaz de me culpar a mim pelo que se passou. Fiz o que fiz, reagiste como reagiste.
Deus sabe como te tentei encontrar. Deus sabe como quando sempre que ouvia o teu nome, ou ouvia falar do sítio onde estás, eu pensava em ti. Sempre que se falava de algo que foi importante para nós, o teu nome surgia, como aquela velha cicatriz, sem vontade para desaparecer. Dizem que, apoiando-nos com novas descobertas e esforços médicos, é possível retirar essa cicatriz. Dizem que se a taparem, com algo novo, algo não deformado, ela irá desaparecer. Mas de todas as cicatrizes que tenho, és a única que nunca quero perder. Poderei talvez um dia sofrer de amnésia. Poderei talvez até ser incapaz de falar. Incapaz de me mexer. Mas espero que nunca chegue o dia em que te esqueça. Em que este arrependimento acabe. Porque quando esse dia chegar, então não serei eu. Não serei eu a controlar-me. Estarei louco, sem justiça. Parvo e idiota, como estive no dia em que te perdi. Razoes não te faltam, para teres reagido da maneira como reagiste. É uma pena. Mas hoje, somos estranhos. E o facto de hoje, não nos falarmos, é aquela cicatriz, aquela impenetrável e inquebrável. Mas de todas elas, és a única cicatriz que nenhuma operação poderá tirar. És a única recordação que nenhuma doença poderá perder. És o único sentimento que alguma vez será substituído.
Estou arrependido, mas de que vale o arrependimento se nunca poderei remediar o que fiz? Não te peço desculpa, não porque não mereço, mas porque não fiz nada de mal ou sem a minha intenção. Peço que tenhas uma boa vida, porque nunca foi minha intenção magoar-te.”

domingo, 24 de junho de 2007

Música para ouvir: Jackie Wilson - Higher and Higher



Your love, lifting me higher
Than I've ever been lifted before
So keep it it up
Quench my desire
And I'll be at your side, forever more

You know your love (your love keeps lifting me)
Keep on lifting (love keeps lifting me)
Higher (lifting me)
Higher and higher (higher)
I said your love (your love keeps lifting me)
Keep on (love keeps lifting me)
Lifting me (lifting me)
Higher and higher (higher)

Now once I was down hearted
Disappointment was my closest friend
But then you came and it soon departed
And you know he never
Showed his face again

That's why
You know your love (your love keeps lifting me)
Keep on lifting (love keeps lifting me)
Higher (lifting me)
Higher and higher (higher)
I said your love (your love keeps lifting me)
Keep on (love keeps lifting me)
Lifting me (lifting me)
Higher and higher (higher)

[Instrumental Interlude]

I'm so glad, I've finally found you
Yes, that one, in a million girl
And now with my loving arms around you
Honey, I can stand up and face the world

You know your love (your love keeps lifting me)
Keep on lifting (love keeps lifting me)
Higher (lifting me)
Higher and higher (higher)
I said your love (your love keeps lifting me)
Keep on (love keeps lifting me)
Lifting me (lifting me)
Higher and higher (higher)

(Nota pessoal: Ouvi esta música hoje, mais uma vez, e senti-me forçado a colocá-la aqui.)

sábado, 23 de junho de 2007

Vale sempre a pena

Á meses atrás, seria incapaz de o dizer, mas a verdade, é que vale sempre a pena. Vale a pena arriscar. Vale a pena falar. Vale a pena confiar. Vale a pena viver.
A vida é tão vasta, que seria patético morrer tão cedo. Não escolhemos a idade com que morremos. Mas sempre teimei em um dia ter o privilégio de a escolher. A morte sempre me confundiu. Pensava, no meu subconsciente, que a morte era uma passagem. Um teleporte para outra dimensão. Nunca de inferno ou paraíso, mas para outro sitio. Como se todos nós soubéssemos que um dia partiríamos para esse mundo. E assim, a morte nunca me confundiu a mente. Contudo, agora, sinto-me vivo. Sinto que vale a pena continuar.
A verdade é que sou novo. A vida está toda á minha frente. Mil e uma opções para escolher. Mil e um caminhos para percorrer. Mil e um amigos para acompanhar. A eternidade, a eternidade que tantos lutam para um dia alcançar, é já nossa. Nós controlamos a eternidade. Se tomamos uma decisão, poderemos leva-la connosco para a cova. Se guardamos um segredo, podemos mantê-lo até morrer. Sempre fomos eternos. Provavelmente, não estaremos aqui para ver os nossos bisnetos chegarem á faculdade. Somos feitos de incertezas. Mas a verdade, é que depende de nós, alguma vez termos bisnetos. Depende de nós, continuarmos a ser amigos de quem somos. Depende de nós tudo…o que tenha a ver connosco. Somos nós que fazemos o nosso caminho.
Guardo rancor, sim. Gosto de deixar de falar com as pessoas que conheço. Porquê? Porque me sinto eterno. Porque para sermos eternos, temos de nos privar de algo. A eternidade é nossa, se depender apenas de nós. Mas se confiarmos em alguém. Se acreditarmos em alguém, então somos mortais. Não há certezas neste mundo. Não pode haver. E isso torna tudo mais interessante. Isso torna tudo mais nosso. A música é nossa. A arte é nossa. As ruas são nossas. A poesia é nossa. A vida…essa já não posso dizer o mesmo.
Mas de resto, tudo é nosso. E vale sempre a pena tirar o máximo do que é nosso. Quem sabe um dia não poderemos usar aquilo que temos? Quem sabe um dia ficamos paralisados do pescoço para baixo? E aí, basta-nos chorar, pois já não podemos andar. Mas será que isso deve ser razão para morrermos? Não. Nada deve ser suficientemente mau para nos por fim á vida. Vale sempre a pena tentar. Vale sempre a pena inovar. Vale sempre a pena inventar. Que recordemos o passado, com uma gargalhada e uma lágrima. Que vivamos o presente com um sorriso e esforço. Que pensemos no futuro com esperança e sonhos.
A vida, essa, é agora. Somos limitados. Não somos heróis ou poetas. Somos humanos. Defeitos não nos faltam. Mas quem pode lançar a primeira pedra? Eu sei que não posso. E é por isso que repito, vale sempre a pena. O pior que nos pode acontecer? Morrermos e voarmos de teleporte para outra dimensão, outro universo, outro lugar. Sem dor, vivamos.

Canto sem Encanto: Estranho negro

Era estranho. Era preto. Falava sozinho. Mexia-se pouco. Era quase careca. Tinha pouco cabelo e era branco. Tinha um sinal grande sobre o olho esquerdo. Falava sozinho coçando a cabeça com a mão direita. Olhava para um ponto indefinido. Falava. Olhava para a mala. A mala era preta e suja. Olhava para dentro da mala repetidas vezes. Confirmava se estava tudo com ele. Olhava mais uma vez para as pessoas. Era pequeno e estava sentado sozinho. Numa mesa só para ele e com a mala em cima. Levantou-se. Deixou a mala na mesa. Mal deu dois passos olhou para a mala. Parecia ter medo que ela fugisse. Andava e olhava para a mala. Confirmava se estava no lugar e voltava a virar costas. Olhava. Andava. Olhava para a mala. Andava para o restaurante.
Pagou uma garrafa de água fresca. Sentou-se. Já não queria saber da mala. Agarrava a garrafa. Resfriava as mãos com ela. Falava sozinho mais uma vez. Coçava a cabeça uma e outra vez. Olhava para as pessoas. Era estranho. Eu via-o. A dois metros de distância. Ele olhava para todo o lado menos para mim. Parecia não se importar que o olhassem. Vivia no seu mundo á parte. Não queria saber de nada nem ninguém. Tirou um livro da mala. Abriu-o. Tirou da mala uma sandes entre guardanapos. Abriu-a cuidadosamente. Comeu a sandes. Fechou os guardanapos cuidadosamente. Abriu a garrafa. Bebeu um pouco. Ainda falava sozinho. Tirou da mala outro livro. Coçava a cabeça com a mão direita e segurava o livro com a direita. Na aba do livro conseguia-se ler:
“Matemática avançada.”
Era estranho o senhor.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Frases perdidas na minha mente II

