sábado, 24 de fevereiro de 2007

As frases feitas em publicidade dão nisto

“Não há duas pessoas iguais”. Pelo menos é o que o slogan do Banif diz. Não será esta teoria, um pouco frustrante? Esta frustração que falo, provém de outra frase que, tal como esta, afirma que: “Existe uma pessoa certa para cada pessoa no mundo”.
Vendo bem, uma teoria, não fica bem com a outra. Se há apenas uma pessoa certa, se a perder estarei condenado para sempre? Já que não há duas pessoas iguais? Não serão estas frases, no mínimo, desmotivadoras?
Porque, posso dizer que nada é mais frustrante do que pensar que perdemos uma pessoa que nós é chegada, a pessoa certa para nós, e que não há outra igual no mundo todo. Não será suicida viver, depois de quem mais gostamos, morrer? Depois da sua hora chegar, e dizermos o adeus eterno?
Um dia ouvi uma história de dois deuses (gregos, já que a história surgiu na época dos deuses do Olimpo). Estes deuses desceram a terra para ver como vivia a raça humana. Ao chegarem como mendigos e sem ninguém conhecer a verdadeira identidade deles, todos lhes recusaram estadia. Mesmo os que mais tinham lhes recusaram o mínimo de dinheiro que podiam dispensar. Indignados, os dois deuses foram apenas aceites por um casal idoso que pouco ou nada tinha, mas que os recebeu como irmãos. Perante esta prova de bondade e dedicação, os deuses revelaram-se e deram ao casal um desejo a sua escolha. Estes desejaram apenas poderem morrer ao mesmo tempo. Que um não tivesse de suportar o mundo sem a presença do outro.
Ouvi esta história quando era pequeno, e sempre me surpreendeu. Na altura, pela possibilidade de um desejo, qualquer que ele seja. Hoje, e a volta deste tema da pessoa certa, pergunto-me se o desejo deles não é o verdadeiro sonho de todos os apaixonados? Morrer ao lado de quem mais se ama, para não suportar o mundo sem a sua paixão e companhia.

1 comentário:

Queenie disse...

Sim concordo contigo, mas como sabes a maior das pessoas só pensa em coisas materiais. Estamos muito agarrados a objectos como o dinheiro, carros, casas, roupas blablabla e esquecemo-nos de pequenas coisas, gestos que nos fazem, na maior parte das vezes, bem mais felizes...