sábado, 16 de junho de 2007

Por trás da sombra, todos somos homens

No escuro da neblina, até o mais fraco sabe dançar. Na sombra do mais alto, até o mais baixo saber falar. No lado do mais forte, até o miserável sabe lutar. E quem irá responder? Quem se irá defender perante uma plateia tão forte e tão desigual? Poucos. E mesmo eu prefiro me esconder por trás de cortinas, em vez de dar a cara por uma causa perdida.
Onde será que falhamos? Sabemos que dói. Dói constatar que aquilo que mais defendemos cai, como peças de dominó, quando enfrentamos um perigo maior. E contudo dizemos que não. Dizemos mal da corrupção, da mentira e da dor. E contudo causamos qualquer uma delas, ás vezes as três ao mesmo tempo, apenas para atingir a satisfação. Dizemos mal dos que mais sofrem, mas se confrontados com uma oportunidade de os salvar, então recuamos. Porque o nosso pescoço é mais importante que os milhares de pessoas que diariamente ficam sem eles.
E é assim. Temos uma vida. Poucos de nós nos queremos armar em Teresa de Calcutá. Poucos de nós queremos passar a palavra como “Che” Guevara. Poucos de nós queremos ser os primeiros em algo como Vasco da Gama. No fundo, todos queremos viver. E o sucesso, é relativo. Queremos ser bem sucedidos na vida. Á nossa maneira. Quer ela seja num sótão a fumar ganzas, ou numa convenção a dar um discurso. A vida é relativa. Se cada um toma as suas decisões, que as tome. Se queremos algo da vida porquê sermos impedidos de tal? Deveremos seguir o que queremos. Poucas profissões estão fora do nosso alcance. Mas algumas estão. Tipo:
Psicopata, muito patético.
Politico corrupto, concorrência a mais.
Poeta filosofo, sem futuro.
E a lista prossegue. O futuro está aberto. Não devemos deixar que nós impeçam de fazermos o que queremos fazer. É claro que vamos sempre fugir quando contra um inimigo maior. É claro que vamos sempre recuar, contra uma batalha suicida. É claro que vamos sempre temer contra um adversário vencedor. Mas se um dia, um dia só, tivermos oportunidade de provar que não somos mais um, então gostava de poder agarrar esse dia. Gostava de saber que vou me levantar e caminhar, quando todos os outros recuarem. Que vou olhar nos olhos quando todos os outros desviarem o olhar. Que vou lutar, quando todos os outros se renderem. Se esse dia chegar, e eu tomar a decisão correcta, então todas as derrotas serão soldadas. Todos os erros serão perdoados. E eu, serei mais do que qualquer outro. Serei humano.

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