O orgulho matou o Diabo. 6-16-2007

Um dia quisemos recordar. E criámos a fotografia. Um dia quisemos voar. E criámos a música. Um dia quisemos amar. Tivemos de descobrir como. 6-16-2007

Mentimos porque sentimos falta dos sentidos vividos e fodidos. 6-16-2007

A falta de senso comum permitiu a evolução da humanidade. 6-16-2007

Se pudesse recortava uma nuvem e colava no tecto. 6-16-2007

Esconde os olhos se tens algo a temer. Esconde o orgulho se tens algo a dizer. Esconde a mente se tens algo para fazer. 6-17-2007

As memórias são como um largo oceano. Por vezes afogamo-nos na sua imensidão. Outras voamos e contemplamos quem fomos, sem medo. 6-19-2007

Esfaquearam-me a alma. E o corpo? Esse, não valia nada. 6-20-2007

Olá, queres ser meu amigo. Não. Um dia vais morrer sozinho. (uma rapariga de doze anos e eu, a conversar) 6-20-2007

A simplicidade é a maneira mais humana que arranjamos para não termos de ser humanos. 6-21-2007

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Temos de ter paciência

Eu não tenho. Digo já, eu não tenho. Por muito que me esforce, existem sempre certas coisas para as quais não há paciência. E uma delas é, infelizmente, muitas das pessoas que conheço. Falta me paciência. São todas muito certinhas, ou muito mesquinhas, ou muito interesseiras.
E eu, não tenho paciência. Dizem que, por isso mesmo, sou muito directo. Acho que não. Acho que se eu fosse directo, seria muito diferente. Sou como todos os outros. Á certas coisas que guardo para mim. E outras, que digo. Algumas das que digo, contudo, talvez não devesse dizer.
Já ouvi certas pessoas dizerem que, quando têm de dizer algo dizem. O que é no mínimo patético. Mal podem, escondem-se por trás de alguém. Se têm oportunidade, escolhem alguém para ser porta-voz. E gostam de carregar o título de gente que fala directamente. Tanto é necessário coragem como loucura, para enfrentar alguém com a verdade. Acho de louvar quem seja verdadeiro. Acho de venerar quem seja louco.
Sempre disse que não temos juízo suficiente para considerar alguém louco. E contudo enfiamos com malta num hospício porque os vemos como diferentes. Se calhar também enfiávamos lá os políticos e os racistas todos também. Pensam de maneira diferente da nossa. Uns roubam outras maltratam quem vêm de fora. São diferentes do comum dos mortais, porque não estão eles lá? E contudo governam países e mexem multidões. Estão á solta. Mas de novo solta-se a questão:
“Quem sou eu para os julgar?”
Não tenho paciência. Não tenho mesmo. Já explodi várias vezes. E para essa gente toda, mais vale um dia ser directo, do que para sempre hipócrita. E é por isso que não me apanham a cumprimentar mil e uma pessoas por dia. Não quero. Não vou. E serei directo, se algum dia precisar. Porque, precisamos de paciência. Mas eu não a quero. Prefiro ser assim. Imprevisível. Sem paciência

terça-feira, 19 de junho de 2007

Poetry that does not rhyme: Finally flying

It’s over.
Found that in the sound of music.
Paying attention to its lyrics.
Understanding more then its smooth sound.
And letting it enter in me.
We can understand our mistakes and errors.
So I’m finally over.
After so many struggles I said goodbye.
I had to.
And I definitely don’t fell remorse.
I fell alive.
I definitely don’t fell pain.
I fell healthy.
And I certainly fell like I was a human.
And it fells nice.
Life’s getting darker, and harder.
All we have is our trust in our abilities.
And that’s it.
Life’s always different.
But one things common, we are here.
Should we take the best we can from this world?
I guess we’re doing it.
If sometimes we’re dumber than we should.
If sometimes we’re more pathetic.
Well, we wanted it to be like that.
We wanted to look like that.
That’s who we are.
And people should get used to it.
We aren’t that predictable.
No one is.
And now, now that it’s over.
Now that music awoke me from my enjoyable sleep.
Now I say I’m happy.
Because life seems better.
I can fly in my memories and don’t be afraid to fall.
No one likes to fall in the big ocean of memories.
Sometimes you can drown.
But if you fly, then you’ll never drown.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Diário do rancor

“Guardo sempre rancor. Guardo rancor de quem me magoou. Guardo rancor do que correu mal. A culpa é tua. Talvez não seja perfeito, mas tu nem lá perto estás. És ruim, inútil e inculta. E contudo, conseguiste me magoar. Como pude eu deixar. Como pude eu não notar em ti. Não perceber o mal que me fazias. O erro que eu cometia.
Mas pronto, agora acabou-se. Sim, finalmente. Tenho, contudo, pena do que perdemos. Dávamo-nos tão bem. Éramos tão amigos. Partilhávamos cada momento. Estávamos juntos, e sabíamos que ia vale a pena. Sabíamos que tudo ia correr bem. O momento era nosso, e íamos ser felizes.
Mas acabámos! Agora já nem te posso ver. Agora sempre que estamos juntos, guardo rancor. Já nem consigo olhar para a tua cara! Metes me nojo. Fazes me recordar… Recordar o quanto era feliz contigo. E no fim, a rapidez com que destruíste essa nossa amizade. Essa nossa relação. Ah, que porcaria que me saíste. Sabes que, sempre que te vejo, penso na vergonha. Penso nas pessoas que me eram chegadas, e que te apresentei. Logo tu, que não és nada do que eu queria. Nada do que eu defendia. Será que as pessoas olharam para mim e pensaram:
“Tanto falava, e apaixonou-se por uma rapariga assim.”
Não, eu não me apaixonei, e estou longe disso. Odeio-te. Guardo rancor. Metes-me nojo. Sempre que te vejo. Falas comigo. E respondo-te. Mas não passa disso. Não quero saber da tua vida, dos teus amores, da tua vida. Nada. Para mim, já não existes.
Nunca mais te olho para a cara. Já não preciso. Já não quero saber. Adeus, e que saibas, não quero nada contigo. Nem quero ouvir o teu nome, ou saber que estas bem ou á beira da morte. Guardo rancor.”

domingo, 17 de junho de 2007

Música para ouvir: Dandy Warhols - Bohemian like you



Youve got a great car,
Yeah, whats wrong with it today?
I used to have one too,
Maybe youll come and have a look.
I really love your hairdo,yeah,
Im glad you like my do,
See were looking pretty cool, getcha.

So what do you do?
Oh yeah I wait tables too.
No I havent heard your band,
Cause you guys are pretty new.
But if you dig on vegan food,
Well come over to my work,
Ill have them cook you something that youll really love,

Cause I like you,
Yeah, I like you,
And Im feelin so bohemian like you,
Yeah, I like you,
Yeah, I like you,
And I feel wahoo, wooo

Wohoo hoo hoo x4

Wait,
Whos that guy,
Just hanging at your pad.
Hes looking kinda blah,
Yeah, you broke up thats too bad.
I guess its fair if he always pays the rent,
And he doesnt get bent about sleeping on the couch when Im there,

Cause I like you,
Yeah I like you,
And Im feeling so bohemian like you.
Yeah I like you,
Yeah I like you,
And I feel wahoo, woooo
Wohoo hoo hoo x4

Im getting wise,
And Im feeling so bohemian like you,
Its you that I want so please,
Just a causal, casual easy thing.
It isnt? it is for me.
And I like you,
Yeah I like you,
And I like you, I like you, I like you, I like you, I like you, I like you
I like you.
And I feel wahoo, woooo
Wohoo hoo hoo x4

(Nota pessoal: Seria impossível deixar tal música na escuridão do passado.)

sábado, 16 de junho de 2007

Por trás da sombra, todos somos homens

No escuro da neblina, até o mais fraco sabe dançar. Na sombra do mais alto, até o mais baixo saber falar. No lado do mais forte, até o miserável sabe lutar. E quem irá responder? Quem se irá defender perante uma plateia tão forte e tão desigual? Poucos. E mesmo eu prefiro me esconder por trás de cortinas, em vez de dar a cara por uma causa perdida.
Onde será que falhamos? Sabemos que dói. Dói constatar que aquilo que mais defendemos cai, como peças de dominó, quando enfrentamos um perigo maior. E contudo dizemos que não. Dizemos mal da corrupção, da mentira e da dor. E contudo causamos qualquer uma delas, ás vezes as três ao mesmo tempo, apenas para atingir a satisfação. Dizemos mal dos que mais sofrem, mas se confrontados com uma oportunidade de os salvar, então recuamos. Porque o nosso pescoço é mais importante que os milhares de pessoas que diariamente ficam sem eles.
E é assim. Temos uma vida. Poucos de nós nos queremos armar em Teresa de Calcutá. Poucos de nós queremos passar a palavra como “Che” Guevara. Poucos de nós queremos ser os primeiros em algo como Vasco da Gama. No fundo, todos queremos viver. E o sucesso, é relativo. Queremos ser bem sucedidos na vida. Á nossa maneira. Quer ela seja num sótão a fumar ganzas, ou numa convenção a dar um discurso. A vida é relativa. Se cada um toma as suas decisões, que as tome. Se queremos algo da vida porquê sermos impedidos de tal? Deveremos seguir o que queremos. Poucas profissões estão fora do nosso alcance. Mas algumas estão. Tipo:
Psicopata, muito patético.
Politico corrupto, concorrência a mais.
Poeta filosofo, sem futuro.
E a lista prossegue. O futuro está aberto. Não devemos deixar que nós impeçam de fazermos o que queremos fazer. É claro que vamos sempre fugir quando contra um inimigo maior. É claro que vamos sempre recuar, contra uma batalha suicida. É claro que vamos sempre temer contra um adversário vencedor. Mas se um dia, um dia só, tivermos oportunidade de provar que não somos mais um, então gostava de poder agarrar esse dia. Gostava de saber que vou me levantar e caminhar, quando todos os outros recuarem. Que vou olhar nos olhos quando todos os outros desviarem o olhar. Que vou lutar, quando todos os outros se renderem. Se esse dia chegar, e eu tomar a decisão correcta, então todas as derrotas serão soldadas. Todos os erros serão perdoados. E eu, serei mais do que qualquer outro. Serei humano.

Canto sem Encanto: Rapariga Muda

Vi-a. Era muda. Não falava. Agarrava um CD de música. Puxou pela mãe. A mãe olhou-a. A mãe tinha óculos e era loira. A filha era morena e muda. Mostro-lhe o CD. Não disse nada. Ajoelhou um joelho e juntou as duas mãos. Parecia rezar. Rezava para quem lhe era mais querida. A sua mãe olhou-a. Disse que sim. A rapariga não falava. Apenas pedia em silêncio o CD de música. A mãe disse que sim. Ela levantou-se para logo se ajoelhar. De novo a mãe disse que sim acenando. A rapariga era muda. Ela agarrou a mãe num abraço. E sorriu com ela.
Foi-se embora. Levando o CD de música na mão. Ela afastou-se. A mãe procurava livros de arte moderna. A filha procurava outro CD. Tirou outro CD. Ajoelhou-se mais uma vez á mãe. A mãe não olhou. Ela puxou uma vez. A mãe olhou. Ajoelhou-se e pediu o CD. A mãe esperou. Pegou no CD e olhou para ele. Disse que sim. A filha abraçou-se a ela. Deu-lhe um beijo. Ela foi-se embora de novo. Ligou os “headphones” com música. Colocou nos ouvidos. Começou a mexer-se com a melodia. Não mexia a boca. Não sabia a letra. Não sabia falar. Ficou ali com a música.
A mãe chegou. Ela abraçou a mãe. A mãe sorriu. Ela apontou para o que ouvia. A mãe acenou. Disse que gostava. Ela sorriu. Pegou no novo CD de música. Mas a mãe apontou para os que já tinha. Era suficiente. E ela não falava. Apenas sentia-se feliz com o que a mãe lhe deixaria comprar. Saltava e pulava. Trazia uma camisa ás riscas e uma saia de ganga. Era muda A mãe tocou no relógio e apontou para a saída. A filha sorriu e apontou para as prendas. A mãe disse que sim mais uma vez. A filha sorriu e saltou. Abraçou a mãe e disse:
“Obrigado mãe, adoro-te.”
Não era muda.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Frases Perdidas na Minha Mente

Bebo para esquecer o facto de te ter esquecido. 6-9-2007

E quando o álcool cai em cima da tua cabeça, e todos gritam o teu nome, algo se passa. 6-9-2007

Estar contigo é sentir que o amor-perfeito existe. Espero que o encontres um dia. 6-12-2007

Gostava que me falasses daquilo de que não gosto de ouvir. Talvez assim parasse de gostar de ti. 6-12-2007

Se aprendesses o valor de te sentires seguro, já não te afastavas mais de mim. Ainda bem que és inconsciente! 6-12-2007

Onde se compram pilhas novas para a paciência? 6-13-20

Mentirosos são aqueles que não fazem, não aqueles que não dizem. 6-13-2007

A dor de crescimento é real. Lixado é quando paramos de crescer e continua a doer. 6-13-2007

A vida é tão simples. Quem muito pensa, é usado. Quem muito se revolta, é preso. Quem muito trabalha, é pobre. Quem nada faz, é político. 6-14-2007

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Acho que não

Dói um bocado. Até porque tudo parece bem. E depois do nada descobrimos que não. Como se fizéssemos algo tão normal como sentarmo-nos no banco de um jardim, e em poucos minutos aparecesse um polícia um pouco nervoso a dizer:
“Desculpe, você não pode estar no jardim.”
“Mas todos os outros estão, ou não?”
“É como disse, você, não pode estar no jardim.”
E foi assim que me senti, quando percebi que ela não era a miúda certa. É claro que coisas como estas acontecem constantemente. Mas chateia-a sempre. Acho que cada vez mais. O bom é que não estou desesperado. Nem perto.
Mas acaba sempre por chatear. Estamos bem da vida. Á procura daquela coisa para encher a nossa alma. Esperamos encontrar aquela rapariga. Aquele ser perfeito que vá tornar tudo mais fácil. Que nos vá explorar o nosso lado humano. Que nos obrigue a sorrir com ela, sempre. E quando achamos que encontrámos, a vida ganha cor.
A vida tem outra razão. Como se antes a nossa visão fosse a preto e branco. Mas agora, agora que a vemos, tudo ganha cor. Quando estamos com ela, não pensamos em nada. Relógios desaparecem. Medo falece lentamente. E não temos vergonha. Damos tudo para estar com ela mais um pouco. Para podermos ter aquela despedida com um beijo. Para podermos estar á vontade. Lançamos pequenas perguntas como:
“E ela? Ela falou de mim?”
Tentamos não dar estrilho, mas está tudo escrito na nossa cara. È difícil esconder quem realmente somos. As pessoas riem-se. Também sabem o que é estar apanhado. Todos sabem, apesar de só alguns estarem. Outros fingem. Ou acham que estão. Criam aquela paixão que dura até alguém mais atraente aparecer. Mas não, aquilo que sentimos é real. Não é uma miúda mais gira que nos vai mudar. Gostamos de estar assim.
Colocamos todas as boas coisas que faríamos com ela. Tudo. E o mundo parece um novo lugar.
Mas depois. Depois de muito. Começamos a notar nos defeitos. Todos somos humanos, todos com defeitos. Mas aquela rapariga, aquela que nos apaixonamos, que depomos toda a fé de felicidade eterna, essa, tem de ser mais que humana. Não pode correr mal. Não pode doer. Tem de ser perfeita. Quem seríamos nós, se acreditássemos que a nossa felicidade consistia em estar com alguém que nem apreciamos? Seríamos correctos? Seríamos humanos?
A paixão é passageira, e tudo passa. Mudamos de opinião. Relatamos tristes as nossos amigos que ela é toda deles. É de quem a quiser. Dizemos a eles que já se podem atirar a ela. Como se eles alguma vez o tivessem parado de fazer. Eles dizem que sim, e desiludidos viramos as costas.
Será que deixamos de virar as costas no dia em que percebemos que não existem pessoas perfeitas?

