quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Não me censurem, estou vivo

Começo a achar stressante a ideia de todos podermos falar. Admiro a liberdade de expressão e os pioneiros de tal ideia. Contudo, não deixo de notar o perigo que é essa liberdade. Lentamente compreendo toda a censura que hoje em dia nos consume lentamente, sem nos darmos conta. Desde as músicas com uma súbita interrupção, ou apenas uma substituição de palavras. Ao som de censura em programas de entretenimento tardio. Consigo perceber, de um certo ponto de vida, todo o trabalho do Regime do Salazar. Neste preciso momento somos alvo de censura, apenas não sabemos. Ou admitimos. Neste momento julgamos saber que há violência no mundo, contudo nem vemos a ponta do iceberg, desta dura realidade. Pergunto-me, até que ponto mentimos a nós mesmos? Até que ponto damos graça a esta censura? Conseguiríamos viver com nós mesmos, se soubéssemos a morte que causamos no mundo? Somos o alicerce de um País corrupto e endividado. O nosso único direito neste País nosso é um voto. Contudo, nós não controlamos quem votamos. Apenas vemos os seus debates na televisão, ou vemos o resumo nos canais por cabo. Gostamos mais de um. Achamos que fala bem, e votamos. No fundo, sabemos que não vai fazer nada do que prometeu. Mal chega ao poder sobe os impostos, e quem se lixa somos nós. Quem sou eu para dizer mal dos políticos, ninguém. A única coisa que quero deixar claro é isto, não somos livres. Já perdemos a liberdade a tanto tempo. Acho que no fundo me deviam censurar. Porque sou mais um tipo com tempo livre, ideias na cabeça, e um blog para o fazer. Censurem-me, sou humano.

1 comentário:

Rita Duarte disse...

Enquanto houver hierarquia politíca haverá censura de certeza. Nisto não peço Anarquia, mas menos hipocrisia e falta de respeito.
Está optimo o texto :)