E foi a reparar que tinha roubado a caneta de uma irmã, elemento da igreja católica, que me deparei com o assunto. Talvez pelo facto da caneta pertencer a uma firma de funerais, ou pelo carácter de estar ligeiramente roída no topo, o que me enojou um bocado. Não sei, mas fiquei a pensar. Talvez tenha perdido anos da minha infância. E isso, é uma treta de cena. Enquanto todos brincavam e sorriam, sem problemas, eu não. Enquanto todos se reuniam para a sua primeira ida ao cinema e a sua primeira ida ao café e a sua primeira…vida. Eu estava a fazer-me de parvo.
E pronto, se já admiti que perdi anos de infância, e agora? O que ganho eu com isso? Uma coisa é certa, se na altura não me diverti, então agora, vou compensar o tempo perdido. Agora vou me divertir, e muito. Dizem, e são várias as pessoas que o admitem, que sou um tipo de extremos. Levo sempre tudo ao extremo. O que me parece altamente praticável. E inteligente.
Se hoje faço algo, e quem sabe, nunca mais o farei, porque não aproveitar ao máximo? Porque não dar tudo, sempre que podemos? Se a vida é curta, e podemos morrer de um minuto para outro, então, porque não aproveitar cada acontecimento na nossa vida? Sou a favor de o fazer. Sempre! O que pode ser frustrante. Tanto porque podem vir refilar contigo, porque acabaste com o salame de chocolate em meia hora, ou porque correste tanto que tresandas pior que tudo.
Acho que a vida é feita de extremos. É feita de frases que só tu terias coragem de as dizer. Veio ontem um amigo meu, falar de um dia, mais miúdos do que somos ainda hoje, virei-me para ele, no campo de futebol e disse:
“O que interessa é o que os outros pensam.”
Agora, uma coisa é certa, na altura, não era nada atraente, nem nada á frente. Era mesmo um tipo reservado e não muito de notar. E contudo, disse algo assim. E o interessante, é que ainda hoje diria o mesmo. Terei eu mudado tanto, ou será a mudança relativa e mal intencionada? Se algum dia poder, explico o quis dizer com essa frase, porque ainda hoje, diria exactamente o que diria na altura. A mesma resposta doida e completamente incompreendida. Pelos vistos não mudei certas coisas.
E porque raio tem uma irmã, uma caneta de uma agência funerária? Isso não é pecado?
sábado, 26 de maio de 2007
sexta-feira, 25 de maio de 2007
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Textos por acabar: Contra a morte
Corria o mais rápido possível. Mal soube da notícia já partia a toda a velocidade. A caçada estava terminada. Não posso acreditar que ela pode morrer. Não, não e possível. Porque vieram os caminhantes do Paraíso busca-la agora? Estou farto de os ver a levaram quem mais amo, sem pedirem ou avisarem. Não os vou deixar levarem a única pessoa que amo. Está combinado. Lutarei para a manter viva, nem que tenha de enfrentar os exércitos do Céu! Ela não vai morrer.
Já estou perto. Sinto-o o no ar que respiro. Sinto nas folhas que saltam a minha volta. Estou cansado. As montadas devem estar aqui próximas. Apanho a primeira e parto. Atrás de mim continua o meu protegido? Sim. Vamos. Vamos partir para proteger quem mais amo. Vamos sofrer para impedir que nos controlem. Estou farto de ver morrer quem mais amo. Não desta vez não.
*
Estou a procura-lo a bastante tempo. Tenho que lhe dizer da sua mulher. De quem mais ama. Vai morrer. Os caminhantes vieram. A sua paciência e pouca. Querem leva-la já. Temos de ser rápidos e eficientes. Onde está ele? Estas caçadas na confusão de selva que aqui existe, poderei demorar demasiado tempo até o avistar. Que raio! Onde está ele?
Ali! Alguém. É ele. Rápido. Ela está ferida, tens de vir. Começou a correr. A uma velocidade tremenda. Corre para as montadas. Tento o seguir de perto. Sei que das centenas de pessoas que o conhecem, eu deverei ser dos pouco que o consegue acompanhar. Rápido e rápido para o seguir. Sei o que ele sente. Não o deixaram levar a sua mulher. Lutaremos por ela. Mais uma vez…
(Ps: Uma história que não concluí, mas tinha um conceito interessante por trás: Desafiar a morte)
Já estou perto. Sinto-o o no ar que respiro. Sinto nas folhas que saltam a minha volta. Estou cansado. As montadas devem estar aqui próximas. Apanho a primeira e parto. Atrás de mim continua o meu protegido? Sim. Vamos. Vamos partir para proteger quem mais amo. Vamos sofrer para impedir que nos controlem. Estou farto de ver morrer quem mais amo. Não desta vez não.
*
Estou a procura-lo a bastante tempo. Tenho que lhe dizer da sua mulher. De quem mais ama. Vai morrer. Os caminhantes vieram. A sua paciência e pouca. Querem leva-la já. Temos de ser rápidos e eficientes. Onde está ele? Estas caçadas na confusão de selva que aqui existe, poderei demorar demasiado tempo até o avistar. Que raio! Onde está ele?
Ali! Alguém. É ele. Rápido. Ela está ferida, tens de vir. Começou a correr. A uma velocidade tremenda. Corre para as montadas. Tento o seguir de perto. Sei que das centenas de pessoas que o conhecem, eu deverei ser dos pouco que o consegue acompanhar. Rápido e rápido para o seguir. Sei o que ele sente. Não o deixaram levar a sua mulher. Lutaremos por ela. Mais uma vez…
(Ps: Uma história que não concluí, mas tinha um conceito interessante por trás: Desafiar a morte)
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Má onda
Não curto estar de má onda com alguém. Sou eu que provoco muitas vezes esse estar. Aliás, esse mal-estar. De nos aproximarmos de alguém e sentirmos, como uma vibração no ar, que as coisas estão mal. Porque, pouco me importa esse mal-estar. Se o provoco, várias vezes, é porque sinto necessidade. Agora, odeio é faze-lo com gente que não consigo evitar.
Porque se provoco o mal-estar com alguém. O silencio forçado. O desprezo merecido. Faço-o, porque sei que vou conseguir sobreviver sem nunca mais dirigir a palavra ás pessoas em causa. E portanto ignoro-as. Esqueço-as completamente. Nunca mais lhes olho na cara, menciono os seus nomes ou mesmo admito a sua existência. É como se entrasse numa sala, e a presença dessas pessoas nada fosse. Como se a sala ainda estivesse vazia. Não é difícil. Não é difícil por para trás pessoas que passamos a detestar.
E contudo, dói cá dentro. Como se não estivesse certo. Ainda hoje passo por gente sem sequer por os olhos em cima ou algo do género. Soa a romântico. Como se uma chatice que aconteceu, é suficiente para deixar de lhe falar para a eternidade. A eternidade é muito relativa, e se deixei de falar com alguém é porque tenho os meus motivos. É uma má onda, mas pronto. Talvez eu é que esteja errado em maltratar assim as pessoas. E contudo não me arrependo. Não me arrependo de ignorar as pessoas. No fundo é um jogo de orgulho e honra. Dizer para nós mesmos:
“Nunca mais lhe vou falar. Nunca.”
Poucas pessoas são como eu. Poucas pessoas conseguem ignorar eternamente alguém. E porquê? Também não vão viver muito tempo. E se alguém vos atrasa ou aborrece, então que a ignorem. Não merecem sequer cumprimentar-nos ou falar-nos. Ignoramos e esquecemos totalmente. Pelo menos eu sou assim. Actualmente, varias são as pessoas que já nem dirijo a palavra. E por incrível que pareça, são só raparigas. Serei eu muito trágico com elas? Serei eu muito sério ou pouco compreensivo? Talvez seja demasiado romântico. O sofrimento é tanto que em vez de reconciliar ou ser hipócrita e agir como se nada fosse, não, prefiro antes anular da minha mente a existência de tal pessoa.
Que se lixe.
Também não estou infeliz. Estou alegre. Se é má onda ou não, deixar de falar com as pessoas, não me importa. Fiz o que fiz e não me arrependo. A todas essas pessoas, facilmente me esqueceram, facilmente serei esquecido. Serei mais um tipo. Um gajo numa foto. Mais um. Uma história para recordar. Mais uma pessoa. Mais um. Um resto. Um sujeito marado da cabeça. Sou passado. Será errado forçar o passado? Será errado forçar o esquecer de alguém? Ou deverá o tempo faze-lo por nós? Não faço ideia.
Que se lixe.
Porque se provoco o mal-estar com alguém. O silencio forçado. O desprezo merecido. Faço-o, porque sei que vou conseguir sobreviver sem nunca mais dirigir a palavra ás pessoas em causa. E portanto ignoro-as. Esqueço-as completamente. Nunca mais lhes olho na cara, menciono os seus nomes ou mesmo admito a sua existência. É como se entrasse numa sala, e a presença dessas pessoas nada fosse. Como se a sala ainda estivesse vazia. Não é difícil. Não é difícil por para trás pessoas que passamos a detestar.
E contudo, dói cá dentro. Como se não estivesse certo. Ainda hoje passo por gente sem sequer por os olhos em cima ou algo do género. Soa a romântico. Como se uma chatice que aconteceu, é suficiente para deixar de lhe falar para a eternidade. A eternidade é muito relativa, e se deixei de falar com alguém é porque tenho os meus motivos. É uma má onda, mas pronto. Talvez eu é que esteja errado em maltratar assim as pessoas. E contudo não me arrependo. Não me arrependo de ignorar as pessoas. No fundo é um jogo de orgulho e honra. Dizer para nós mesmos:
“Nunca mais lhe vou falar. Nunca.”
Poucas pessoas são como eu. Poucas pessoas conseguem ignorar eternamente alguém. E porquê? Também não vão viver muito tempo. E se alguém vos atrasa ou aborrece, então que a ignorem. Não merecem sequer cumprimentar-nos ou falar-nos. Ignoramos e esquecemos totalmente. Pelo menos eu sou assim. Actualmente, varias são as pessoas que já nem dirijo a palavra. E por incrível que pareça, são só raparigas. Serei eu muito trágico com elas? Serei eu muito sério ou pouco compreensivo? Talvez seja demasiado romântico. O sofrimento é tanto que em vez de reconciliar ou ser hipócrita e agir como se nada fosse, não, prefiro antes anular da minha mente a existência de tal pessoa.
Que se lixe.
Também não estou infeliz. Estou alegre. Se é má onda ou não, deixar de falar com as pessoas, não me importa. Fiz o que fiz e não me arrependo. A todas essas pessoas, facilmente me esqueceram, facilmente serei esquecido. Serei mais um tipo. Um gajo numa foto. Mais um. Uma história para recordar. Mais uma pessoa. Mais um. Um resto. Um sujeito marado da cabeça. Sou passado. Será errado forçar o passado? Será errado forçar o esquecer de alguém? Ou deverá o tempo faze-lo por nós? Não faço ideia.
Que se lixe.
terça-feira, 22 de maio de 2007
Poetry that does not rhyme: Follow the leader
World is made by leaders.
Leaders conquer worlds and convince others to follow them.
Some say they are not welcome.
That we can live without them.
But we can’t.
Leaders will always exist.
Leaders will always make us puppets of their dirty minds.
We are but followers, without opinion.
We are but dreamers, without a night to sleep.
Life is definitely pathetic.
Those that can, rule and the others…
Well, they try to survive.
They sleep all afternoon, and watch TV everyday.
They have friends and believe in them only for the hard times.
Life’s is but a path.
They hunger by the freedom of being older.
They dream of the day society looks upon them and say:
“You’re too old to work, go and have a peaceful life.”
And they go.
Each day older.
Side by side for the one they love.
See their sons grow up.
Their grandchild getting stronger.
Their minds getting weaker.
Till the day, that the one they love dies.
And they die a little inside.
And the time goes, and death gets slowly closer.
And when they lye, six foot underground, they cry.
And the leader, rich and powerful smile, because their still alive.
World needs leaders, but not the ones we have.
May be, there should be no leaders.
Nothing and no one to lead us.
Life’s pathetic.
And the worst is that we’re not the leaders around.
Leaders conquer worlds and convince others to follow them.
Some say they are not welcome.
That we can live without them.
But we can’t.
Leaders will always exist.
Leaders will always make us puppets of their dirty minds.
We are but followers, without opinion.
We are but dreamers, without a night to sleep.
Life is definitely pathetic.
Those that can, rule and the others…
Well, they try to survive.
They sleep all afternoon, and watch TV everyday.
They have friends and believe in them only for the hard times.
Life’s is but a path.
They hunger by the freedom of being older.
They dream of the day society looks upon them and say:
“You’re too old to work, go and have a peaceful life.”
And they go.
Each day older.
Side by side for the one they love.
See their sons grow up.
Their grandchild getting stronger.
Their minds getting weaker.
Till the day, that the one they love dies.
And they die a little inside.
And the time goes, and death gets slowly closer.
And when they lye, six foot underground, they cry.
And the leader, rich and powerful smile, because their still alive.
World needs leaders, but not the ones we have.
May be, there should be no leaders.
Nothing and no one to lead us.
Life’s pathetic.
And the worst is that we’re not the leaders around.
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Diário de um sonhador
"O pior de sonhar, é que um dia vamos acordar.
E quando sonhamos viajamos por mil mundos. Andamos mais rápido que a velocidade da luz. Vagueamos por campos verdes. Somos atletas e verdadeiros deuses. Tocamos música e criamos universos. Tudo faz sentido e tudo anda normalmente. Voamos de um lado para o outro, como uma corda sobre um violino, deslizamos. Suavemente, sem rumo ou maré. Somos o que queremos ser. O mundo é brilhante e nosso. A relva é verde e nossa. Ninguém nos chateia ou aborrece. As crianças não são envergonhadas. Ou velhos não estão arrependidos. Os jovens amam-se. Os adultos não criam conflitos ou disputas. E tudo corre bem. Como se tudo tivesse uma finalidade. Como se o mundo fosse perfeito. Esquecemo-nos mesmo que é um sonho. Que somos nós que sonhamos. E que é por nossa culpa o mundo ser assim. Parece tudo tão linear, tão aberto que seria impossível ser sonhado. Seria impossível a mente de alguém criar algo assim.
E contudo é um sonho. Um sonho que não se farta. Um sonho que não grita ou aborrece. Tão belo quanto um beijo. Tão único quanto um sorriso. Tão quente quanto um abraço. Tão simples quanto a chuva. Tão melódico como a música. Tão leve quanto uma pena. Tão coordenado quanto um improviso. Tão magnifico quanto uma memória. Tão aberto quanto a liberdade. No sonho não há porquês. Não existem justificações plausíveis ou ordenamentos feitos. Existe o sonho.
E o pior de sonhar, é que estamos de facto a sonhar. Estamos mesmo a idealizar algo. A criar um mundo. A seguir um voo de uma andorinha. A ver uma folha boiar. Tudo está certo até ao momento em que acordamos. O mundo é destruído, a andorinha morre e a folha desfaz-se na água. Nada é eterno, e o sonho, é de curta duração. É tão incerto quanto o destino. Houve alturas em que não conseguia sonhar. Perguntavam-me admirado porque não sonhava. E respondia que não conseguia. Não conseguia suportar a ideia que ia acordar e que tudo aquilo deslumbrante e único iria desaparecer, no primeiro minuto em que se acorda. E o sonho, o sonho é negro. Estamos de olhos fechados e a deixar a mente mandar em nós mesmos. Por vezes saltamos e desviamos obstáculos, e contudo, sonhamos. Contudo estamos deitados e a dormir.
E quanto acordamos, o sonho foge. Como se fosse tão puro, tão limpo que a sua existência não pode coexistir com este mundo. Foge como se fosse o fim. O fim de um belo e simples sonho. Foge como se estivesse arrependido. Como se escondesse um universo paralelo.
Não suporto sonhar, porque sei que terei de acordar. E tudo o que criei e imaginei será perdido. Perdido para mais uma historia em família. Para mais um pormenor interessante feito em conversa de almoço. E contentes dizemos entre duas garfadas de um almoço já frio:
Sabes o que sonhei hoje?
E esse mundo, esse universo perfeito, esse estranho sonho, não passa de um tema de conversa. Não passa de uma doce recordação. Por vezes dura e frustrante. Outras vezes nossa e única. O sonho, o sonho deveria ser guardado em DVD. Para poder ver uma e outra vez. Sempre que quisesse. Porque o sonho é nosso. E a liberdade e força que temos quando sonhamos, isso, é sem dúvida eterno. Seria eu capaz de trocar a vida por um sonho?
Sim”
E quando sonhamos viajamos por mil mundos. Andamos mais rápido que a velocidade da luz. Vagueamos por campos verdes. Somos atletas e verdadeiros deuses. Tocamos música e criamos universos. Tudo faz sentido e tudo anda normalmente. Voamos de um lado para o outro, como uma corda sobre um violino, deslizamos. Suavemente, sem rumo ou maré. Somos o que queremos ser. O mundo é brilhante e nosso. A relva é verde e nossa. Ninguém nos chateia ou aborrece. As crianças não são envergonhadas. Ou velhos não estão arrependidos. Os jovens amam-se. Os adultos não criam conflitos ou disputas. E tudo corre bem. Como se tudo tivesse uma finalidade. Como se o mundo fosse perfeito. Esquecemo-nos mesmo que é um sonho. Que somos nós que sonhamos. E que é por nossa culpa o mundo ser assim. Parece tudo tão linear, tão aberto que seria impossível ser sonhado. Seria impossível a mente de alguém criar algo assim.
E contudo é um sonho. Um sonho que não se farta. Um sonho que não grita ou aborrece. Tão belo quanto um beijo. Tão único quanto um sorriso. Tão quente quanto um abraço. Tão simples quanto a chuva. Tão melódico como a música. Tão leve quanto uma pena. Tão coordenado quanto um improviso. Tão magnifico quanto uma memória. Tão aberto quanto a liberdade. No sonho não há porquês. Não existem justificações plausíveis ou ordenamentos feitos. Existe o sonho.
E o pior de sonhar, é que estamos de facto a sonhar. Estamos mesmo a idealizar algo. A criar um mundo. A seguir um voo de uma andorinha. A ver uma folha boiar. Tudo está certo até ao momento em que acordamos. O mundo é destruído, a andorinha morre e a folha desfaz-se na água. Nada é eterno, e o sonho, é de curta duração. É tão incerto quanto o destino. Houve alturas em que não conseguia sonhar. Perguntavam-me admirado porque não sonhava. E respondia que não conseguia. Não conseguia suportar a ideia que ia acordar e que tudo aquilo deslumbrante e único iria desaparecer, no primeiro minuto em que se acorda. E o sonho, o sonho é negro. Estamos de olhos fechados e a deixar a mente mandar em nós mesmos. Por vezes saltamos e desviamos obstáculos, e contudo, sonhamos. Contudo estamos deitados e a dormir.
E quanto acordamos, o sonho foge. Como se fosse tão puro, tão limpo que a sua existência não pode coexistir com este mundo. Foge como se fosse o fim. O fim de um belo e simples sonho. Foge como se estivesse arrependido. Como se escondesse um universo paralelo.
Não suporto sonhar, porque sei que terei de acordar. E tudo o que criei e imaginei será perdido. Perdido para mais uma historia em família. Para mais um pormenor interessante feito em conversa de almoço. E contentes dizemos entre duas garfadas de um almoço já frio:
Sabes o que sonhei hoje?
E esse mundo, esse universo perfeito, esse estranho sonho, não passa de um tema de conversa. Não passa de uma doce recordação. Por vezes dura e frustrante. Outras vezes nossa e única. O sonho, o sonho deveria ser guardado em DVD. Para poder ver uma e outra vez. Sempre que quisesse. Porque o sonho é nosso. E a liberdade e força que temos quando sonhamos, isso, é sem dúvida eterno. Seria eu capaz de trocar a vida por um sonho?
Sim”
domingo, 20 de maio de 2007
Música para ouvir: Prodigy - Breathe
Breathe with me.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psychosomatic addict, insane.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psycho,-somatic addict, insane.
Come play my game.
Inhale, inhale, you're the victim.
Come play my game.
Exhale, exhale, exhale.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psychosomatic addict, insane.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psycho,-somatic addict, insane.
Come play my game.
Inhale, inhale, you're the victim.
Come play my game.
Exhale, exhale, exhale.
Breathe with me.
Breathe with me.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psychosomatic addict, insane.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psycho,-somatic addict, insane.
Come play my game.
Inhale, inhale, you're the victim.
Come play my game.
Exhale, exhale, exhale
Breathe with me.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psychosomatic addict, insane.
Breathe the pressure,
Come play my game I'll test ya.
Psycho,-somatic addict, insane.
Come play my game.
Inhale, inhale, you're the victim.
Come play my game.
Exhale, exhale, exhale
(Nota pessoal: Nunca comi tanto pó no mesmo dia. Concerto dos Prodigy merece aqui o seu lugar de destaque.)
sábado, 19 de maio de 2007
A vida tem outra cor
A vida tomou outro significado. Tudo tem mais piada. É como se tivessem devolvido as cores ao céu. É como se renascêssemos do nada. Sem esforço ou dor. Apenas prazer e satisfação. E a vida ganhou cor. Tudo parece mais lógico. Um peso enorme que carregava caiu. E sinto-me leve. Como se conseguisse voar. Não há pressão de tempo. Não há frustração da solidão. Não há dor na vida.
Admitindo os meus erros, e concluindo as minhas desventuras. Chego a um bom fim. A vida é bela. E tem de ser. Violência existe. E toda a dor existe. Não é desumano ignora-la. Desumano é pensar que não nos pode atingir. Estamos para sempre condenados a conhecer o nosso fim. A única escolha que temos, é se nos cruzamos com esse fim, em pé como heróis, ou deitados como velhos idosos.
A verdade é que as pequenas coisas da vida dão-nos prazer. Aqueles pequenos pormenores que parece que foram feitos só para nós. Isso sim. Isso faz o nosso dia ter mais significado. E agora, agora que me tiraram um peso de cima dos ombros, eu entendo. Agora a música faz mais sentido. A arte é mais bela. E a vida é mais especial. Como pequenas coisas mudam todo o nosso andar, estar e ser. Tudo parece diferente. Quando um dos nossos propósitos mais íntimos é satisfeito. Quando algo que tanto ansiamos sucede, então é porque estamos vivos.
Então é porque o mundo sucede. O céu continua a ser azul. As nuvens brancas. O passado continua a ser tentador. E o presente um massacre. Os amigos continuam uns bêbados. A família continua de luto. A semana tem cinco dias. A corrente vai para o mesmo lado. Os peixes continuam a viver debaixo de água. Os cães atravessam a estrada na passadeira. As raparigas continuam a sorrir. A música continua um universo mais vasto que o nosso. A arte abstracta continua um mistério. A hora continua a ter sessenta minutos. O mar continua azul e ondulado. A televisão continua viciante e aditiva. O mundo continua igual ao que sempre foi.
Mas nós não. Nós mudamos, e a vida tomou outra cor. Se por bem ou mal, não sei. Sei apenas algo: Ainda não me desiludi.
Admitindo os meus erros, e concluindo as minhas desventuras. Chego a um bom fim. A vida é bela. E tem de ser. Violência existe. E toda a dor existe. Não é desumano ignora-la. Desumano é pensar que não nos pode atingir. Estamos para sempre condenados a conhecer o nosso fim. A única escolha que temos, é se nos cruzamos com esse fim, em pé como heróis, ou deitados como velhos idosos.
A verdade é que as pequenas coisas da vida dão-nos prazer. Aqueles pequenos pormenores que parece que foram feitos só para nós. Isso sim. Isso faz o nosso dia ter mais significado. E agora, agora que me tiraram um peso de cima dos ombros, eu entendo. Agora a música faz mais sentido. A arte é mais bela. E a vida é mais especial. Como pequenas coisas mudam todo o nosso andar, estar e ser. Tudo parece diferente. Quando um dos nossos propósitos mais íntimos é satisfeito. Quando algo que tanto ansiamos sucede, então é porque estamos vivos.
Então é porque o mundo sucede. O céu continua a ser azul. As nuvens brancas. O passado continua a ser tentador. E o presente um massacre. Os amigos continuam uns bêbados. A família continua de luto. A semana tem cinco dias. A corrente vai para o mesmo lado. Os peixes continuam a viver debaixo de água. Os cães atravessam a estrada na passadeira. As raparigas continuam a sorrir. A música continua um universo mais vasto que o nosso. A arte abstracta continua um mistério. A hora continua a ter sessenta minutos. O mar continua azul e ondulado. A televisão continua viciante e aditiva. O mundo continua igual ao que sempre foi.
Mas nós não. Nós mudamos, e a vida tomou outra cor. Se por bem ou mal, não sei. Sei apenas algo: Ainda não me desiludi.
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Filme Memorável - Memento
(Nota pessoal: O filme que gosto mais, de todos os que já tive o prazer de ver.)
quinta-feira, 17 de maio de 2007
Cesário Verde e a sua obra
Estava, inicialmente, muito pouco ligado á obra de Cesário Verde. Não tenho facilidade em analisar poesia, ou mesmo em saber apreciá-la. Tenho um irmão com tendências poéticas, tal como a professora sabe. E sendo assim, sempre deixei os meios “poéticos” para ele. Também eu escrevo, mas prefiro escrever textos largos. Pensamentos e profundas reflexões sobre o mundo.
Mas tentando não fugir ao tema, repito, não sei apreciar poesia. E portanto, julguei que Cesário Verde não fosse uma excepção. Pensei que fosse mais um poeta português, dos muitos que a minha nação alberga (Graças a Deus!). E contudo, ao ler Cesário Verde, consegui descobrir o seu brilho. Verdade seja dita que os poucos poetas que já tinha tido o prazer de ler, eram épicos (Camões) ou míticos (Pessoa), e de ambos, pouco ou nada consegui apreciar. Nem mesmo consegui apreciar, pois tanto se dizia bem de ambos que até me sentia intimidade em expressar a minha opinião as suas obras. Como se um comentário a tais obras fantásticos fosse mal recebido e mesmo renegado.
Portanto ao ler Cesário Verde, consegui perceber um pouco esse brilho que ostenta. Sei contudo que não é assim que o conseguirei apreciar. Por muito que o tente ler e até mesmo julgar, a obra de Cesário Verde não encaixa. Tanta é a pressão de ler e analisar para conseguir corresponder ás análises feitas nas aulas, que receio não conseguir tirar o máximo de tal obra. Dos vários poemas que li, apenas a ideia de tirar notas e conclusões (muitas vezes precipitadas) imperava na minha mente.
Portanto, e receando não corresponder ás expectativas de um futuro teste sobre a obra de Cesário Verde, é com pena que digo, continuo sem saber apreciar poesia. Quero portanto deixar aqui a minha impressão do primeiro poema que li de Cesário Verde: Contrariedades. Tocou-me a maneira como “triste” Cesário Verde conta a sua história. Sendo este recusado por não aceitarem poemas seus, loucamente relata a sua fúria e sentimento. Apreciei especialmente a maneira como a cólera passa ao ver e pensar naqueles que realmente sofrem: o povo. E ao contrário de Eça que mal dizia da sociedade rica e dos luxos, Cesário tenta mostrar os dois lados dessa contenda, tanto dizendo mal dos ricos, como realçando a pobreza do povo. De todos os poemas, este fascinou-me. E espero, um dia mais velho, conseguir ter tempo para realmente apreciar todo o legado de Cesário Verde.
“E estou melhor, passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe luz no quarto. Inda trabalha. É feia…
Que mundo! Coitadinha!”
Poema de Cesário Verde, Contrariedades
10.05.07
Mas tentando não fugir ao tema, repito, não sei apreciar poesia. E portanto, julguei que Cesário Verde não fosse uma excepção. Pensei que fosse mais um poeta português, dos muitos que a minha nação alberga (Graças a Deus!). E contudo, ao ler Cesário Verde, consegui descobrir o seu brilho. Verdade seja dita que os poucos poetas que já tinha tido o prazer de ler, eram épicos (Camões) ou míticos (Pessoa), e de ambos, pouco ou nada consegui apreciar. Nem mesmo consegui apreciar, pois tanto se dizia bem de ambos que até me sentia intimidade em expressar a minha opinião as suas obras. Como se um comentário a tais obras fantásticos fosse mal recebido e mesmo renegado.
Portanto ao ler Cesário Verde, consegui perceber um pouco esse brilho que ostenta. Sei contudo que não é assim que o conseguirei apreciar. Por muito que o tente ler e até mesmo julgar, a obra de Cesário Verde não encaixa. Tanta é a pressão de ler e analisar para conseguir corresponder ás análises feitas nas aulas, que receio não conseguir tirar o máximo de tal obra. Dos vários poemas que li, apenas a ideia de tirar notas e conclusões (muitas vezes precipitadas) imperava na minha mente.
Portanto, e receando não corresponder ás expectativas de um futuro teste sobre a obra de Cesário Verde, é com pena que digo, continuo sem saber apreciar poesia. Quero portanto deixar aqui a minha impressão do primeiro poema que li de Cesário Verde: Contrariedades. Tocou-me a maneira como “triste” Cesário Verde conta a sua história. Sendo este recusado por não aceitarem poemas seus, loucamente relata a sua fúria e sentimento. Apreciei especialmente a maneira como a cólera passa ao ver e pensar naqueles que realmente sofrem: o povo. E ao contrário de Eça que mal dizia da sociedade rica e dos luxos, Cesário tenta mostrar os dois lados dessa contenda, tanto dizendo mal dos ricos, como realçando a pobreza do povo. De todos os poemas, este fascinou-me. E espero, um dia mais velho, conseguir ter tempo para realmente apreciar todo o legado de Cesário Verde.
“E estou melhor, passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe luz no quarto. Inda trabalha. É feia…
Que mundo! Coitadinha!”
Poema de Cesário Verde, Contrariedades
10.05.07
quarta-feira, 16 de maio de 2007
A vida complicou-se
A culpa não é nossa. Não pode ser. Não somos nos que ditamos a velocidade com que a vida se move. Não somos nos que decidimos a quantos vamos. È como uma viagem de carro. E estamos no lugar do morto. Pouco podemos fazer para alem de ouvir musica e apreciar a vista. E contudo temos uma opção: enfiar com o carro no muro, e dar uma morte instantânea. Acho que a vida acaba por se resumir a isso. Uma viagem que não temos controlo, e apenas podemos apreciar. E a única coisa que podemos fazer, é escolher quando queremos que chegue o fim. Isto é, se o provocarmos.
E é frustrante. Irritante no mínimo. Nada fazemos. A vida corre muito depressa, e mal temos noção, já estamos a dizer:
“Isso no meu tempo não era assim.” Ou “ Isso era antigamente.”
Que raio, quantos séculos de idade temos nós, para já estarmos armados em velhos? A falar do nosso tempo e de como era dantes. Julgamo-nos já com idade para dizer tais barbaridades. Somos putos. Estamos na flor da idade. E por muitas décadas de idade, nunca deveria chegar uma altura propícia para falar do passado e compara-lo ao presente. Nunca deveria chegar um dia, em que sentados numa cadeira, e olhando para o Sol a queimar-nos as pálpebras, dar-mos com nós mesmos dizendo em voz baixa:
“Ah, que vida que levei. Tantas coisas alcancei, e tantas coisas vivi.”
Ainda eu, jovem como sou, dou por mim a criar biografias na mente. Passagens da minha vida, transcrita para um livro. Desgraça de pensamentos. Nenhum de nós deveria sentir-se velho, nunca.
E é frustrante. Irritante no mínimo. Nada fazemos. A vida corre muito depressa, e mal temos noção, já estamos a dizer:
“Isso no meu tempo não era assim.” Ou “ Isso era antigamente.”
Que raio, quantos séculos de idade temos nós, para já estarmos armados em velhos? A falar do nosso tempo e de como era dantes. Julgamo-nos já com idade para dizer tais barbaridades. Somos putos. Estamos na flor da idade. E por muitas décadas de idade, nunca deveria chegar uma altura propícia para falar do passado e compara-lo ao presente. Nunca deveria chegar um dia, em que sentados numa cadeira, e olhando para o Sol a queimar-nos as pálpebras, dar-mos com nós mesmos dizendo em voz baixa:
“Ah, que vida que levei. Tantas coisas alcancei, e tantas coisas vivi.”
Ainda eu, jovem como sou, dou por mim a criar biografias na mente. Passagens da minha vida, transcrita para um livro. Desgraça de pensamentos. Nenhum de nós deveria sentir-se velho, nunca.
terça-feira, 15 de maio de 2007
Poetry that does not rhyme: Aren’t you pleased yet
You’ve got a beautiful smile.
Generally, I hate when people smile.
It disappoints me.
I like to believe that I’m the source of their happiness.
So I sadly watch them smile when I’m not there.
But your smile, well that’s different.
When you smile the world seems to smile with you.
And when you do it even I fell happy.
Few people make me smile.
Few people make me fell complete.
And you, you do it all the time.
Why?
I’ve got no answers.
But one thing is true.
You hardly know me.
We trade a smile each day, like we were really happy by seeing one another.
And you know that’s not true.
I’m not the source for your happiness.
I won’t lie to you, you give me hope.
Hope for a better life, a better soul.
God knows I try to make you more then a friend.
But it’s just not enough.
And looking at you, again and again, I wonder:
“Aren’t you pleased yet?”
I finally give up.
You’re so beautiful, so simple, and so unique.
My influence on you could destroy you.
And I won’t take that risk.
I won’t.
Not again.
Generally, I hate when people smile.
It disappoints me.
I like to believe that I’m the source of their happiness.
So I sadly watch them smile when I’m not there.
But your smile, well that’s different.
When you smile the world seems to smile with you.
And when you do it even I fell happy.
Few people make me smile.
Few people make me fell complete.
And you, you do it all the time.
Why?
I’ve got no answers.
But one thing is true.
You hardly know me.
We trade a smile each day, like we were really happy by seeing one another.
And you know that’s not true.
I’m not the source for your happiness.
I won’t lie to you, you give me hope.
Hope for a better life, a better soul.
God knows I try to make you more then a friend.
But it’s just not enough.
And looking at you, again and again, I wonder:
“Aren’t you pleased yet?”
I finally give up.
You’re so beautiful, so simple, and so unique.
My influence on you could destroy you.
And I won’t take that risk.
I won’t.
Not again.
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Diário de uma mentira
“O meu maior erro foi um dia mentir-te. E a mentira parece tão simples, tão inocente, tão pouco. Mentimos para ocultar a verdade. E porque o fazemos? Porque a realidade não é aquilo que gostaríamos que fosse. Sempre menti a tudo e todos. E agora, agora sinto-me mal. Como se carrega-se um corpo coberto de cicatrizes, dores, doenças. Sim, a mentira é como uma doença terminal. Sabes que inevitavelmente a mentira vai morrer, e contudo lutas com tudo o que tens para que seja o mais tarde possível.
E mentir-te, foi o meu pior erro. Nunca te devia ter mentido. Fi-lo, sim, admito. Na altura… na altura pensei que tudo iria dar errado, se eu não contasse essa pequena mentira. E tu adoravas-me. Não sei se pela mentira, mas tu idolatravas me. E olhavas me com esses teus olhos e sorrias. E eu não pensava mais na mentira. Que importa uma pequena mentira? Que importa agora a mentira? És feliz, e a minha mentira não te irá dar eterna felicidade ou tristeza. No momento, sim, no momento, era a melhor coisa a dizer. Porque tudo poderia descambar, tudo poderia cair, tudo podia morrer, se essa pequena mentira não fosse dita. E eu não podia deixar, simplesmente não podia.
E o pior da mentira, é que só a primeira é que custa. Depois fica-se tão profissional. É como o álcool. No início cai mal na garganta. Mas lentamente o seu efeito toma conta de nós, e cada vez mais perdemos essa noção. Essa noção de que estamos a beber, de que estamos alucinados e que não nos controlamos. Tal como a mentira. A primeira soube mal. Sentir os teus olhos penetrantes. E em cada segundo sentir que duvidavas de mim e que a qualquer momento poderias provar a minha tão estúpida mentira.