terça-feira, 12 de junho de 2007

Poetry that does not rhyme: Fuck it

I won’t make that effort.
I see you.
You’re younger then me.
And you’re definitely a beautiful girl.
Your body is beautiful in any way,
Your face is one of women’s wonders.
Your hair is blonde, brighter then the sun.
Yet you’re in love with another guy.
True.
I never showed you the true that i feel towards you.
That’s because there are none.
At least now.
What your living now, is the same I lived one year ago.
Loving someone and thinking life’s perfect and swell.
I know how you feel.
You found someone you feel happy with.
He fulfils your day.
He makes you smile now and then.
He tells you something and you just love it.
He looks at you and you think he loves you.
I get it.
I have been like you.
I mean, all man kind has.
It’s normal.
You’ll soon be disappointed with him.
He will find another girl.
You will open your eyes.
And many boys will take that chance.
I won’t.
I know that now, to you, everything seems just great.
It won’t last.
It’s a sad story, I know.
I won’t lie to you.
It will hurt, the day you say goodbye to him.
I will be there.
To help you.
To give my shoulder to you and say:
“Welcome, the world is all yours now.”
So, for me, just one more thing, Fuck it.
You're a prety girl, but not for me.
Not now, not like this.
All this, makes me say:
"Fuck it then."

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Diário do povo

“Trabalhamos dia e noite. Suamos mais que muitos e recebemos menos que todos. Porquê? Será por sermos menos inteligentes? Menos cultos ou bonitos? Uma coisa é certa, somos como todos os outros. Talvez nos pagamos a conta do hospital. Também nos pagamos os nossos impostos. Também nos pagamos dia á dia com a nossa saúde e esforço os duros trabalhos que nos dedicamos a cumprir, o melhor que sabemos e podemos. E contudo, é de opinião comum, que não nos tratam como iguais.
Somos como que o lixo. Os pobres incultos que consumem os programas nacionais e não perdem todos os “reality shows” e os programas de perguntas por milhões de euros. Será que somos menos gente porque consumimos esse tipo de programação? Somos parvos porque vemos programas falados na nossa língua? Porque vemos uma data de gente fechada numa casa vivendo uma vida tão boa e sossegada e a criar problemas onde não existem? Porque gostamos de ver um tipo qualquer ganhar um frigorífico ou um carro?
Que tem a ver com isso? Pouco nos importa o que acham. O que é duro é ver como nos representam. Nós, o motor do nosso país. A maioria trabalhadora. Talvez não mexamos em computadores de alto nível. Talvez não saibamos nomes de doenças em latim. Talvez não gastemos todos os dias pelo menos uma hora a ver uma série de televisão estrangeira. Talvez não estejamos a par das tendências de música ou de moda. Mas temos os nossos gostos. As nossas dores e prazeres. As nossas vidas e opiniões. E não é por isso que somos menos ou mais que os outros.
Gostaríamos que nos dessem o devido valor. Gostaríamos que nos deixassem em par com a nossa música, as nossas notícias na televisão e as galas de famosos. Se é assim que queremos estar, que têm com isso? Gostaríamos que olhassem para nós como deve ser. Que deixassem de nos tratar como alvo de chacota em comédias de televisão. Que deixássemos de ser a mancha nos gráficos e esquemas da economia do nosso país. Se já outrora fomos o futuro, então agora que nos dêem oportunidade de bem educar os nossos filhos. Que esses sim, são o futuro deste nosso país.”

domingo, 10 de junho de 2007

Música para ouvir: Youth Grup - Forever Young



let's dance in style
let's dance for a while
heaven can wait we're only watching the sky
hoping for the best but expecting the worst
are you gonna drop the bomb or not
let us die young or let us live forever
dont have the power but we never say never
sitting in the sandpit
life is a short trip
music's for the sad man
can you imagine when this race is run
turn our golden faces into the sun
praisin our leaders, getting in tune
the music's played by the mad men

forever young, i want to be forever young
do you really want to live forever,
forever, forever
forever young, i want to be forever young
do you really want to live forever,
forever, forever

some like water and some are like the heat,
some are melodies, some are the beat,
sooner or later they'll all be gone,
why don't they stay out
it's hard to get on without a cause,
i don't want to perish like a fading voice,
youth is like diamonds in the sun,
diamonds are forever
so many adventures couldn't happen today
so many songs we forgot to play
so many dreams swinging out of the blue
left to come true

forever young, i want to be forever young,
do you really want to live forever
forever, forever
forever young, i want to be forever young
do you really want to live forever
forever, forever
forever young, i want to be forever young
do you really want to live forever,
forever, forever
forever young, i want to be forever young
do you really want to live forever,
forever, forever...

(Nota pessoal: Gostei tanto desta música, que num lapso de bebedeira cantei a música na rua. Estava rouco, bêbado e rodeado de amigos. Que mais podemos desejar?)

sábado, 9 de junho de 2007

Para sempre único

É sem pudor ou vergonha que admito, vou ser feliz. Já fui mais ligado a ideologias. Já dei comigo a massacrar-me sem sentido. A bater em mim mesmo. Já dei comigo a fazer coisas patéticas e estúpidas. Todas elas por mim mesmo. Não culpo nada pelo que fiz.
Todos nós fazemos o que fazemos. Todos nós criamos e improvisamos. De todas as decisões que tomei, umas dispenso alguma vez ter cometido. Outras dou graças por as ter tomado. Gostava contudo de admitir algo, por toda a minha vida, tive medo. Desprezo o medo. Desprezo a ideia de temer algo. De ser ignorante ao ponto de não me prevenir ou de não entender que tudo está bem. Hoje, ao conversar com o meu irmão, este disse algo que me impressionou:
“Escrevo para talvez um dia ganhar dinheiro.”
A conversa alargou e o que saiu da conversa foi que a escrita que o meu irmão escreve, tanto ou mais que eu, é para um dia ter dinheiro á custa disso. O que me entristece um pouco. Talvez pelo facto de eu ser mais novo. Mais “criança”, a minha opinião difere da do meu irmão. Escrevo, porque desejo um dia conseguir mudar alguém, tocar alguém com a minha escrita, ajudar alguém a crescer e encontrar-se a sim mesmo. Gostava mesmo de algum dia, conseguir completar este meu sonho. E contudo, não posso dizer que escrevo para um dia ter dinheiro. Sem dúvida que tenho largos projectos. Grandes obras a completar e talvez um dia, se me for dada a oportunidade, ás desejo publicar.
E este pequeno aparte, fez me concluir algo, ainda tenho muito para crescer. Muito para fazer. Talvez não o consiga fazer. A vida é limitada, e o seu fim é inesperado e impossível de saber. Mas se me for dada a oportunidade, desejo um dia crescer. Desejo um dia completar a minha lista de “coisas a fazer antes de morrer”. Se poder, desejo um dia fazer todo o que sempre quis fazer. Se conseguir, espero continuar a divertir-me e a evoluir, dia após dia. Não vou, no entanto, corrigir os erros que cometi. Acho que o passado não é para se mudar ou remediar. Um dia, sem excepção, vou abençoar tudo o que fiz. O bem e o mal. A vida que temos deve-se a tudo o que fizemos. Seria errado odiar tudo o que fiz de errado. Ser péssimo louvar tudo o que fiz de certo.
A vida é como é, e é limitada. Hoje, hoje que estou mais velho, mais temporal, agradeço a tudo o que tenho e a tudo o que fiz. Obrigado.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Filme Memorável - Highlander



(Nota pessoal: Um filme que me tocou quando era mais novo. E ainda hoje é um dos meus filmes preferidos.)

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Frases Perdidas na Minha Mente

Deus é gay. 5-5-2007

Jesus ate pode ser eterno, mas provavelmente nunca mandou uma foda, ou teve o prazer de uma vida simples. 5-11-2007

Se a estupidez matasse, não estarias a ler isto. Agradece a Deus meu idiota! 5-12-2007

Se todos tivessem asas, todos gostariam de andar a pé. 5-13-2007

A mentira e uma doença terminal, por muito que lutemos, o fim vai chegar, mais tarde ou mais cedo. 5-14-2007

E quando tudo corre mal, que venha dai o suicídio. 5-15-2007

E tantos anseiam pelas ferias, as ferias sem nada para fazer ou alguém para foder. 5-16-2007

Certas pessoas são passado. 5-18-2007

Não vale a pena manter amizades que nos atrasam na caminhada para lado nenhum. 5-18-2007

Pequenas coisas da vida, fazem-nos felizes, alegres e patéticos seres vivos. Que venham dai esses dias chuvosos e essas tardes de melancolia para alegrar a nossa vida. 5-19-2007

Manhas de sono, tardes a cheirar ganza e noites a comer pó. 5-19-2007

Se a liberdade viesse em bebida, ela seria álcool. 5-20-2007

A alma é como um copo de água. Por vezes cheio outras vezes vazio. Se a minha alma fosse um copo de água, ele estaria vazio. 5-22-2007

O azul é a cor da tristeza. Deus que está no céu, estará ele infeliz? 5-22-2007

Os mandamentos de Deus não se aplicam a todos. 5-23-2007

Somos todos uns doentes mentais á espera que nos dêem comprimidos para nos curar. 5-24-2007

A ausência e a pouca duração, são as únicas qualidades do sofrimento. 5-25-2007

Suspiramos porque ainda acreditamos. 5-26-2007

Se a liberdade fosse uma pessoa, esta já estaria na prisão. 5-27-2007

O mundo é redondo, por muito que andemos voltamos sempre ao ponto de origem. 5-28-2007

A mãe natureza é egoísta. Nós também. 5-28-2007

Perdoa-me Deus, porque eu pequei. Tive pensamentos impuros sobre quem és. Por segundos julguei que eras humano e tinhas alguma compaixão. Perdoa-me. 5-29-2007

Quando somos novos, perdoam-nos porque ainda não sabemos. Quando somos velhos culpam-nos porque já sabemos. 5-30-2007

Quem somos nós para julgar os doentes mentais? 5-30-2007

Deus deve ter um ego gigante. Que outra razão deverá a criação da raça humana ter? 5-30-2007

O sexo move a humanidade. Quem move o sexo? 5-31-2007

Esperar pelo ser perfeito é admitir a nossa imperfeição. 6-1-2007

As prostitutas são o recurso de uma vida sem fantasia. 6-1-2007

O poder de persuasão é a melhor maneira de conseguir o que naturalmente não teríamos direito. 6-1-2007

Não aceitar a realidade, não é ser fraco, é ser-se apenas teimoso. 6-2-2007

A dura verdade, é sempre preferível á doce mentira. 6-3-2007

A loucura provém da consciência da nossa inconsciência. 6-3-2007

A alma é como a música, não toca a todos, mas seria impossível viver sem ela. 6-4-2007

Deus, se não falo contigo, é porque realmente encontrei pessoas mais interessantes que tu. Espero que não leves a peito esta minha traição. 6-5-2007

Os vícios são lixados. Sou um viciado, fodasse! 6-6-2007

Estou grato por todos os belos momentos que passámos. Agora, ajuda-me a limpar as cicatrizes que deixaste. 6-7-2007

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Gravidade para que te quero

Prendes me á terra. Todos te têm constantemente. Os cientistas chamam te de gravidade. E contudo, acho que não é a gravidade que nos prende na terra. Pelo menos a mim. São certas coisas. Certas pessoas. Certas esperanças. Todas elas razoes para nos prendermos á Terra. Gravidade? Sem dúvida, mas se quero ser verdadeiro, digo-o sem problemas, o que me prende a esta Terra, não é uma lei científica, mas a esperança.
Mas de esperanças, já estamos nós todos cheios. Esperanças de uma vida melhor, de um carro melhor, dum emprego melhor e duma saúde estável. E contudo, nem aqui me aplico ao estereótipo comum. Estou com esperanças, estou sim, mas nenhuma dessas. Estou com esperanças na confiança. Numa vida onde confiar uns nos outros é normal, comum e revigorante. Estou com esperanças numa sociedade mais justa, alargada e serena.
Mas sinto-me infeliz. Não sei se foi culpa minha ou não, mas tornei-me um viciado. Independentemente do momento, lugar ou condição, eu estou sempre viciado. Talvez esteja viciado em algo inofensivo. Ou algo mortal. A verdade é que esquecendo o que quer que possa acontecer, eu preciso desse vício. Preciso dessa coisa que me vai acalmar, indirectamente e mesmo sem eu saber que esta o faz. Preciso desse hábito suicida e constante. Preciso de saber que posso recorrer a ele, a qualquer momento.
O problema deste meu vício é que o aplico a objectos. Substâncias. Pessoas. E destes três, o seu uso abusado acaba por os estragar, mesmo até sufocar. Os objectos quer sejam autênticos ou apenas virtuais, perdem a sua cor e o seu brilho inicial. As substâncias passam pelo sangue tanto que até o próprio cheiro me enjoa e sufoca. E as pessoas, essas afastam-se de medo, tanta é a responsabilidade sobre eles, já que carregam a tua pessoa. A tua alma. Quem tu és.
A gravidade existe. Apenas a minha gravidade varia. Hoje é cafeína. Quem sabe amanha é cocaína. Ou talvez nunca o seja. Talvez apenas tenha dito cocaína porque rima com cafeína. A verdade é que me assusto a mim mesmo. Tenho de parar de me viciar em tudo. Tenho de parar. Os vícios que já tive davam uma lista. E com cada item, estariam as longas horas de prazer. Os abusos e usos contínuos. Tenho de parar. Parar agora que é cedo. Parar com os vícios!
E já estou a precisar de um vício novo. Como cheguei a isto?

terça-feira, 5 de junho de 2007

Poetry that does not rhyme: Enough of games

That is enough.
No more games to entertain your mind.
No more lies to lighten up your smile.
No more false feelings and false conversations.
Is it enough?
Do you think we’re ready to say stop?
I believe that you enjoy this.
It’s the only logical answer.
You enjoy having someone like me to speak with you.
You like the idea that someone actually cares about you.
You like to think that you’re not alone.
And yet you are.
I hope now, when you get home and watch your favourite mirror you think of me.
I hope that each day, you remember how close we were.
How our friendship was delightful.
I can only hope now, that my absence make you suffer.
That the fact that I’m away, makes you feel like a worthless crap.
In my soul, I wish you feel jealous of all the other girls.
I wish you that you cry.
I wish that you punish yourself for judging me wrong.
I wish that when I’m away, you feel sick and alone.
Because one thing for sure, I was yours and you didn’t care.
Goodbye then and I wish that you make a troubled journey back to another man’s arms.
Another guy to use.
Another person to abuse.
Another soul to improve.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Diário da traição

“Se eu fosse quem era antes, já estarias no alvo da minha mente. Gente como tu mete-te nojo. Traem-me a confiança. Enojam o vínculo que os une com os seus amigos. E contudo, nada os impede de o fazerem: de traírem os seus amigos. Seríamos nós mesmos amigos? Gosto de pensar que sim. Que éramos amigos até tu me enganares. Será que tu sabias? Será que no momento em que tentavas destruir a minha imagem, será que te lembraste de mim? Será que pensaste:
“O que estou eu a fazer? Estou a trair um amigo meu. Estou a dizer mal nas suas costas. Estou a lixar a sua imagem.”
Pergunto-me, o que terás tu ganho. Será que alguém te pagou? Alguém te forçou a dizeres o que disseste? A fazeres o que fizeste? Uma coisa é verdade. Nada me escapa. E a tua traição. Bem, abalou por completo o que havia entre nós. Gosto de pensar, que entre amigos, existe uma espécie de protecção. Algo invisível e intemporal. Algo que nos une. Para o bem e para o mal. E agora, agora sinto que não existe nada. Que o mal que fizeste, arruinou esse pacto mutuo. Essa reciprocidade.
Se eu fosse, quem era á um ano, acredita que já estarias a ouvir de mim. Já estarias a pedir desculpa. A admitir o teu erro. Mas mudei. Amadureci. Agora, não me interessa o confronto. Que te preocupa se te confrontar? Não terei qualquer certeza que voltes a repetir. Apenas irás ouvir, dizer o que eu quero que digas. E ires-te embora.
E mais uma vez, passarás impune ás minhas palavras. Não te irei magoar. Mas não. Isso era o que eu fazia antes. Antes de aprender o insucesso de tais atitudes. Agora. Agora prepara-te. Vou mexer com a cabeça. Fazer-te remoer de perguntas. Fazer-te olhar para mim e sentir remorsos. Fazer-te desprezar quem tu és, pelo que me fizeste. Espero que doa. Espero que doa tanto quanto doeu a tua traição á minha pessoa. Espero que sofras.
Ah, a traição dói.
E o prazer que vai surgir da tua traição, será apenas para um de nós: Eu.
E a dor que vai surgir da tua traição, será apenas para um de nós: Tu.”

