segunda-feira, 18 de junho de 2007

Diário do rancor

“Guardo sempre rancor. Guardo rancor de quem me magoou. Guardo rancor do que correu mal. A culpa é tua. Talvez não seja perfeito, mas tu nem lá perto estás. És ruim, inútil e inculta. E contudo, conseguiste me magoar. Como pude eu deixar. Como pude eu não notar em ti. Não perceber o mal que me fazias. O erro que eu cometia.
Mas pronto, agora acabou-se. Sim, finalmente. Tenho, contudo, pena do que perdemos. Dávamo-nos tão bem. Éramos tão amigos. Partilhávamos cada momento. Estávamos juntos, e sabíamos que ia vale a pena. Sabíamos que tudo ia correr bem. O momento era nosso, e íamos ser felizes.
Mas acabámos! Agora já nem te posso ver. Agora sempre que estamos juntos, guardo rancor. Já nem consigo olhar para a tua cara! Metes me nojo. Fazes me recordar… Recordar o quanto era feliz contigo. E no fim, a rapidez com que destruíste essa nossa amizade. Essa nossa relação. Ah, que porcaria que me saíste. Sabes que, sempre que te vejo, penso na vergonha. Penso nas pessoas que me eram chegadas, e que te apresentei. Logo tu, que não és nada do que eu queria. Nada do que eu defendia. Será que as pessoas olharam para mim e pensaram:
“Tanto falava, e apaixonou-se por uma rapariga assim.”
Não, eu não me apaixonei, e estou longe disso. Odeio-te. Guardo rancor. Metes-me nojo. Sempre que te vejo. Falas comigo. E respondo-te. Mas não passa disso. Não quero saber da tua vida, dos teus amores, da tua vida. Nada. Para mim, já não existes.
Nunca mais te olho para a cara. Já não preciso. Já não quero saber. Adeus, e que saibas, não quero nada contigo. Nem quero ouvir o teu nome, ou saber que estas bem ou á beira da morte. Guardo rancor.”

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