Mas nada aconteceu. Tu continuavas a sorrir. E eu continuava a mentir. Lentamente a mentira tomou conta de mim. Já não pensava nela. E mais uma mentira, ou outra, já nada custava a sair. Só uma coisa se arriscava a desaparecer: o teu sorriso, no dia em que perceberes todas as vezes que te aldrabei, trai e enganei.
E aqui, aqui que não me podes ler, perceber e entender, eu peço-te perdão. Mais tarde ou mais cedo iras perceber que te menti. Talvez um dia deixemos de nos amar. E nesse dia já não saberás que te menti. Já não poderás olhar-me na cara e perguntar:
Porquê?
Até esse dia chegar, continuarei a amar-te. Até esse dia… Até chegar esse dia fatídico.
Porque te menti eu? Gostava de nunca o ter feito. Até esse maldito dia, adeus.”
E mentir-te, foi o meu pior erro. Nunca te devia ter mentido. Fi-lo, sim, admito. Na altura… na altura pensei que tudo iria dar errado, se eu não contasse essa pequena mentira. E tu adoravas-me. Não sei se pela mentira, mas tu idolatravas me. E olhavas me com esses teus olhos e sorrias. E eu não pensava mais na mentira. Que importa uma pequena mentira? Que importa agora a mentira? És feliz, e a minha mentira não te irá dar eterna felicidade ou tristeza. No momento, sim, no momento, era a melhor coisa a dizer. Porque tudo poderia descambar, tudo poderia cair, tudo podia morrer, se essa pequena mentira não fosse dita. E eu não podia deixar, simplesmente não podia.
E o pior da mentira, é que só a primeira é que custa. Depois fica-se tão profissional. É como o álcool. No início cai mal na garganta. Mas lentamente o seu efeito toma conta de nós, e cada vez mais perdemos essa noção. Essa noção de que estamos a beber, de que estamos alucinados e que não nos controlamos. Tal como a mentira. A primeira soube mal. Sentir os teus olhos penetrantes. E em cada segundo sentir que duvidavas de mim e que a qualquer momento poderias provar a minha tão estúpida mentira.
Mas nada aconteceu. Tu continuavas a sorrir. E eu continuava a mentir. Lentamente a mentira tomou conta de mim. Já não pensava nela. E mais uma mentira, ou outra, já nada custava a sair. Só uma coisa se arriscava a desaparecer: o teu sorriso, no dia em que perceberes todas as vezes que te aldrabei, trai e enganei.
E aqui, aqui que não me podes ler, perceber e entender, eu peço-te perdão. Mais tarde ou mais cedo iras perceber que te menti. Talvez um dia deixemos de nos amar. E nesse dia já não saberás que te menti. Já não poderás olhar-me na cara e perguntar:
Porquê?
Até esse dia chegar, continuarei a amar-te. Até esse dia… Até chegar esse dia fatídico.
Porque te menti eu? Gostava de nunca o ter feito. Até esse maldito dia, adeus.”
domingo, 13 de maio de 2007
Música para ouvir: Fray - How to Save a Life
Step one you say we need to talk
He walks you say sit down it's just a talk
He smiles politely back at you
You stare politely right on through
Some sort of window to your right
As he goes left and you stay right
Between the lines of fear and blame
And you begin to wonder why you came
Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life
Let him know that you know best
Cause after all you do know best
Try to slip past his defense
Without granting innocence
Lay down a list of what is wrong
The things you've told him all along
And pray to God he hears you
And pray to God he hears you
Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life
As he begins to raise his voice
You lower yours and grant him one last choice
Drive until you lose the road
Or break with the ones you've followed
He will do one of two things
He will admit to everything
Or he'll say he's just not the same
And you'll begin to wonder why you came
Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life
{Repeat the chorus four times}
(Nota pessoal: Uma música destas, calminha, de vez em quando, faz bem a toda a gente. O estilo deles é muito parecido a Coldplay, cada música com o mesmo tom. E contudo demora até saturar.)
sábado, 12 de maio de 2007
Chega de histórias
Já chega de nos aldrabarmos uns aos outros. De nos enganarmos constantemente. De sermos masoquistas e assassinos em massa. Vamos admitir a realidade.
Somos uns incompetentes. Somos uns palhaços. A raça humana não passa de uma cambada de pobres coitados que não sabem nada de nada. Acho que já chega. Adoramos culpar os outros pelos nossos defeitos, e portanto não fazendo de mim uma excepção, vou culpar os outros pelos defeitos que esta minha humanidade representa diariamente na alma. Vou começar, portanto, a mandar as culpas para essa gente toda:
Culpo quem me educou. Ou quem se esqueceu de me educar. Quem me trocou por um programa televisivo ou uma série de televisão. Culpo a todos esses professores que nunca souberam tratar dos seus problemas, mas que julgam saber educar crianças. Culpo os pais vingativos. Aqueles que guardam ressentimentos, e que privados de um prazer quando crianças, o transmitem para os filhos. Como uma calvície ou miopia hereditária, descarregam todo em crianças inocentes, coitadas. Culpo portanto aquelas pessoas que nos deviam educar, mas que não o fizeram.
Culpo o meio onde nascemos. Culpo o sítio para onde nos mandaram. A cidade onde vivemos e todo o que temos de suportar por aqui viver. Não existem lugares perfeitos, mas existem lugares nojentos. Para aqueles, nascidos e criados numa zona modesta, arrisco-me a dizer mesmo, rica. Não foi este o lugar que escolheram. Se calhar preferiam ter vivido num mundo mais pobre para aprender a lutar pelo dinheiro. Se calhar preferiam ser menos fiteiros, habituado a tanto amor e preocupação. Gostavam de ser pobres? E se o fossem, provavelmente gostariam de ter dinheiro e não serem pobres. Portanto, que venha daí as culpas para essa dúvida eterna. Que venha daí a falsa modestia e a ironia dos ricos. E que seja dada a culpa para essa doença hereditária e imortal. Aquela doença que nos faz nunca estar feliz onde estamos, com o que temos e com quem estamos. Aquela doença que nos faz nunca ser felizes.