domingo, 3 de junho de 2007

Música para ouvir: Low - Over the Ocean



over the ocean

i'm over the ocean
over the hills, over the dell
over the fireline
over the sand, over the plan
over the empire
and if I belong, then I'll be longer than expected
and if I'm wrong, the mighty and strong will be rejected

over the ocean

(Nota pessoal: Uma música de deixar tocar e voar por aí. Sem problemas ou hora de entrada. Sem chatices ou preocupações, apenas por aí, a voar.)

sábado, 2 de junho de 2007

Aceitar o que nos é dado

Tudo o que temos, é o que merecemos. Não controlamos o que nos rodeia. Não controlamos o mundo. Não controlamos as más notícias. Apenas controlamos a maneira como as recebemos. Talvez a vida se resume a, aprender a resistir. O mundo é incontrolável. Por muitos líderes que possam existir. Por muitos Deuses que se possam idealizar. Por muitos Santos que se possa venerar. Somos no fundo almas passivas. Vivemos cada dia, e adormecemos á espera que nos contém de más notícias. E se o mundo não nos traz más notícias, então o dia foi perfeito e adormecemos em sintonia. Mas e se contudo o mundo traz más notícias? Então choramos, entristecemos e esperamos que o mesmo não volte a acontecer.
O mundo é inevitável. É como um oceano vasto, e nós, apenas mais um naufrago á deriva. Esperamos nós por um barco acolhedor, ou uma terra por descobrir? O que quer que seja tentamos nos manter vivos. Tentamos não nos afogar. Tentamos não atrofiar. No fundo, a vida resume a não perder o bom senso. Não perder a esperança. Não deixar a loucura tomar conta de nós.
Será então possível resumir a vida como, uma mentira? Uma grande mentira em que nós somos os protagonistas. Aguentamos cada dia com os seus problemas e atitudes. Desventuras e aventuras. E no fim, o que queremos mesmo, é não dar em doidos. É não dar azo á loucura constante. Eu devo confessar, já dei em doido. Tão em doido que nem gosto de relembrar. E hoje, hoje penso que é normal ser doido. É normal criar um mundo para onde viver. É normal querer procurar por algo mais interessante que a realidade. Não aceitar a realidade, não é ser fraco, é ser-se apenas teimoso. Quem quer aceitar esta nossa realidade?
Não julgo, e tenho ódio a quem julga os doidos? Serão eles mais lúdicos? E o que será a lucidez ao fim e ao cabo? Será de gente lúcida, julgar alguém? Sabendo que nenhum de nós deve julgar. Porque no fundo, não somos deuses ou seres inocentes ao ponto de podermos julgar alguém. Não. Somos apenas seres demasiado imaginativos e interesseiros. Demasiado egoístas e teimosos. Seremos nós todos uns doentes mentais? Sem sintomas ou cura aparente?
Tenho a certeza que sim.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Filme Memorável - Terminator 2



(Nota pessoal: Um dos melhores filmes de quando era mais novo. Ainda hoje o vejo com entusiasmo. Fez-me pensar se no futuro, lutaremos todos, unidos, contra um mal comum. Ainda por descobrir e aprender a superar.)

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Análise de uma passagem do Novo Testamento

A comparação dos dois filhos

Mateus 21, versículos 28 – 30

“28Jesus falou ainda deste modo: «Que lhes parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: «Filho, vai trabalhar hoje para a vinha.» 29Mas ele respondeu: «Não Quero!» Depois arrependeu-se e foi. 30Dirigiu-se também ao outro filho e fez-lhe o mesmo pedido. E ele respondeu. «Vou, sim, senhor!» Mas não foi.”

O Primeiro Filho

O primeiro filho, recusou o pedido inicialmente, mas acabou por aceitar.
Este representa Israel, que inicialmente não aceitou a palavra de Cristo, mas acabou por se tornar crente. Representa todos nós, quando sentimos uma necessidade de procurar uma razão para acreditar em Deus.

O Segundo Filho

O segundo filho aceitou o pedido, mas depois não foi a vinha como prometera.
Este representa os falsos crentes, que por muito que apregoe e acredite em Deus, acaba por no fim se demonstrar como um falso crente. Representa todos os que acreditam e não questionam, acabando por no fundo não saber o quem é realmente o Deus que acreditam.

Conclusão

Deus dá valor a quem acaba por acreditar nele, do que aqueles que cegamente vêem deus, mas nunca o deixam crescer na sua razão.
Deus é portanto como um adereço a nossa vida, um hábito que por vezes podemos questionar, para mais tarde o encontrarmos.

(Nota pessoal: Trabalhos de religião são a melhor maneira de provar aquilo que não somos.)

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Alguém que me ouviu

Concluo, nos vários pensamentos que passam pela minha mente, que o que mais queremos é alguém que nos ouça. Alguém que nos respeite. Alguém que note o nosso esforço e diga:
“Força, tu consegues.”
Acho que este sentimento de encorajamento move a humanidade. O pior, é que andamos a encorajar as coisas erradas. Andamos a gostar das coisas piores que o ser humano tem. Gozamos uns com os outros para os ver irritados e frustrados. Andamos pelos caminhos errados a pedir que nos notem. E no fundo, esse sentimento de encorajamento, muda a sua força, incentivo e objectivo. Por vezes somos levados a fazer algo de errado, apenas para nos sentirmos importantes.
Seria eu quem sou, se nunca me tivessem incentivado as coisas erradas? Se a bebida fosse desprezada, provavelmente eu não teria tomado certas loucuras. Se a amizade fosse louvada, eu talvez nunca tivesse magoado as pessoas erradas. Se a verdade fosse imposta, eu talvez não seria tão fraco. E contudo, incentivamos as coisas erradas. Observamos espantados quando alguém consegue mentir. Gratificamos quem mente, porque conseguiu se safar de algo inevitável. Serão os políticos gratificados? Será por isso que mentem?
A verdade é que já me disseram que sou o melhor, em várias coisas. Suficiente para fazer uma curta lista. E contudo, se me der ao trabalho de tentar descodificar qual dessas coisas é “útil”, então a lista será muito encurtada. Encurtada até demais. Concluo, sem dúvida, que sou o melhor em coisas erradas e passageiras. E para que serve todo este espectáculo e atitudes? Para alimentar o ego.
E quem não precisa de aumentar o ego? Quem não gosta de passar uns minutos ao espelho? Quem não gosta de ser o melhor? Quem não gosta de ser aplaudido? Quem não gosta de ser homenageado? Quem não gosta de ser respeitado? Somos todos humanos, todos gostamos de sentir encorajamento e gratificação pelas nossas atitudes. Todos sem excepção.
Até Deus! Até Deus com as cerimónias religiosas e versos poéticos. Deus deve ter um ego gigante. E por muito “nada” que ele faça, continua a ser homenageado.
Viva á humanidade e ao seu ego sedento de consideração.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Poetry that does not rhyme: Away from my world

Tripped on the wrong crossroad.
Find myself lost on the wrong country.
Away from a world full of different opportunities.
I am not from here.
People look at me like I was one of them.
Yet I’m different.
I walk among them.
They look at me respectfully.
Like I was their family.
Like I was one of them.
But they should know.
I’m different.
They laugh together.
They speak together.
They even seem to breathe together.
And me?
Well I’m different.
I’m not like them.
It seems just like God made a mistake.
Changed the addresses and suddenly, I went to this world.
May be, somewhere, someone fells like me.
Like everything is wrong.
Like all of this is displaced from its purpose.
Its target.
Its destiny.
And well, I keep on living.
God doesn’t care.
I don’t blame him.
The world is so full of pain and despair.
And I’m just a kid, with money, family and friends.
A young child that doesn’t appreciate his life.
A rich boy, who thinks a lot, and find problems where they don’t exist.
I’m pathetic.
Strike me god, because I have sin.
I broke many commandments in all my life.
And worst of all, I’m still alive.
Will you strike me God, or is Africa taking all your spare time?

