quinta-feira, 29 de março de 2007

História por acabar: Um fim em Hoth

Num espaço negro e vazio, uma inesperada tensão começa a erguer-se. Apesar de não ser possível ver algo anormal, o desconhecido aproximava-se. Dois exércitos aéreos voavam um contra o outro, o embate estava próximo, mas a sua distância limitava um massacre. De um lado a frota clone, comandada por três Jedis, defensores da galáxia, seguidos por sete comandos de naves clones, sendo cada um constituído por quinze caças ligeiros. Bem mais longe uma frota droide, de número não calculável, avançava sem medo sobre o planeta Hoth, recentemente conquistado pelas forças clones. Não iria demorar muito até o embate ter lugar, mas as intenções do inimigo já eram óbvias.
Perto de cinco cargueiros grandes vindos do inimigo desciam para a órbita do planeta Hoth, que apesar de não passar de um deserto gelado a sua posição revelava-se muito importante para ambos os lados. O Jedi do comando central não pode deixar passar a fraca resistência que o planeta teria contra tal número de cargueiros, e numa decisão rápida dirigiu palavra para o Jedi no comando a seu lado esquerdo:
- Aki o planeta não irá resistir por muito tempo. As tropas que lá temos não são especializadas em antiaéreos. Plano D, sabes o que fazer. – Olhou para o lado esquerdo, fixou o olhar no cockpit verde de Aki-Adi Mundi, um aceno com a mão direita e uma voz um pouco rouca do rádio: - Que a força esteja contigo. – Depois fez a sua nave rodar no sentido esquerdo, e seguido da frota, desceu sobre a orbita do planeta.
- E contigo. – O Jedi tomou agora um ar mais sério. O seu ar adulto tomou feições sérias, como se estas fossem a sua cara original, os seus olhos castanhos faiscaram quase que ansiosos pelo combate que se iria seguir. Apesar de ser um Jedi este não conseguiu esquecer o instinto que a sua tribo desenvolvera antes de um combate, fazia parte da sua natureza e mesmo tendo iniciado o seu treino perto de acabar os seus três anos, as suas veias ainda continham o sangue de uma das raças humanas mais instintivas e antigas.
Inspirou fundo, e uma breve concentração retirou o do mundo instintivo que a sua tribo desenvolverá com séculos de evolução. Abriu os olhos e teve uma visão metálica, apesar de Hoth ser o penúltimo planeta a contar do sol daquela galáxia o sol reflectia o metálico das centenas de caças ligeiros que se aproximavam. Agora já com uma ideia do que iria enfrentar o guardador da paz liga o intercomunicador, coloca os auscultadores aos ouvidos e o comunicador ao lado da sua boca e começa com um posicionamento improvisado para o seu número de naves reduzidas.
- Zatara parece que temos de nos concentrar num ataque as alas. O inimigo é demasiado poderoso… – o seu discurso foi interrompido por um leve apitar vindo da sua nave, e um pequeno texto surgiu de um ecrã do lado direito, “Distância corta, quinze para um, embate dentro…quatro minutos e quarenta e sete segundos.” – Data 3 segues comigo pelo lado esquerdo, Data 1 para o direito com Zatara, restantes no meio. Confirmação?
- Sim, senhor.
- Esperemos que seja suficiente… – disse Zatara, um breve olhar pelos cálculos do seu robô modelo RD, perto de três minutos.
Á metros de distância, o inimigo vislumbra os movimentos súbitos da frota clone e não se deixa ficar indiferente. A mensagem é passada, tomar cuidado com os Jedis pelas alas. O embate aproxima-se, a tensão sobe, apesar de não terem sentimentos os robôs já previam que algo maior iria ocorrer, o mesmo se passava com os clones que sem terem capacidade para não contrariarem as ordens dadas, apenas guardavam para si a ideia de um combate iminente, um de um massacre final. Segundos de distância, e o Jedi que comanda o flanco esquerdo finaliza: - Atraiam o fogo pelo meio.
Tal era o número de tiros e explosões que só um robô teria capacidade para calcular as baixas de ambos os lados. Naves clones voavam entre naves droides, ambos os lados disparando entre si com o intui to de não deixar passar a frota adversária. Os Jedis de ambos os lados seguidos de naves que se dividiam para os dois cargueiros enormes que faziam a frente droide, concentravam-se agora em aproximar-se de uma terceira nave de enormes porpoções. – Deve ser ali que se encontra o líder deles Zatara.