Culpo as guerras, política e conhecimento. Todos eles a um palmo da mente de uma criança. Basta esticar as mãos ou escutar, para termos a versão real da nossa Terra. Culpo essa informação em massa. Culpo o “século da informação”. Culpo a rapidez com que uma notícia passa de um canto do planeta para outro. Culpo a liberdade de expressão e o racismo. Culpo a maneira como qualquer anormal pode dizer o que quiser do mundo. Escrevendo em paredes ou criando um blog da treta. Mas não vou falar apenas de mim.
Continuo a culpar. Culpo por fim, nos mesmos, nos todos, que fomos mal habituados. Que erro crasso! Habituados a acreditar que tudo está á mão, e que todos podemos ser famosos. Fomos mal habituados. Ligamos a televisão e qualquer anormal é famoso. Qualquer palhaço lança um CD. Qualquer inspirado escreve um livro. Qualquer fantoche governa um país. Será este mundo aquele que escolhemos para nós? Não. A resposta é que o mundo não se escolhe. Fomos mandados para aqui. Cada um no seu caminho, cada um feito parvo á procura de uma razão. Quando não existe razão. Quando é uma perda de tempo.
Qualquer parvo consegue culpar tudo e todos pela sua tristeza. Mas poucos conseguem admitir: estamos a perder tempo. E chega de histórias? Se um dia tivermos um emprego rasco e desprezado? Teremos de ser infelizes? Se um dia estivermos perdidos e sem amigos? Teremos de chorar pelo que já não temos? Se um dia perdermos todo o dinheiro? Teremos de nos suicidar? Acho que no fundo, a verdadeira razão para isto tudo, escapasse ao nosso lado. Só cá estamos uma vez. Só uma vez. E não sei quanto ao resto da humanidade, mas eu não quero chegar um dia, já velho e coxo, a dizer:
“Se pudesse voltar atrás…”
Portanto, chega de culpar os outros, e que venha daí essa vida que tantos indignam e desprezam. Que venha daí a realidade e a felicidade. A dor e o sabor. O sabor que ainda estamos vivos.
Somos uns incompetentes. Somos uns palhaços. A raça humana não passa de uma cambada de pobres coitados que não sabem nada de nada. Acho que já chega. Adoramos culpar os outros pelos nossos defeitos, e portanto não fazendo de mim uma excepção, vou culpar os outros pelos defeitos que esta minha humanidade representa diariamente na alma. Vou começar, portanto, a mandar as culpas para essa gente toda:
Culpo quem me educou. Ou quem se esqueceu de me educar. Quem me trocou por um programa televisivo ou uma série de televisão. Culpo a todos esses professores que nunca souberam tratar dos seus problemas, mas que julgam saber educar crianças. Culpo os pais vingativos. Aqueles que guardam ressentimentos, e que privados de um prazer quando crianças, o transmitem para os filhos. Como uma calvície ou miopia hereditária, descarregam todo em crianças inocentes, coitadas. Culpo portanto aquelas pessoas que nos deviam educar, mas que não o fizeram.
Culpo o meio onde nascemos. Culpo o sítio para onde nos mandaram. A cidade onde vivemos e todo o que temos de suportar por aqui viver. Não existem lugares perfeitos, mas existem lugares nojentos. Para aqueles, nascidos e criados numa zona modesta, arrisco-me a dizer mesmo, rica. Não foi este o lugar que escolheram. Se calhar preferiam ter vivido num mundo mais pobre para aprender a lutar pelo dinheiro. Se calhar preferiam ser menos fiteiros, habituado a tanto amor e preocupação. Gostavam de ser pobres? E se o fossem, provavelmente gostariam de ter dinheiro e não serem pobres. Portanto, que venha daí as culpas para essa dúvida eterna. Que venha daí a falsa modestia e a ironia dos ricos. E que seja dada a culpa para essa doença hereditária e imortal. Aquela doença que nos faz nunca estar feliz onde estamos, com o que temos e com quem estamos. Aquela doença que nos faz nunca ser felizes.
Culpo as guerras, política e conhecimento. Todos eles a um palmo da mente de uma criança. Basta esticar as mãos ou escutar, para termos a versão real da nossa Terra. Culpo essa informação em massa. Culpo o “século da informação”. Culpo a rapidez com que uma notícia passa de um canto do planeta para outro. Culpo a liberdade de expressão e o racismo. Culpo a maneira como qualquer anormal pode dizer o que quiser do mundo. Escrevendo em paredes ou criando um blog da treta. Mas não vou falar apenas de mim.
Continuo a culpar. Culpo por fim, nos mesmos, nos todos, que fomos mal habituados. Que erro crasso! Habituados a acreditar que tudo está á mão, e que todos podemos ser famosos. Fomos mal habituados. Ligamos a televisão e qualquer anormal é famoso. Qualquer palhaço lança um CD. Qualquer inspirado escreve um livro. Qualquer fantoche governa um país. Será este mundo aquele que escolhemos para nós? Não. A resposta é que o mundo não se escolhe. Fomos mandados para aqui. Cada um no seu caminho, cada um feito parvo á procura de uma razão. Quando não existe razão. Quando é uma perda de tempo.
Qualquer parvo consegue culpar tudo e todos pela sua tristeza. Mas poucos conseguem admitir: estamos a perder tempo. E chega de histórias? Se um dia tivermos um emprego rasco e desprezado? Teremos de ser infelizes? Se um dia estivermos perdidos e sem amigos? Teremos de chorar pelo que já não temos? Se um dia perdermos todo o dinheiro? Teremos de nos suicidar? Acho que no fundo, a verdadeira razão para isto tudo, escapasse ao nosso lado. Só cá estamos uma vez. Só uma vez. E não sei quanto ao resto da humanidade, mas eu não quero chegar um dia, já velho e coxo, a dizer:
“Se pudesse voltar atrás…”
Portanto, chega de culpar os outros, e que venha daí essa vida que tantos indignam e desprezam. Que venha daí a realidade e a felicidade. A dor e o sabor. O sabor que ainda estamos vivos.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Filme Memorável - Face Off
(Nota pessoal: Bom filme de acção, com um conceito inicialmente confuso. O filme que me fez passar a adorar Nicolas Cage.)
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