terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Fiquei saturado disto tudo...

Quem sou não interessa, nem a razão pela qual escrevo é importante. Sou tão, ou menos inteligente que tu. A nossa única diferença é que eu sou eu e tu és tu. É a menor das maiores diferenças entre nós.
Tu, possivelmente não tens nada para fazer e estás neste momento a ler-me. E eu estou a meio de um compromisso e decidi fugir de tal obrigatoriedade. Descobri que é mais fácil de pensar quando estamos forçados a fazer algo que não gostamos. Uma conversa fútil, um filme previsível, uma pessoa entediante, um sermão oco.
Se tivermos oportunidade desviamos o olhar e reparamos em tudo a nossa volta, pensamos e reflectimos. Quando esquecemos o que nos rodeia e por segundos sonhamos e voamos para longe, longe daquele momento lento e longo. Até que alguém banal nos interrompe, nos acorda do nosso sono e diz:
“Então estás a pensar? Está na lua…”
O quanto eu não dava para ás vezes lá ir morar. E voltar a terra, semanas depois, entediado pelo silêncio e paz, á procura de toda essa futilidade e ilusão aqui, neste tão seco planeta.

1 comentário:

Rita Duarte disse...

Astronauta tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
A gente aqui embaixo continua em guerra
Olhando aí pra lua implorando por paz
Então me diz: por que que você quer voltar?
Você não tá feliz onde você está?
Observando tudo a distância
Vendo como a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha
A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço
De tanto lutar por algum espaço
E você, com todo esse espaço na mão
Querendo voltar aqui pro chão?!
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Fica por aí que é o melhor que cê faz
A vida por aqui tá difícil demais
Aqui no mundo, o negócio tá feio
Tá todo mundo feito cego em tiroteio
Olhando pro alto, procurando a salvação
Ou pelo menos uma orientação
Você já tá perto de Deus, astronauta
Então, me promete
Que pergunta pra ele as respostas
De todas as perguntas e me manda pela internet

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

É tanto progresso que eu pareço criança
Essa vida de internauta me cansa
Astronauta, cê volta e me deixa dar uma volta na nave,
passa a chave que eu tô de mudança
Seja bem-vindo, faça o favor
E toma conta do meu computador
Porque eu tô de mala pronta, tô de partida
E a passagem é só de ida
Tô preparado pra decolagem, vou seguir viagem, vou me
desconectar
Porque eu já tô de saco cheio e não quero receber
nenhum e-mail com notícia dessa merda de lugar

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

Eu vou pra longe, onde não exista gravidade
Pra me livrar do peso da responsabilidade
De viver nesse planeta doente
E ter que achar a cura da cabeça e do coração da
gente
Chega de loucura, chega de tortura
Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura
inteligente
Aqui tem muita gente, mas eu só encontro solidão
Ódio, mentira, ambição
Estrela por aí é o que não falta, astronauta
A Terra é um planeta em extinção

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu