quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Às vezes o tempo pára, e nós sorrimos

Por vezes, sinto-me sozinho no mundo. Crio um espaço meu, e quando lá estou, nada existe a minha volta. Consigo me abstrair de tudo e começar a escrever. Consigo sorrir e começar a sonhar. Se pudéssemos parar o tempo. Seria tal coisa uma prioridade? Poder simplesmente pressionar no botão de “pause” e apenas dar tempo para descansar. Se a minha vida fosse um telecomando, não seria tudo tão simples? Se a vida que todos os dias olho e desprezo fosse tal fácil de manobrar.
De às vezes pressionar no botão “forward” e ignorar os maus momentos que passo. Será errado não querer sofrer? Ou será o sofrimento um privilégio da nossa liberdade? Contudo gosto de parar às vezes. E consigo fazê-lo. Consigo parar um minuto e torná-lo meu. Esquecer o mundo que me rodeia e simplesmente sorrir de prazer. Não é difícil. Faço-o constantemente.
Deixo de ouvir a televisão ao longe. Deixo de ouvir as discussões diárias de uma família em decadência. Deixo de ouvir as pessoas na rua. Deixo de ouvir a criança do vizinho de cima a chorar. E o momento é meu. Salto e faço movimentos estranhos. Ignoro quem me possa ver da rua. Ignoro a moral e a ética. E o momento é apenas meu.
Gostava de poder ter mais momentos como este. Contudo a vida não é minha, desde o momento em que nasci. Todos me controlam e comandam. Nem tu que me lês és livre de ter um momento teu. Estamos demasiados presos, demasiados controlados. Espero que haja uma revolução futuramente. Para acordarmos e podermos, por um segundo, parar, e ter um minuto para nós.

1 comentário:

Queenie disse...

Infelizmente somos todos controlados, pela sociedade, pelos nossos chefes e até mesmo por um estupido aparelho a que chamamos relógio que nos desperta pela manhã mesmo quando estavamos a ter aquele sonho tão bom...
Vivemos numa sociedade de regras e todos nós as temos que cumprir...
Há quem lhe chame regras, educação, principios, o que é certo é que elas estão lá e são para ser cumpridas. Ninguém consegue ser totalmente livre, mas é bom quando temos esse momento só para nós, como ir até á praia abrir os braços e gritar, infelizmente não o posso fazer porque me chamavam maluca mas passa-me muitas vezes pela cabeça.
Já eu gostava de fazer tudo o que me apetece... quem sabe um dia...