Acho que somos todos uns vencidos de uma guerra que ainda está para vir. Não sabemos bem quando, nem porquê, mas no nosso íntimo, sabemos que já a perdemos. É a única justificação possível. Fazemos de nós mesmos, gigantes de batalha, impenetráveis a tentar fugir de quem nos embaraça. Mas no fim, já fomos vencidos.
Com um certo ditado urbano na cabeça, espero fazer-me entender:
“Em tudo na vida, há sempre alguém melhor que tu.”
O que se contradiz um pouco ao outro ditado que se diz ás crianças:
“Se te esforçares, consegues fazer tudo.”
Acho que á medida que envelhecemos, começamos lentamente a desacreditar, a esquecer, a ignorar a condição de que somos capazes de tudo. Esquecemos que se quisermos, somos um tanque de guerra em missão de paz. Capaz de contrair todas as fileiras e todas as trincheiras espalhadas pelo mundo. Esquecemos tudo isso, porque no fundo, já admitimos, á alguém melhor que nós. E como os grandes caem!
Mesmo os mais revoltados, os mais emotivos, os mais sentidos, todos, sentimos ter lugar no mundo, mas somos traídos pelos defeitos que julgávamos já ter superado. É a realidade.
E no fim, dou por mim a pensar assim, depois de ir ao cinema, e a estar a mijar da Coca-Cola que bebi, ao lado de um tipo que nunca vi na vida, e uma música a acompanhar a melodia do mijo, toca Bob Marley, cantando:
“Don't worry about a thing, 'Cause every little thing gonna be all right.”
Como o mundo se torna irónico, e o sinal que já fomos vencidos, mesmo antes de lutarmos, toca baixo, numa melodia amigável, numa casa de banho suja, em mais um super mercado gigante, espalhado por todo o país, aberto todo o dia, até nos fim de semanas e feriados, dias em que está mais cheio e enlatado.
No geral, concluo que já foi vencido, mas será isso um incentivo suficiente para parar?
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