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Diário da nossa amizade

“Cada dia que passo, confio mais em ti. Conheço-te mais e desvendo quem tu és. Há quem diga que ninguém te conhece melhor que eu, e contudo eu sou o primeiro a nega-lo. Talvez de facto, seja em quem mais te conhece, mas contudo acho que és muito mais do que aquilo que aparentas ser. És um universo, misto de milhares de diferentes planetas. Cada pedaço de ti é diferente, mais surpreendente e apaixonante. Confio em ti.
Mas e se me trais? Confio tanto em ti que não sei o que faria de mim se alguma vez me enganasses. Não seria possível. Tu nunca o farias. És tão bondoso, tão amigo, tão único. E se me trais? Se me enganas? Se pensas apenas em ti e me magoas? Não. Tu nunca o farias. E obrigado por poder confiar tanto em ti.
Se toda a gente tivesse um amigo tão bom quanto tu, não haveria violência no mundo. Não haveria dor ou tristeza. Se toda a gente tivesse alguém como tu ao seu lado, então seríamos tão mais felizes. Tão mais humanos. E contudo, muitos se entristecem, pela falta de alguém chegado. Pela falta de alguém com quem falar. Alguém a quer depor as suas diferenças e igualdades. Alguém com quem falar e desanuviar. Alguém para ajudar e gostar.
E se eu não te conhecesse? E se eu nunca tivesse visto? Se estivesses noutro lado no minuto em que percebi que eras de confiança? A nossa amizade é forte, e contudo a sua origem é tão ténue e indescritível. Não sei. Não sei quantas vigas carregam esta nossa amizade. Não sei quanto tempo durará, ou quantas vezes cairá. Mas contudo sei algo. Não me desiludiste. E agradeço tanto pelo facto de sermos tão amigos e chegados. Devo-te muito. Obrigado amigo.”

domingo, 27 de maio de 2007

Música para ouvir: Enigma – Return to Innocence



Love - devotion
Feeling - emotion
.
Don’t be afraid to be weak
Don’t be too proud to be strong
Just look into your heart my friend
That will be the return to yourself
The return to innocence
.
If you want, then start to laugh
If you must, then start to cry
Be yourself don’t hide
Just believe in destiny
.
Don’t care what people say
Just follow your own way
Don’t give up and use the chance
To return to innocence
.
That’s not the beginning of the end
That’s the return to yourself
The return to innocence
.
Don’t care what people say
Follow just your own way
Follow just your own way
Don’t give up, don’t give up
To return, to return to innocence.
If you want then laugh
If you must then cry
Be yourself don’t hide
Just believe in destiny

(Nota pessoal: Esta música, fazia parte dos meus momentos de infância. Uma infância já ao longe e que merece aqui o seu lugar. Por acaso sempre achei que esta música era de índios americanos.)

sábado, 26 de maio de 2007

Divagações incompreendidas

E foi a reparar que tinha roubado a caneta de uma irmã, elemento da igreja católica, que me deparei com o assunto. Talvez pelo facto da caneta pertencer a uma firma de funerais, ou pelo carácter de estar ligeiramente roída no topo, o que me enojou um bocado. Não sei, mas fiquei a pensar. Talvez tenha perdido anos da minha infância. E isso, é uma treta de cena. Enquanto todos brincavam e sorriam, sem problemas, eu não. Enquanto todos se reuniam para a sua primeira ida ao cinema e a sua primeira ida ao café e a sua primeira…vida. Eu estava a fazer-me de parvo.
E pronto, se já admiti que perdi anos de infância, e agora? O que ganho eu com isso? Uma coisa é certa, se na altura não me diverti, então agora, vou compensar o tempo perdido. Agora vou me divertir, e muito. Dizem, e são várias as pessoas que o admitem, que sou um tipo de extremos. Levo sempre tudo ao extremo. O que me parece altamente praticável. E inteligente.
Se hoje faço algo, e quem sabe, nunca mais o farei, porque não aproveitar ao máximo? Porque não dar tudo, sempre que podemos? Se a vida é curta, e podemos morrer de um minuto para outro, então, porque não aproveitar cada acontecimento na nossa vida? Sou a favor de o fazer. Sempre! O que pode ser frustrante. Tanto porque podem vir refilar contigo, porque acabaste com o salame de chocolate em meia hora, ou porque correste tanto que tresandas pior que tudo.
Acho que a vida é feita de extremos. É feita de frases que só tu terias coragem de as dizer. Veio ontem um amigo meu, falar de um dia, mais miúdos do que somos ainda hoje, virei-me para ele, no campo de futebol e disse:
“O que interessa é o que os outros pensam.”
Agora, uma coisa é certa, na altura, não era nada atraente, nem nada á frente. Era mesmo um tipo reservado e não muito de notar. E contudo, disse algo assim. E o interessante, é que ainda hoje diria o mesmo. Terei eu mudado tanto, ou será a mudança relativa e mal intencionada? Se algum dia poder, explico o quis dizer com essa frase, porque ainda hoje, diria exactamente o que diria na altura. A mesma resposta doida e completamente incompreendida. Pelos vistos não mudei certas coisas.
E porque raio tem uma irmã, uma caneta de uma agência funerária? Isso não é pecado?

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Filme Memorável - Reality Bites



(Nota pessoal: Um grande filme. Nada mais a dizer.)

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Textos por acabar: Contra a morte

Corria o mais rápido possível. Mal soube da notícia já partia a toda a velocidade. A caçada estava terminada. Não posso acreditar que ela pode morrer. Não, não e possível. Porque vieram os caminhantes do Paraíso busca-la agora? Estou farto de os ver a levaram quem mais amo, sem pedirem ou avisarem. Não os vou deixar levarem a única pessoa que amo. Está combinado. Lutarei para a manter viva, nem que tenha de enfrentar os exércitos do Céu! Ela não vai morrer.
Já estou perto. Sinto-o o no ar que respiro. Sinto nas folhas que saltam a minha volta. Estou cansado. As montadas devem estar aqui próximas. Apanho a primeira e parto. Atrás de mim continua o meu protegido? Sim. Vamos. Vamos partir para proteger quem mais amo. Vamos sofrer para impedir que nos controlem. Estou farto de ver morrer quem mais amo. Não desta vez não.

*

Estou a procura-lo a bastante tempo. Tenho que lhe dizer da sua mulher. De quem mais ama. Vai morrer. Os caminhantes vieram. A sua paciência e pouca. Querem leva-la já. Temos de ser rápidos e eficientes. Onde está ele? Estas caçadas na confusão de selva que aqui existe, poderei demorar demasiado tempo até o avistar. Que raio! Onde está ele?
Ali! Alguém. É ele. Rápido. Ela está ferida, tens de vir. Começou a correr. A uma velocidade tremenda. Corre para as montadas. Tento o seguir de perto. Sei que das centenas de pessoas que o conhecem, eu deverei ser dos pouco que o consegue acompanhar. Rápido e rápido para o seguir. Sei o que ele sente. Não o deixaram levar a sua mulher. Lutaremos por ela. Mais uma vez…

(Ps: Uma história que não concluí, mas tinha um conceito interessante por trás: Desafiar a morte)

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Má onda

Não curto estar de má onda com alguém. Sou eu que provoco muitas vezes esse estar. Aliás, esse mal-estar. De nos aproximarmos de alguém e sentirmos, como uma vibração no ar, que as coisas estão mal. Porque, pouco me importa esse mal-estar. Se o provoco, várias vezes, é porque sinto necessidade. Agora, odeio é faze-lo com gente que não consigo evitar.
Porque se provoco o mal-estar com alguém. O silencio forçado. O desprezo merecido. Faço-o, porque sei que vou conseguir sobreviver sem nunca mais dirigir a palavra ás pessoas em causa. E portanto ignoro-as. Esqueço-as completamente. Nunca mais lhes olho na cara, menciono os seus nomes ou mesmo admito a sua existência. É como se entrasse numa sala, e a presença dessas pessoas nada fosse. Como se a sala ainda estivesse vazia. Não é difícil. Não é difícil por para trás pessoas que passamos a detestar.
E contudo, dói cá dentro. Como se não estivesse certo. Ainda hoje passo por gente sem sequer por os olhos em cima ou algo do género. Soa a romântico. Como se uma chatice que aconteceu, é suficiente para deixar de lhe falar para a eternidade. A eternidade é muito relativa, e se deixei de falar com alguém é porque tenho os meus motivos. É uma má onda, mas pronto. Talvez eu é que esteja errado em maltratar assim as pessoas. E contudo não me arrependo. Não me arrependo de ignorar as pessoas. No fundo é um jogo de orgulho e honra. Dizer para nós mesmos:
“Nunca mais lhe vou falar. Nunca.”
Poucas pessoas são como eu. Poucas pessoas conseguem ignorar eternamente alguém. E porquê? Também não vão viver muito tempo. E se alguém vos atrasa ou aborrece, então que a ignorem. Não merecem sequer cumprimentar-nos ou falar-nos. Ignoramos e esquecemos totalmente. Pelo menos eu sou assim. Actualmente, varias são as pessoas que já nem dirijo a palavra. E por incrível que pareça, são só raparigas. Serei eu muito trágico com elas? Serei eu muito sério ou pouco compreensivo? Talvez seja demasiado romântico. O sofrimento é tanto que em vez de reconciliar ou ser hipócrita e agir como se nada fosse, não, prefiro antes anular da minha mente a existência de tal pessoa.
Que se lixe.
Também não estou infeliz. Estou alegre. Se é má onda ou não, deixar de falar com as pessoas, não me importa. Fiz o que fiz e não me arrependo. A todas essas pessoas, facilmente me esqueceram, facilmente serei esquecido. Serei mais um tipo. Um gajo numa foto. Mais um. Uma história para recordar. Mais uma pessoa. Mais um. Um resto. Um sujeito marado da cabeça. Sou passado. Será errado forçar o passado? Será errado forçar o esquecer de alguém? Ou deverá o tempo faze-lo por nós? Não faço ideia.
Que se lixe.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Poetry that does not rhyme: Follow the leader

World is made by leaders.
Leaders conquer worlds and convince others to follow them.
Some say they are not welcome.
That we can live without them.
But we can’t.
Leaders will always exist.
Leaders will always make us puppets of their dirty minds.
We are but followers, without opinion.
We are but dreamers, without a night to sleep.
Life is definitely pathetic.
Those that can, rule and the others…
Well, they try to survive.
They sleep all afternoon, and watch TV everyday.
They have friends and believe in them only for the hard times.
Life’s is but a path.
They hunger by the freedom of being older.
They dream of the day society looks upon them and say:
“You’re too old to work, go and have a peaceful life.”
And they go.
Each day older.
Side by side for the one they love.
See their sons grow up.
Their grandchild getting stronger.
Their minds getting weaker.
Till the day, that the one they love dies.
And they die a little inside.
And the time goes, and death gets slowly closer.
And when they lye, six foot underground, they cry.
And the leader, rich and powerful smile, because their still alive.
World needs leaders, but not the ones we have.
May be, there should be no leaders.
Nothing and no one to lead us.
Life’s pathetic.
And the worst is that we’re not the leaders around.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Diário de um sonhador

"O pior de sonhar, é que um dia vamos acordar.
E quando sonhamos viajamos por mil mundos. Andamos mais rápido que a velocidade da luz. Vagueamos por campos verdes. Somos atletas e verdadeiros deuses. Tocamos música e criamos universos. Tudo faz sentido e tudo anda normalmente. Voamos de um lado para o outro, como uma corda sobre um violino, deslizamos. Suavemente, sem rumo ou maré. Somos o que queremos ser. O mundo é brilhante e nosso. A relva é verde e nossa. Ninguém nos chateia ou aborrece. As crianças não são envergonhadas. Ou velhos não estão arrependidos. Os jovens amam-se. Os adultos não criam conflitos ou disputas. E tudo corre bem. Como se tudo tivesse uma finalidade. Como se o mundo fosse perfeito. Esquecemo-nos mesmo que é um sonho. Que somos nós que sonhamos. E que é por nossa culpa o mundo ser assim. Parece tudo tão linear, tão aberto que seria impossível ser sonhado. Seria impossível a mente de alguém criar algo assim.
E contudo é um sonho. Um sonho que não se farta. Um sonho que não grita ou aborrece. Tão belo quanto um beijo. Tão único quanto um sorriso. Tão quente quanto um abraço. Tão simples quanto a chuva. Tão melódico como a música. Tão leve quanto uma pena. Tão coordenado quanto um improviso. Tão magnifico quanto uma memória. Tão aberto quanto a liberdade. No sonho não há porquês. Não existem justificações plausíveis ou ordenamentos feitos. Existe o sonho.
E o pior de sonhar, é que estamos de facto a sonhar. Estamos mesmo a idealizar algo. A criar um mundo. A seguir um voo de uma andorinha. A ver uma folha boiar. Tudo está certo até ao momento em que acordamos. O mundo é destruído, a andorinha morre e a folha desfaz-se na água. Nada é eterno, e o sonho, é de curta duração. É tão incerto quanto o destino. Houve alturas em que não conseguia sonhar. Perguntavam-me admirado porque não sonhava. E respondia que não conseguia. Não conseguia suportar a ideia que ia acordar e que tudo aquilo deslumbrante e único iria desaparecer, no primeiro minuto em que se acorda. E o sonho, o sonho é negro. Estamos de olhos fechados e a deixar a mente mandar em nós mesmos. Por vezes saltamos e desviamos obstáculos, e contudo, sonhamos. Contudo estamos deitados e a dormir.
E quanto acordamos, o sonho foge. Como se fosse tão puro, tão limpo que a sua existência não pode coexistir com este mundo. Foge como se fosse o fim. O fim de um belo e simples sonho. Foge como se estivesse arrependido. Como se escondesse um universo paralelo.
Não suporto sonhar, porque sei que terei de acordar. E tudo o que criei e imaginei será perdido. Perdido para mais uma historia em família. Para mais um pormenor interessante feito em conversa de almoço. E contentes dizemos entre duas garfadas de um almoço já frio:
Sabes o que sonhei hoje?
E esse mundo, esse universo perfeito, esse estranho sonho, não passa de um tema de conversa. Não passa de uma doce recordação. Por vezes dura e frustrante. Outras vezes nossa e única. O sonho, o sonho deveria ser guardado em DVD. Para poder ver uma e outra vez. Sempre que quisesse. Porque o sonho é nosso. E a liberdade e força que temos quando sonhamos, isso, é sem dúvida eterno. Seria eu capaz de trocar a vida por um sonho?
Sim”

domingo, 20 de maio de 2007

Música para ouvir: Prodigy - Breathe



Breathe with me.

Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psychosomatic addict, insane.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psycho,-somatic addict, insane.

Come play my game.
Inhale, inhale, you're the victim.
Come play my game.
Exhale, exhale, exhale.

Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psychosomatic addict, insane.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psycho,-somatic addict, insane.

Come play my game.
Inhale, inhale, you're the victim.
Come play my game.
Exhale, exhale, exhale.

Breathe with me.

Breathe with me.

Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psychosomatic addict, insane.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psycho,-somatic addict, insane.

Come play my game.
Inhale, inhale, you're the victim.
Come play my game.
Exhale, exhale, exhale

Breathe with me.

Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psychosomatic addict, insane.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psycho,-somatic addict, insane.

Come play my game.
Inhale, inhale, you're the victim.
Come play my game.
Exhale, exhale, exhale

(Nota pessoal: Nunca comi tanto pó no mesmo dia. Concerto dos Prodigy merece aqui o seu lugar de destaque.)