- Com certeza que sim, quem quer que seja está bem protegido Arcanos. Deve ser controlado por um dos guardas pessoais de Grievous não?
- Quem quer que seja, não me parece que seja o Grievous. A nossa espionagem indica que ele está no outro lado do universo. – Retirou o olhar curioso do enorme casco do cruzador que lentamente se aproximava do campo de batalha. – Vamos ataca-lo por baixo e sobrevoamos até acima, parece me que aí que a nave é controlada. Que a força esteja contigo Zatara.
-E contigo Arcanos.
Não muito atrás deles uma frota droide faz uma curva de acentuada e voa em direcção a frota desprevenida clone. Uma série de tiros são seguidos e naves clones explodem num fogo vermelho vivo. Os Jedis não perdem tempo, e olham instintivamente para trás tentando avaliar a situação. Arcanos é o primeiro a tomar os sentidos:
- Ocupem-se deles, temos uma missão a cumprir. – Segue em frente para a nave inimiga seguido de Zatara. Os clones começam a controlar a situação no campo de batalha devido a sua qualidade de luta. Um dos cargueiros grandes inimigos explode e os seus destroços começam a aproximar-se da orbita do gelado sistema Hoth. O cruzador principal é agora alvo de várias naves de clones, que ao assumirem controlo da batalha se aproximam para ajudar os dois Jedis. Estes voam a metros de distância do cruzador e perto do topo deste largam dois mísseis. Mísseis esses que recentemente haviam sido colocados para a determinada missão. A uma velocidade tremenda os dois Jedis afastam-se, seguidos dos clones. Poucos segundos e uma explosão tremenda dá-se espalhando os fragmentos do cruzador por todos os lados, mas sem acertarem em nenhuma das naves fugitivas. Missão cumprida o Jedi liga o comunicador aos soldados em Hoth.
- Daqui Arcanos, respondam. Que se passa? – Confirma outra vez a razão para não conseguir falar para os seus aliados em Hoth. – Sabes alguma coisa…?
Uma nave voa rapidamente pela sua direita, e não muito longe de si a de Zatara explodia sobre os tiros dos seus aliados clones. Sem entender nada, voou para cima, conseguindo evitar os tiros que o seguiam para a sua destruição. Traição. Mas é impossível os clones obedecem ao senado, não tem lógica. Sem tempo para pensar mas para reagir, Arcanos segue para longe, quer perceber se só um enlouquecera, ou se estava tudo atrás de si. Cerca de vinte naves voavam contra si disparando para matar. Mísseis perseguidores seguiam agora contra si. Eram pelo menos seis, iriam servir de recurso se os dos Jedis não fossem lançados contra o cruzador. Nada podia fazer contra tantos mísseis, e perto de vinte especialistas a voarem para o matarem. Voa então para a orbita do planeta, mas sem antes receber tiros vindos de furiosos clones que não se contentam apenas com mísseis perseguidores. Não imaginando a guerra que lá se dá, e a que ao longo de universos também se propaga, fazendo hoje centenas de Jedis o inimigo. Arcanos olha para as bases que danificadas pelo ataque ainda aguentam. Tenta se concentrar, em sentir Aki-adi Mundi, mas a sua aurora desapareceu. Não é fácil descrever Hoth, o mais próximo é dizer que é um completo bloco de gelo. A temperatura ajudou a nave do Jedi a congelar o fogo que se propagara com os tiros inimigos. Este perdeu o controlo da nave. Arcanos tem tempo para retirar o droide da nave, e com o seu sabre de luz corta o máximo que pode da sua nave para este poder saltar. O salto é longo e o embate no chão gelado faz o Jedi perder os pensamentos por um breve tempo. Ele tal como milhares de Jedis está perdido, perdido numa traição contra os guardadores da paz, os Jedis que sempre ajudaram os mais fracos.
É nesta altura de desespero e morte que os Jedis estam mais sós, e sem futuro. Não se trata de um sobrevivente, mas de uma presa…que ainda não foi caçada…

Sem comentários: